Patadas y Gambetas

Tevez vai se aposentar no fim do ano, informa amigo apresentador
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Tales Torraga

Carlitos Tevez, 32 anos, vive seus últimos três meses como jogador de futebol. Foi o que revelou seu grande amigo Alejandro Fantino à rádio La Red em Buenos Aires.

Ex-narrador dos jogos do Boca, Fantino hoje é um dos maiores apresentadores da Argentina. É a quem Tevez sempre recorre quando quer falar na TV ou na rádio.

Sim, no 2016 colgado de internet, o rádio segue muito massivo na Argentina.

Alejandro Fantino e Carlos Tevez

Os jornais portenhos desta terça (30) também trazem este desdobramento.

As pistas para o fim de Tevez são claras. A primeira: o seu desânimo com o futebol.

Não encontra, no Boca de hoje, o ambiente que tinha quando estava ladeado dos amigos Calleri, Tobio, Lodeiro, Osvaldo, Gago e, recentemente, Cata Díaz e Orión.

Recusou diversas ofertas do exterior. As mais altas, da China e da Itália.

Sente que todas as derrotas, e elas têm sido frequentes, caem apenas nas suas costas. Reclama que o clube contrata mal e mascara as precárias condições de treinamento. Já detonou o Boca pelas insistentes esteiras quebradas na academia.

Quando Tevez voltou da licença pós-Libertadores (dispensado para jogar golfe, o que pegou mal com colegas por ele ser o capitão), o técnico Guillermo Barros Schelotto afirmou mais de uma vez que assegurava Tevez por seis meses mais.

O técnico jamais prolongou este prazo.A novidade da semana é que Tevez deixou de ter o apoio da torcida. Em enquete hoje no site do Olé, 60% dos que votaram entendem que ele deve sair da equipe.

Uma frase sua depois de perder para o Lanús (1 a 0, domingo, em Lanús) pegou especialmente mal: disse que se os companheiros aproveitassem seus passes, o resultado seria outro. Fez o que na Argentina é encarado como extrema falta de respeito. 'Fiz minha parte, vocês não, por isso perdemos', é o raciocínio popular.

Tevez voltou da folga depois da Libertadores dizendo, e rindo, que iria trocar o futebol pelo golfe. Está em constante contato com profissionais do esporte.

Em Buenos Aires brincam que, a seguir este ritmo, estará pronto para a Olimpíada de 2020. Não convém duvidar. A discrepância do semblante de Tevez com a bola no pé e com o taco nas costas revela bastante sobre onde está sua cabeça.


E principalmente sua felicidade.


D’Alessandro brilha e Tevez decepciona no arranque do Campeonato Argentino
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Tales Torraga

D'Alessandro muito bem. Tevez muy mal. O Campeonato Argentino arrancou neste fim de semana com os veteranos craques ex-Brasil vivendo domingos opostos.

Começamos com D'Alessandro, que fez no Monumental, opinião unânime em Buenos Aires, sua melhor atuação desde que voltou ao River. Tabelou, foi inteligente nos passes e marcou o terceiro no convincente 4×1 sobre o Banfield.

Temendo alguma lesão sua, o técnico Marcelo Gallardo o tirou a 15 minutos do fim. E D'Alessandro armou um piti daqueles por sair. Ambos conversaram e se resolveram depois do jogo. Gallardo elogiou Andrés. Andrés elogiou Gallardo.

No pasó nada.

Incrível. D'Alessandro, 35 anos, se calentar assim ao sair no fim (!) de um jogo com goleada (!!). Calmá, Cabezón. Seja brilhante (e maduro) também sem a bola no pé.

O River foi quem mais encantou na primeira rodada, a ponto de o ''Olé'' de hoje brincar com a cor do uniforme e com o jogo de uma tal Laranja Mecânica.

Essa terceira camisa do Millo vem dos 30 anos do gol de Beto Alonso com a bola laranja contra o Boca na Bombonera. Valeu o celebrado título do Argentino de 1986.Quem não está para brincadeiras é Tevez. Com ele de capitão, o Boca jogou mal e perdeu fora de casa para o Lanús, atual campeão, por 1×0 na noite de domingo.

Tevez foi opaco. Como na Libertadores e na Copa Argentina. O ''Olé'' foi crítico como poucas vezes se leu com o Apache: o chamou de jogador de escritório, egoísta e sem a raça característica que sempre acompanhou sua carreira.


