Ídolo do River chama técnico do Boca para a briga
Tales Torraga
A rivalidade entre Boca Juniors e River Plate é a maior do mundo, segundo a respeitada revista inglesa ''Four Four Two''. E o que se vive em Buenos Aires nas horas seguintes ao bicampeonato do Boca na Argentina é algo para realmente se analisar sob muitos ângulos – social, esportivo e psicológico, para citar só três.
A hostilidade tanto já virou ódio mútuo que até quem deveria dar exemplo de conduta está com dificuldade para segurar a língua. O primeiro a metralhar o rival foi Beto Alonso, camisa 10 do River nos anos 70 e 80 e talvez o mais notório crítico do Boca em Buenos Aires. Em entrevista à Rádio Rivadavia, ele disparou sem dó: ''Torço para o Boca passar de fase na Libertadores e encarar o River logo depois. Seria bom pegá-los para dar-lhes un bife''. Na gíria, dar un bife significa acertar um tapa ou um soco na cara. E as críticas do capitán Beto não pararam por aí.
''O Boca não sabe o que faz em campo. O Tevez? Não está jogando nada. Nem deveria estar no Boca, quanto mais ir para a seleção, principalmente na Copa.''
A resposta do técnico Guillermo Barros Schelotto veio na esteira da comemoração do título obtido com um 2 a 2 em La Plata contra o Gimnasia na última quarta (9). Visivelmente transtornado, ele dedicou o bicampeonato xeneize no Campeonato Argentino ao eterno ídolo do River.
''O Alonso está velho para ser mal-educado. Que ele respeite o Boca, como respeitamos o River quando perdemos a Supercopa e ficamos em campo para a premiação. Não me surpreende o que ele diz. Ele sempre foi um desencaixado'', disparou, ao vivo, no Fox Sports.
Alonso logo retrucou. Na noite desta quinta, à Rádio Cooperativa, mandou:
''Se ele quiser que a gente se encontre cara a cara, a gente se encontra. Eu vou até lá e vai acontecer o que tiver que acontecer'', falou, irritadíssimo, dizendo que as palavras do técnico do Boca eram uma forma de esconder o péssimo desempenho da equipe, que havia sido campeã na sorte e no descaso dos demais.
''Não vou permitir que me chame de mal-educado porque o melhor que meus pais me deram foi a educação. O que ele falou me machuca, porque nunca me meti com ele, só dei minha opinião sobre o futebol da equipe. O pai dele disse que o Guillermo é o Robin? Então eu sou o Superman'', vociferou.
O diário ''Olé'' procurou Alonso nesta sexta para ouvi-lo sobre sua pelea com Schelotto. E o ídolo no River não recolheu a artilharia. ''Vão ser dois contra um, aí não tem briga…'', finalizou Alonso, ironizando o fato de que Guillermo Barros Schelotto faz tudo – inclusive treinar o Boca – ao lado do irmão gêmeo, Gustavo.