Rojo es más grande que Pelé
Tales Torraga
Que loucura.
A Argentina fez de tudo para ser eliminada e fez de tudo para….se classificar desta maneira absurda e inusitada, com um golaço de direita do canhoto Marcos Rojo. De perna direita, aquela que não serve nem para tomar o colectivo.
Impressionante.
O golaço da classificação aos 42 do segundo tempo fez Buenos Aires explodir como poucas vezes nos últimos anos, com cânticos dos mais absurdos, até um ''Marcos Rojo es más grande que Pelé''.
A Copa agora é outra.
Repetimos: a Argentina fez tudo para cair fora, e a Nigéria realmente relaxou, vacilou e perdeu a chance da sua vida de sacramentar a queda azul e branca.
O choro de criança de Mascherano, Higuaín, Agüero e Di María depois do apito final foi sintomático. Esta Argentina estava no limite dos seus nervos, carregando nos ombros um desgaste maior que o Obelisco. Era o fim desta geração, que entraria para a história com o seu maior fracasso – que, convenhamos, não foi visto hoje, mas tampouco dá sinais de que vai virar um caminho vitorioso daqui para a frente.
A Argentina armada pelos jogadores foi uma bagunça que certamente seria punida diante de uma adversária mais forte. Há que se considerar também a questão física. Esta Argentina é a seleção mais velha da Copa, com média de idade de 30 anos, e depois deste verdadeiro sufoco por quase cem minutos, agora precisa se recompor para a decisão das 11h de sábado contra a França.
Uma classificação absurda e inexplicável. Tão inexplicável quando alguém gritar que ''Rojo es más grande que Pelé''. Assim é a Argentina. A los tumbos, tropeçando, como tanto gostam de dizer. Pelo menos o time hoje mostrou espírito e coração. Mostrou algo. Algo que não havia sido demonstrado nesta Copa, ao contrário de toda a depressão desparramada pelo gramado contra a Croácia.
Higuaín erra os gols na decisão (hoje de novo), e Rojo emenda de direita, de primeira, uma bola daquelas como um camisa 9. Inacreditável. Só o fato de ele estar ali, ocupando aquela posição, já demonstrava um improviso imenso.
Uma Copa tão louca da Argentina merecia mesmo uma classificação louca desta maneira. Sem time, sem norte, sem cabeça, com um técnico à beira do infarto e um Maradona descontrolado e claramente doente nas tribunas.
Conferir esta maluquice contra a fleuma francesa de Deschamps vai ser imperdível.
Por fim, uma constatação a mais nesta loucura toda:
Rojo passou do possível vilão pela bola na mão que seria pênalti ao herói pelo gol da classificação. Fútbol, fútbol…