Em artigo assinado pelo experiente jornalista Pablo Ramón, a síntese: ''Tevez está vazio e saturado. Foi o mesmo que deixou de cobrar o pênalti no dia em que o Boca saiu da Libertadores. O mesmo que foi jogar golfe no meio do naufrágio''.

''O povo mastiga na espera sem fim. É uma promessa repetida, como a volta de Perón. Mas chega o domingo e Carlitos não resolve. É hora de ele voltar a ser ele.''


Guia do Campeonato Argentino: favoritos e novidades do ‘torneio dos loucos’
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Tales Torraga

Um campeonato de outro planeta, uma coisa de loucos.

É assim que o futebol argentino tem sido tratado no país.

Exemplo? A capa do guia do diário ''Olé'' nas bancas de Buenos Aires.


A razão da loucura? O campeonato só teve início confirmado na antevéspera, de tão feia que está a falta de grana dos clubes e da AFA. A associação segue regendo a competição mesmo depois da intensa e triste guerra por dinheiro contra os clubes.

O intervalo entre o final do último Argentino e o começo deste é de 89 (!) dias.

O campeonato foi aberto ontem com duas partidas menores, Sarmiento 1×0 Arsenal e Godoy Cruz 1×0 Huracán. Todos os grandes farão suas estreias neste fim de semana (sábado, Racing x Talleres e San Lorenzo x San Martín; domingo, Belgrano x Independiente, River x Banfield e Lanús x Boca). A tabela oficial está aqui.

Nosso apanhado sobre o Campeonato Argentino 2016/2017 é este:

Nome oficial: Torneo de la Independencia-Copa Axion Energy

Disputado desde: 1891

Duração: 26 de agosto de 2016 a 29 de maio de 2017

Recesso: 18 de dezembro a 12 de fevereiro para amistosos de verão no exterior

Clubes: 30 (!!)

Sistema: turno único, todos contra todos: 30 jogos, com o acréscimo da rodada especial de clássicos com mando invertido em relação ao campeonato comum

Na TV: sem previsão de transmissão para o Brasil

Na Libertadores 2018: os quatro primeiros na competição
(Na Libertadores-2017 já estão classificados, pelo Argentino anterior, Lanús, San Lorenzo, Estudiantes e Godoy Cruz)

Na Sul-Americana 2017: do quinto ao décimo

Rebaixamento: os quatro últimos. Os dois melhores da B Nacional sobem. Último a cair: Argentinos Juniors. Último a subir: Talleres

Os 30 clubes:
De Avellaneda – Racing e Independiente
Bahía Blanca – Olimpo
Banfield – Banfield
Buenos Aires – Boca Juniors, Huracán, River Plate, San Lorenzo e Vélez
Córdoba – Belgrano e Talleres
Gobernador Costa – Defensa y Justicia
Godoy Cruz – Godoy Cruz
Junín – Sarmiento
La Plata – Estudiantes e Gimnasia y Esgrima
Lanús – Lanús
Mar del Plata – Aldosivi
Paraná – Patronato
Quilmes – Quilmes
Rafaela – Atlético Rafaela
Rosário – Newell's Old Boys e Rosario Central
San Juan – San Martín
San Miguel de Tucumán – Atlético Tucumán
Santa Fe – Colón e Unión
Sarandí – Arsenal
Turdera – Temperley
Victoria – Tigre

Maiores estádios: Monumental (capacidade para 61.688 pessoas), Mario Kempes (57.000, Córdoba) e Ciudad de La Plata (53.000)

Menores: Nuevo Monumental (16.000, Rafaela), Julio Grondona (16.300, Sarandí) e Natalio Carminatti (18.000, Bahía Blanca)

Maiores campeões: River (36 títulos), Boca (31), Racing (17), Independiente (16) e San Lorenzo (15)

Favorito: Rosario Central. Está desesperado em ganhar algo. Perdeu jogadores importantes depois da Libertadores: Donatti (Flamengo), Lo Celso (no clube, mas a caminho do PSG) e Cervi (Benfica). Mas manteve o técnico Chacho Coudet e contratou o bom atacante colombiano Téo Gutierrez, 31, ex-River e Racing.

