Patadas y Gambetas

Pratto e Centurión buscam redenção no ‘infernal’ Monumental de Núñez

Tales Torraga

O clássico River Plate x Racing às 19h30 (de Brasília) desta quarta (29) será especial para dois jogadores de passado recente por clubes brasileiros. Estamos falando de Lucas Pratto e Ricardo Centurión, que têm muito a ganhar e a perder nesta noite em um Monumental de Núñez que estará lotado como nunca neste 2018. A partida de ida, no Cilindro de Avellaneda, há três semanas, terminou 0 a 0, com muitas patadas e poucas chances de gols.

Já voltamos ao assunto estádio, antes vamos contar o que acontece com Pratto.

Contratação mais cara da história do River, custando cerca de R$ 45 milhões, o atacante está numa seca brava. O curioso é que seu jejum ocorre justamente depois do seu melhor momento no clube, e há um mês dizíamos o quanto Lucas realmente penara para agradar a exigente torcida do River.

Desde então, o clube não fez mais gols. A situação do River é uma das mais curiosas do futebol argentino em todos os tempos. O time está invicto há 23 jogos. Mas não faz gols há exatos quatro, todos terminados, claro, em 0 a 0. E Pratto, óbvio, é refém desta seca. Sua cara contratação é especialmente observada em partidas como a de hoje. E ele é o único jogador de peso da dianteira millonaria que chega a esta decisão com o físico em bom estado. Scocco e Pity Martínez vêm de lesão e devem jogar, mas praticamente no sacrifício.

O caso de Centurión é ainda mais delicado. Uma verdadeira gangorra desde que voltou ao Racing, no começo do ano, ele bateu boca simplesmente com o presidente do clube há duas semanas. O motivo? Um exagero do atleta na vida noturna, nas bebidas e na tentativa de trocar os treinos em Avellaneda por manhãs de ressaca. Ricky, como é chamado na Argentina, sabe que uma vitória nesta noite fará com que os seus desmandos sejam olhados de maneira branda pelos torcedores do Racing, ao menos até o confronto das quartas de final, simplesmente contra o Independiente.

A hora do esforço para Centurión é agora, e uma queda ante o River pode ter o efeito contrário, que é o de ele ter as suas noitadas colocadas em uma perspectiva obviamente negativa.

Uma Catedral prestes a explodir – Reprodução/TV

Por fim, o Monumental, que a torcida do River insiste em chamar em Buenos Aires nesta quarta de ''Catedral'' ou de ''Carnaval de Núñez''. O Millonario conseguiu ampliar a sua capacidade de 63 mil para 66 mil torcedores, mas todos os que conhecem os meandros do estádio sabem que as invasões e a superlotação são frequentes neste tipo de jogo. Certamente teremos cerca de 70 mil, com a possibilidade de, numa repetição da loucura da decisão da Libertadores, ver esta quantidade beirar as insanas 80 mil pessoas que se espremiam e tomavam chuva na terceira volta olímpica do clube na competição.

Talvez custe ao brasileiro entender, mas o Monumental em decisões é um estádio ainda mais letal que a Bombonera. Um exemplo? Sob o comando de Marcelo Gallardo, o River definiu dez mata-matas no Monumental. Passou em nove e só caiu ante um, contra o Independiente del Valle, nas oitavas da Libertadores-2016, quando o goleiro equatoriano defendeu 26 chutes, segurou o 1 a 0 e eliminou o então campeão.

Por fin, o 'Zucugate', com a escalação de Zuculini na primeira partida, praticamente desapareceu do noticiário e das conversas dos torcedores de Racing e River. Veremos até quando.