Messi manda na seleção? Livro que acaba de sair na Argentina responde
Tales Torraga
Quem curte livros (e futebol) está vivendo uma quinta-feira (26) especial neste hermoso Buenos Aires querido. Começa hoje, afinal, a 44ª edição da Feria Internacional del Libro desta capital portenha que se considera uma leitora voraz como nenhuma outra cidade do mundo. E é difícil mesmo discutir.
Uma das obras que já está em circulação e que pode ser encontrada no prédio La Rural, onde é realizada é feira, é este livro aqui, ''Generación Lio'', que disseca em quase 200 páginas os anos de Lionel Messi na seleção argentina.
A grande pergunta que o livro se dispõe a responder é se Messi realmente manda demais na seleção, e se a azul e branca é, como se diz em toda a Argentina, um ''clube dos amigos de Messi''. A obra revela trechos sim de grande ingerência de Messi e de colegas veteranos até mesmo na logística da AFA, mas não transporta este peso para a escolha de técnico e de atletas convocados.
Um dos entrevistados mais interessantes do livro é o técnico Alfio Coco Basile, o último a ser campeão com a Argentina, na Copa América de 1993. Ele comandou a seleção com Messi de 2006 a 2008 e faz questão de elogiá-lo: ''É um ET. Pelo menos no meu tempo ainda não estava instalado o clube de amigos'', brinca.
Quem também refuta o ''clube de amigos'' é Jorge Sampaoli, o atual treinador, que assina o prefácio do livro e bate de novo na tecla da soberania argentina e da sede de revanche que o atual grupo tem.
Com muitos elogios a Messi, o livro não é tão brando com os seus companheiros.
Basile, por exemplo, mandou no peito e cravou que Higuaín ''se cagou'' na final do Maracanã contra a Alemanha, e que por isso perdeu aquele famoso gol.
O trecho:
O ''Generación Lio'' foi escrito pelos jornalistas argentinos Héctor Laurada e Julio Martínez, da agência de notícias Telám. A obra é publicada pela Ediciones del Arco e pode ser encomendada aqui.
O humor argentino com a seleção de Sampaoli segue dos piores, mas não dá para dizer que o interesse pelo Mundial seja menor por conta das más apresentações da equipe. As livrarias estão cheias de títulos interessantes e que ajudam a entender, como os próprios portenhos dizem, que ''a novidade não é sair um livro de futebol, e sim que não haja um pouco de futebol nos livros''.
Ainda sobre a Feira do Livro de Buenos Aires, é esperado o tradicional estande da Libro Fútbol com obras apenas sobre esporte – 90% dos títulos são de futebol. O blog trouxe farto material sobre a feira nos anos anteriores. Vale ver este post aqui.