Deve ser o suficiente. Até porque os grandes estarão com as pernas voltadas à Copa Argentina e à vaga que sai de lá para a Libertadores 2017. O Central também busca esta vaga. Mas vai priorizar muito o Argentino que não conquista há 30 anos.

Logo depois do Central vem a dupla de praxe, River e Boca, nesta ordem.

O elenco do River é hoje o melhor da Argentina. A prova é a Recopa Sul-Americana conquistada nesta semana. Segue com o excelente técnico Marcelo Gallardo.

O Boca incorporou praticamente um time inteiro, mas de jogadores que precisam disputar as posições entre si. Não há uma estrela que chegue e resolva. A vinda mais cara já estreou (e mal) na Libertadores, o atacante Benedetto.

Guillermo Barros Schelotto foi ídolo como jogador e é respaldado pela torcida, mas a desconfiança pela derrota para o Del Valle na Libertadores segue bem viva.

O brasileiro: Diogo Silvestre, 26 anos, lateral-esquerdo do Estudiantes de La Plata. Estava no Peñarol-URU e foi emprestado por um ano. Passou antes por Goiás, Anderlecht-BEL e Sporting-POR. É de Paranavaí (Paraná) e da base do São Paulo.


Foi titular do vice da seleção brasileira no Mundial sub-20 de 2009 no Egito. Perdeu a final nos pênaltis para Gana. Outros que estavam naquela seleção são Alan Kardec, Douglas Costa e Paulo Henrique Ganso.

Quem mais comprou: River (16,6 milhões de euros em Lollo, Larrondo, Moreira, Rossi e Mina, entre outros).

Quem mais vendeu: River (19,7 milhões de euros com Mammana, Balanta, Simeone e Mercado, entre outros).

Atacante Marcelo Larrondo, 28 anos, hoje River, ex-Central

Contratações mais caras:
Darío Benedetto, 4,85 milhões de euros (hoje Boca, ex-América-MEX)
Luciano Lollo, 3,15 milhões de euros (hoje River, ex-Racing)
Marcelo Larrondo, 3,00 milhões de euros (hoje River, ex-Central)

Atacante Darío Benedetto, 26 anos, do América-MEX para o Boca

Últimos campeões (oito diferentes em oito torneios):
2016 – Lanús
2015 – Boca Juniors
2014 – Racing
2013/2014 Final – River Plate
2013/2014 Inicial – San Lorenzo
2012/2013 Final – Vélez Sarsfield
2012/2013 Inicial – Newell's Old Boys
2011/2012 Clausura – Arsenal

Últimos artilheiros:
2016 – José Sand (Lanús), 14 gols
2015 – Marco Rubén (Central), 21
2014 – Lucas Pratto (Vélez), Maxi Rodríguez (Newell's) e Silvio Romero (Lanús), 11

Maior artilheiro: Arsenio Erico (295 gols entre 1934 e 1947 por Independiente e Huracán).

Recorde de participações: Hugo Loco Gatti (765 jogos entre 1962 e 1988, goleiro de Atlanta, River, Gimnasia, Unión e Boca).

Maiores torcidas*: Boca (40,4%), River (32,6%), Independiente (5,5%), Racing (4,2%) e San Lorenzo (3,9%).

* Dados de 2012 e usados desde então pelas transmissões de TV


Maradona assume filho de 29 anos e chora: “É o começo de uma nova história”
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Tales Torraga

Diego Armando Maradona beijou, chorou e assumiu: é pai de Diego Jr., de 29 anos.

A notícia explodiu ontem à noite em Buenos Aires. A cidade só fala disso. Parece ter esquecido a Recopa do River Plate e o início, hoje (26), do Campeonato Argentino.

O encontro entre os dois ocorreu na casa do Maradona pai em Villa Devoto, bairro de Buenos Aires. Foi planejado e concretizado por Rocío Oliva, sua namorada.

Trinta anos mais nova (25) que o astro (55), ela é mais jovem também que Diego Júnior, que casou-se ano passado em Nápoles e estava em Buenos Aires só aguardando a ''maior emoção da sua vida'', como depois contou às TVs argentinas.

Diego pai e filho – MOVILPRESS/CLARÍN

O agora oficialmente Dieguito nasceu em Nápoles em 20 de setembro de 1986. Sua mãe é a italiana Cristiana Sinagra. O Maradona pai era então namorado de Claudia Villafañe, mãe de Dalma (29) e Giannina (27), famosas filhas do casal.

