‘Enfim feliz’, Batistuta vira estrela de TV na Argentina
Tales Torraga
Gabriel Batistuta está com 49 anos. Mas quem o vê de perto pode até se enganar e pensar que ele ainda continua jogando e fazendo seus gols pela seleção argentina. Extremamente em forma e demonstrando estar de bem com a vida, ele participou de um concorrido lançamento nesta quinta (3) em Buenos Aires sobre a sua função nesta Copa do Mundo. Ele será apresentador do ''History Fútbol'', ciclo de programas que será levado ao ar pelo History Channel durante o Mundial.
Os argentinos têm uma verdadeira fixação pelo History Channel. Como as programações da TV aberta geralmente resvalam na violência e no sensacionalismo, muitos daqueles que vivem em Buenos Aires se gabam de ver só o que passa no History. É por este contexto que Batistuta foi apresentado como uma verdadeira estrela da TV argentina para esta Copa do Mundo.
Sofrendo com uma série de dores nos joelhos e nos tornozelos depois de parar de jogar, há 13 anos, Batistuta hoje diz que está com o corpo em dia e que os tormentos físicos fazem parte do passado. Ele deu uma declaração surpreendente e até certo ponto improdutiva para quem vai apresentar um programa sobre futebol na TV. Ele simplesmente afirmou que não gostou de ter sido jogador.
''Eu sofria tanta pressão que me isolava do mundo e ficava somente naquilo. Hoje sim posso dizer que sou uma pessoa mais tranquila e que tem uma noção maior do que seja a felicidade'', afirmou.
Tal maneira exagerada de ser lhe causou um ''apagão'' depois da eliminação da Argentina na Copa do Mundo de 2002.
''Entrei no vestiário e vi tudo negro. Pensei que estava passando mal, mas foi decorrência de uma depressão profunda que me deixou péssimo por muitos dias. Não encontrava sentido na vida. Foi uma experiência feia. Terrível de verdade.''
O Batigol fez poucos comentários sobre a seleção atual e se esquivou em aumentar a polêmica sobre não ter sido cumprimentado ao visitar o vestiário da equipe em uma partida das Eliminatórias em Buenos Aires. Mas demonstrou muita confiança em um personagem pouco querido entre os brasileiros: Gonzalo Higuaín.
''Gosto da maneira como ele se move e cria oportunidades. Sempre defendi Gonzalo. Vi outros argentinos que jogam bem, mas que não o superaram. Pipita deu azar em uma situação ou outra, mas sigo confiando nele.''