Por que Mascherano virou um problema para Sampaoli?
Tales Torraga
Antes garantido na lista de Jorge Sampaoli para a Copa do Mundo da Rússia, Javier Mascherano foi a principal vítima do 6 a 1 da Espanha em Madri. Muito criticado pela imprensa argentina – como já havia sido no 4 a 2 para a Nigéria -, ele passou a ser um enorme problema para o atual técnico da seleção.
O jornal ''Clarín'' narrou todo o descontentamento de Sampaoli com Mascherano, publicando que a ida do defensor para a Rússia estaria inclusive sob grande dúvida.
''As revoluções nunca foram pacíficas, algum morto precisa haver'', cravou o jornal, antecipando que o nível de Mascherano não seria suficiente para levá-lo à Copa.
Que Mascherano está longe do seu auge, isso é claro.
Aos 33 anos, a mudança do Barcelona para os chineses do Hebei Fortune, há três meses, tampouco permitiu que ele melhorasse.
Mas está claro também que ele é o que os argentinos chamam de ''subcapitán de Messi''. Tem experiência, sabe ler o jogo e pode ajudar a conduzir o grupo a uma direção que seja mais produtiva para todos.
E é um amigo muito próximo de Lionel Messi. Se Sampaoli quer Messi satisfeito, há uma quase obrigação de se convocar Mascherano – para deixá-lo entre os reservas, que seja. Jorge não pensa em fazer como Alejandro Sabella, que contrariou esta lógica e não chamou Ever Banega para o Mundial do Brasil.
O ''Clarín'' foi além – Sampaoli já teria até o nome do substituto de Mascherano. E ele seria Matías Kranevitter, ex-River, hoje no Zenit, da Rússia.
Sampaoli não costuma dar importância ao que publica a imprensa da Argentina ou de qualquer outro lugar do mundo. Mas desta vez ele realmente perdeu a paciência no prédio da AFA em Ezeiza, segundo o blog apurou.
Para o entorno do técnico, a versão publicada pelo ''Clarín'' nada mais é do que uma pressão – ''plantada'' e indireta – dos dirigentes da AFA que estão incomodados com o baixo rendimento de Mascherano. O técnico não deu declarações públicas sobre o tema, mas o blog pôde saber que tirar Javier da lista dos 23 nomes que vão para a Rússia não passa pela cabeça do treinador.
O raciocínio é bastante simples de entender: Mascherano, para Sampaoli, é ''experiente e é um líder positivo que pode desempenhar muitas funções''.
Os radialistas portenhos não pensam o mesmo. Na Rádio La Red, uma das principais de Buenos Aires, há até uma campanha para tirar Mascherano e, se a ideia for agradar Messi, levar Lavezzi no lugar do Jefecito. A lista dos 23 convocados será fechada no dia 6 de junho. E o falatório vai ser gigante até lá.