Don Diego contou que chorou muito e, tão logo chegou, correu para abraçar Dieguito: ''Você é meu filho. A partir de agora vivemos uma nova história. Me perdoe por tudo. Quando eu te ligar, me chame sempre de mi viejo, senão vamos brigar''.

Maradona reconheceu que sustentou uma mentira ao negar ser pai de Diego Jr. Revelaram também um dramático episódio na Itália em 2003, quando o adolescente, então 16, e o pai, atormentado pelas drogas, conversaram e choraram abraçados.

O assunto, claro, comove a Argentina que há décadas trata Maradona como um filho rebelde. Diego pode ter cometido vários erros, mas segue um hijo nuestro. Há sim carinho e desejo genuínos de que ele um dia troque as perturbações pela paz.

A prole motiva. Além de Diego Jr., Maradona é pai também de Diego Fernando (3 anos, com Verónica Ojeda) e avô de Benjamín (7, filho de Giannina e Kun Agüero).

Nunzia Pennino (mulher de Diego Jr.), Jana Maradona, Diego Jr., El Diez e Rocío Oliva

Dieguito é o segundo filho tardiamente reconhecido por El Diez. Antes veio Jana (hoje 20 anos), assumida por Maradona em 2014 e com quem tem ótima relação.

Os irmãos Calamaro cantam ao pai no 'hino roqueiro' das relações hijos y viejos na Argentina: ''Aferrado a cosas que no tienen sentido, me puedo equivocar. No olvides de donde sos y a donde vas, éste el tiempo y es lugar, nada puede ser mejor''.

Dale, Diegote!

* Atualizado às 13h41


Briga, sangue e gás pimenta: Ponzio, o coração do multicampeão River Plate
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Tales Torraga

Leonardo Ponzio é pouco conhecido no Brasil. Volante do River Plate e com 34 anos, já pensa na aposentadoria. Defendeu a seleção argentina por oito jogos. Mas é em outra seleção argentina que brilha com gordíssimas gotas de suor desde 2012.

(Sim, o River se vê como uma seleção argentina, coitado de quem contestar.)

Ponzio foi o responsável por erguer a Recopa Sul-Americana do Millo nesta madrugada de loucura no Monumental de Núñez. De novo houve superlotação. Cerca de 70.000 pessoas colmaran o estádio de capacidade de 61.688 pagantes.

Teve de tudo. Fogos, papel picado e clima de show de rock.

Daqueles gigantes, padrão Soda Stereo. Bien argentino.

Por que o Brasil não consegue chegar nem perto de festas assim?

Ponzio foi eleito pela TV como melhor jogador da decisão e fez o que faz como ninguém na Argentina. Chuta e é chutado como um louco. Termina sempre (quase sempre, é verdade) em campo. Dando risada e enaltecido pelos companheiros.

Leo é o 'Rei Leão' de vermelho e branco. Ponzio corazón.

O 2×1 nesta noite foi justo. A arbitragem, sim, deu duas mãos ao River ao não marcar duas bolas na mão e dois possíveis pênaltis ao Santa Fe. A llorar, pibes.

Ponzio, seguro, bancou sozinho a marcação – bem a seu estilo, correndo os 90 minutos com a gengiva cheia de sangue para desespero dos contrários.


Perguntado depois do jogo como fazia para morder tanto e sequer levar cartão amarelo, destroçou o repórter da Fox Sports: ''Por algo sou o capitão aqui''.

Tem o estilo clássico de como deve ser o camisa 5 na Argentina. Cabelo comprido e barba, cara de mau, meio (ou muito?) amalucado, pulmão infinito, siempre al limite.

Sua ida ao pódio para erguer o troféu coroa também uma dedicação extrema ao clube. Se hoje o River elege seu suor e suas patadas como emblema ao mundo, é porque um dia, lá atrás, em 2012, contou até com um incômodo sangue seu.


Ponzio é remanescente do dramático River da Série B de quatro anos atrás. Pôs o coração na chuteira de tal forma que foi um dos erguidos pela enlouquecida torcida que até bateu na polícia federal para invadir o Monumental e comemorar aliviada.

Pouco antes, Ponzio teve um problema de hemorroidas em plena noite de sábado no Monumental. E de calção branco! Ficou até o fim. Criou problema até para a AFA, tachada de irresponsável por deixar que ele colocasse a saúde em tamanho risco.

