‘O argentino sabe jogar tão bonito quanto o brasileiro’, diz Maradona
Tales Torraga
Diego Armando Maradona deu uma longa entrevista nesta quinta (5) à CNN – e suas declarações foram repercutidas e ampliadas pelas TVs argentinas, que dedicaram longos minutos ao seu presente e principalmente ao seu passado.
Em um dos debates, no TyC Sports, lembraram que Maradona era um fã do futebol brasileiro – exceto do time de 1994, ''um dos mais feios que ele viu jogar''. A polêmica na conversa passou a ser então a eterna comparação da qualidade do futebol brasileiro com o argentino. E citaram um trecho da autobiografia de Maradona, ''Yo Soy El Diego de La Gente'', no qual Diego registra o seguinte:
''Os brasileiros venderam ao mundo que só eles sabem jogar bonito, jogo bonito é o c….. Nós também podemos jogar tão bonito quanto eles. Só não sabemos vender igual'', detalhou El Diez. ''Para o brasileiro sempre está 'tudo bem, tudo legal', e para a gente não é assim, quando não está tudo bem, não está tudo bem, e mandamos à merda. Gosto do jeito de ser do brasileiro. Mas em campo, quero ganhar.''
''É o Meu Rival, assim, com maiúsculas.''
Outro ponto do debate foi a comparação entre o Brasil de 1982 (que Maradona enfrentou e perdeu por 3 a 1) com o de 1994 (que Maradona deveria enfrentar em uma final, não fosse o doping, segundo o que os argentinos repetem até hoje).
E a opinião de Diego sobre as duas seleções – 1982 x 1994 – é cortante:
''Os brasileiros no campo são f…. porque não traem seu estilo. Isso aconteceu até no período em que eles não ganharam nada, de 1970 a 1994. O Brasil voltou a ser campeão com o time mais feio, mais feio de se ver!, de toda a sua história. O time de 1982 faria no mínimo cinco gols neste de 1994. Mas em 1982 eles foram soberbos contra a Itália, que jogou da maneira encaixada de sempre.''
O momento saudosista no TyC terminou com a leitura do trecho do livro de Diego em que ele analisa: ''Os italianos te matam no contra-ataque, e o Brasil não aprendeu isso em 1982'', seguiram, para arrematar, rindo:
''Em 1982, na Espanha, os brasileiros foram cagados pela Itália. Em 1990, na Itália, por nós, argentinos, nesta jogada que armamos com Caniggia que está entre as minhas melhores lembranças''.
Ficou muito claro no ânimo de todos na rápida conversa: é mesmo melhor falar do passado do que do triste presente da seleção argentina – que segue sem ganhar nada depois de Maradona, neste jejum que muitas vezes parece interminável.