(O River venceu então o Boca Unidos por 2×1, e boa parte da torcida, revoltada em Buenos Aires pelo drama da B Nacional, quebrou tudo o que viu pela frente.)

Vieram depois as vacas gordas, os títulos grandes e os duelos contra o Boca quando fez tudo: desde golaços até raspar os rivais a patadas em plena La Boca.

A bazuca nos pés lhe custou caro. Foi na cara de Ponzio que ardeu o pior do gás pimenta que a torcida do Boca usou para queimar o rosto dos jogadores do River no escandaloso confronto da Libertadores do ano passado na Bombonera.


No pasa nada, bostero.

O Boca hoje é uma quase inexistente sombra do River no cenário internacional.


E no River de 2016, entre mates e patadas, o abandeirado e sério candidato a uma futura estátua no clube (Matías Almeyda tem a sua) é, sim, seeee, Leonardo Ponzio.


D’Alessandro busca sua noite feliz no River: a Recopa no Monumental lotado
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Tales Torraga

Buenos Aires nesta quinta (25) não viverá uma simples noite mais.

Noite especial, chicos. Noche de Copa.

De festa e loucura na zona norte da capital.

O River Plate tentará confirmar seu favoritismo às 21h15 para conquistar, no Monumental lotado e já trajado de gala, a Recopa Sul-Americana contra o Independiente Santa Fe, da Colômbia. Na ida, semana passada em Bogotá, 0x0.

Não há o critério do gol visitante. Novo empate = prorrogação e pênaltis.

A comoção portenha estará toda com El Mandrake Andrés D'Alessandro, 35 años.

Tentará seu primeiro título internacional no clube onde nasceu, e é desnecessário dizer como isso toca qualquer argentino. Não toca – perfura e atravessa a alma.

Não importa se é a Recopa e se o troféu é erguido com dois jogos.

Não importa que esta Recopa disputada no fim de agosto é um triste despropósito porque a Libertadores já tem outro campeão.

Es una Copa, che. Por la Copa dejamos la vida.


D'Alessandro estreou no River para valer em 2001, quase ao mesmo tempo que Tevez no Boca. Era considerado na Argentina como jogador superior ao Apache. Mas sua carreira ficou bem aquém. Do adversário e das expectativas dos fanáticos.

A torcida do River joga na cara dos bosteros que D'Alessandro no Brasil foi mais que Tevez, o que é difícil contestar. A grave crise do Inter enquanto o Cabezón está perto de triunfar en su Buenos Aires querido mostra bem o que fez em Porto Alegre.

A ver se hoje ele se dá o gosto de brilhar em um estádio brilhante, um dos templos do futebol mundial, o pedaço de Europa da Argentina, o Bernabéu das Américas, como faz questão de lembrar a orgulhosa torcida do River – que, reforçam, é um clube mundial na zona mais culta da muy culta Buenos Aires, solamente eso.

A torcida preparou uma festa imensa, e o estádio deve estar superlotado com 70.000 pessoas. É o costume nas decisões em Núñez. O River abriu o estádio nesta semana para sócios e torcedores carregados de jornal e papel picado. Até mandaram imprimir um manual de instruções de como torcer nesta noche de Copa.

(Apenas terminando D'Alessandro, vale lembrar que ele ganhou três Argentinos pelo River, 2000, 2002 e 2003, e conquistou a Recopa pelo Internacional em 2011.)

Outro grande personagem desta eventual conquista é o técnico El Muñeco Gallardo.

Seu troféu seria o quinto internacional desde que assumiu o gigante de Núñez. Antes dele, cinco. Com ele, e com hoje, outros cinco. Un monstruo, Marcelito.

A Recopa Sul-Americana desta quinta ficaria ao lado das conquistas da Copa Sul-Americana (de 2014) e de seu 2015 fabuloso de Libertadores da América, a Suruga Bank no Japão e a Recopa Sul-Americana contra o San Lorenzo de Patón Bauza.Os 11 do River no Monumental: Batalla; Moreira, Maidana, Mina, Casco; Ponzio, Nacho Fernández; D'Alessandro, Pity Martínez (Tomás Andrade); Driussi e Alario. Os recém-contratados Lollo (zagueiro do Racing) e Larrondo (atacante do Central) estarão no banco de reservas.


Argentino que brilha pelo Cruzeiro sonha com o Boca: “Tevez é meu amigo”
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Tales Torraga

Quatro gols nos quatro últimos jogos. Os números são dignos de 'Besta', um dos seus apelidos em Buenos Aires. Vivendo um início de sonho no Cruzeiro, o argentino Ramón Ábila sonha mesmo é em jogar no Boca com o amigo Tevez.

À rádio Güemes, Ábila falou ontem (23) que ''espera pela oportunidade um dia'', lembrando que sua contratação esteve muy, pero muy cerca. Carlitos quase implorou por sua transferência (''Ele põe a bunda na área e ninguém o tira de lá''), mas o Boca Juniors não pagou os 8 milhões de dólares pedidos pelo Huracán.


(Mas gastou com atacantes como Benedetto e Walter Bou, vai entender.)

Ábila elogiou o futebol brasileiro, ''muito ofensivo'', e desejou sorte ao ex-clube, ''tomara que o Huracán encontre um atacante que faça mais gols que eu''.

No caso do clube de Parque Patrícios, mera chicana.

O hoje cruzeirense é tido por imprensa e público na Argentina como um atacante do quilate de Gabriel Batistuta. A comparação não é de hoje. Ábila está com 26 anos e seus arranques e suas cabeçadas foram vistas como cópias das suas pelo próprio Batigol no começo da temporada. Ábila pode ser menos técnico, mas leva vantagem na força: 88 quilos em 1,80 metro. El Bati jogava com 73 quilos em 1,85 metro.

Apostam em Buenos Aires que sua ida à Seleção é questão de poucos jogos. A capital vê Ábila como um atacante muito, mas muito superior mesmo a Lucas Pratto, o atleticano escolhido por Patón Bauza em sua primeira convocação.

No Huracán, Ábila era chamado de Wanchope por ser parecido (nem tanto, é verdade) com Paulo Wanchope, costarriquenho que jogou no Central em 2006.

Paulo Wanchope

No Cruzeiro, o apelido foi abandonado. As confusões, a princípio, também. Mais jovem, quase saiu na mão com a torcida na rua. Só a raça absurda continua.

É delantero com (grande) futuro europeuA não ser, claro, que resolva se dar o gosto de sentir a Bombonera lotada defendendo as mesmas cores do amigo. Bom apressar. Tevez está com 32 anos e dificilmente vai seguir no Boca depois de 2017.


Crespo acusa Passarella de extorsão: “US$ 300 mil para eu voltar ao River”
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Tales Torraga

Histórico atacante argentino, Hernán Crespo, 41 anos, hoje treinador, fez graves acusações a Daniel Passarella, ex-jogador, técnico e presidente do River Plate.

Criado no clube, Crespo contou ontem (22) à Fox Sports argentina que quis voltar ao River em 2011. ''O presidente era Passarella, que me pediu US$ 300 mil. Cortamos o assunto na hora. Me abalou tanto que encerrei a carreira seis meses depois.''


O vídeo, no ponto, está aqui. A acusação é mais uma destinada a Passarella, que não atende a imprensa argentina desde o fim de 2013, quando saiu do River.

Uma das razões para ele se esconder: o River ganhou Argentino, Sul-Americana, Recopa e Libertadores depois de Passarella deixar o clube.

Com ele, caiu à B Nacional em 2011.

Crespo quis voltar pouco antes da campanha que decretou o rebaixamento. Seguiria o exemplo de Matías Almeyda, outro veterano que compunha a dramática equipe.

Crespo estreou no River em 1993, aos 18 anos. Em 1996, aos 21, foi a grande figura do equipazo que ganhou a Libertadores da América de la mano do então técnico novato Ramón Díaz: Mono Burgos; Hernán Díaz, Ayala, Rivarola e Altamirano (Sorín); Escudero (Astrada), Almeyda, Cedrés e Ortega; Francescoli e Crespo.

Foi vendido para o Parma naquele mesmo 1996 e virou grande goleador de clubes como Milan, Chelsea e Inter de Milão. Jogou na Europa por 16 anos.

Disputou as Copas de 1998, 2002 e 2006. Seus primeiros passos tanto no River como na Seleção tiveram o mesmo técnico: justamente Daniel Alberto Passarella.

Crespo até março era treinador do Modena, da Série B da Itália.

Está na Argentina de olho no Racing. A Academia de Avellaneda está sem técnico desde a semana passada, quando dispensou Facundo Sava.


Greve de jogadores ameaça início do Campeonato Argentino
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Tales Torraga

Marcada para esta sexta-feira (26), a abertura do Campeonato Argentino da temporada 2016/2017 corre considerável risco de não ocorrer nesta semana.

Amanhã (23) em Buenos Aires haverá uma reunião com os capitães de todos os clubes da Primeira Divisão. O motivo: decidir se acompanham ou não a greve que já decretou o adiamento das divisões de acesso, o 'Ascenso' na Argentina.

Os clubes argentinos sofrem com a falta de dinheiro. Os pequenos e distantes da divisão principal, ainda mais. O cenário é miserável. Na Argentina, o 'paro', como chamam as greves, tem maciça adesão cotidiana – claro que no esporte também.

''Não vamos atrasar porque queremos, e sim porque não podemos'', falou o vice-presidente do Nueva Chicago, da B Nacional (equivalente à Série B no Brasil), em acalorada entrevista nesta segunda (22) ao canal de TV TyC Sports.

A grave por solidariedade é possibilidade concreta, conforme declarou o presidente do Boca Juniors, Daniel Angelici, ao jornal ''La Nación''. Ele prevê que o Argentino não vai começar neste final de semana, mas é contrário à medida: ''Se é para parar, que se pare por seis meses para que se ajuste tudo, não por 15 dias'', afirmou nesta segunda-feira à rádio Belgrano, de Buenos Aires.

O Argentino 2016/2017 tem 30 clubes. Todos jogam contra todos em turno único. A única partida que se repete até o final (previsto para 29 de maio) é o clássico.

River x Boca, por exemplo, jogam primeiro no Monumental. Depois, na Bombonera. Assim será com os 30 times que trocarão o mando de campo com o maior rival.

O campeonato que está em andamento e que a princípio não corre risco é a Copa Argentina, que nesta segunda (22) às 21h10 terá o Boca Juniors enfrentando o nanico Santamarina, de Tandil. Tevez será titular. Centurión estará no banco.

Jogo único e em campo neutro, ocorre na província de Formosa em estádio com capacidade para 23.000 pessoas. Quem ganha vai para as oitavas-de-final contra o Lanús, atual campeão do Argentino. O Boquita também saca chapa de atual campeão – bateu o Rosario Central há nove meses na final da Copa Argentina.


Imprensa argentina aplaude Brasil e Maracanã: ‘Já não falam mais da Marta’
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Tales Torraga

Grande admiradora do Maracanã, a Argentina aplaudiu a conquista da medalha do ouro do Brasil no mítico palco. Não houve torcida contra. Nem da imprensa, nem do público em geral em Buenos Aires. É impossível para a Argentina hoje desejar qualquer vitória da Alemanha, sua algoz nas últimas três Copas do Mundo.

Não houve muita comoção. A final teve forte concorrência: as famosas ''prévias'', quando as pessoas se juntam antes de sair e aproveitar a noite portenha.

(Muitas vezes, e em razão dos altos preços, as prévias são O próprio programa.)

''Vibra o Maracanã. Aqui há mais de 80 mil pessoas que estão vivendo uma nova página da história do futebol brasileiro'', afirma o ''Clarín'', dando uma pequena exagerada – o público oficial foi de 63.707 pagantes no Rio.

''O clima era impressionante. O Maracanã completo jogando a partida. Os times não conseguiram se distanciar deste fato'', seguiu o site do maior jornal da Argentina.

O ''La Nación'' relembrou os altos e baixos do time brasileiro: ''Foram duas semanas de montanha russa. Neymar passou de criticado a amado. Já não se escuta o 'Marta' como grito de guerra. Agora são todos gestos de admiração. Um processo similar acompanhou o restante do time''.

Mesmo o irônico ''Olé'' não desajustou o tom: ''Vingança de ouro. Brasil é campeão olímpico pela primeira vez em sua história. De quebra, tiveram a revanche da eliminação da Copa há dois anos''.

O canal de TV especializado em esportes TyC tampouco destoou. ''Um cenário sonhado, uma vitória sonhada, uma injeção de ânimo em um grupo que sofreu nos últimos anos, mas que tem, nesta tarde, uma razão para esperar por dias melhores'', foi a síntese de Gonzalo Bonadeo, dos principais locutores da Argentina.