Perfeição de Messi nas faltas faz Argentina rever planos para a Copa
Tales Torraga
Como se fosse possível, Lionel Messi incorporou mais um item ao seu repertório. Ele agora está cobrando faltas como ninguém. E o golaço de ontem (4) contra o Atlético de Madri gerou um dado muy interesante que já está na ponta da língua do fanático por futebol de Buenos Aires: ninguém, fora Messi, marcou três gols de faltas em três rodadas seguidas do Campeonato Espanhol nos últimos 30 anos.
Além do Aleti, Messi cravou dois golaços de bola parada também nos dois jogos imediatamente anteriores, contra o Las Palmas e contra o Girona.
O blog apurou que a eficiência de Messi nas cobranças de falta já fez fervilhar a careca sempre inquieta de Jorge Sampaoli. O técnico estuda mudar até mesmo o seu estilo de jogo para aproveitar esses momentos de genialidade de Messi.
Hoje, neste soleado y hermoso 5 de março portenho, é possível dizer que a presença do ''quadrado mágico'' na Copa do Mundo da Rússia é 90% certa. Só mesmo uma lesão vai impedir que a Argentina escale Messi, Di María, Agüero e Higuaín como titulares. Sampaoli jamais pôde colocá-los juntos em campo, daí a escolha por jogadores de vários níveis abaixo como Papu Gómez e Benedetto.
El Pelado Sampa, como o técnico é chamado em Buenos Aires, fala abertamente que a seleção deveria explorar a visão de jogo de Messi e a rapidez de Di María para as capacidades de conclusão de Agüero e Higuaín. Mas a Argentina nesta Copa deve atacar não se limitando apenas a esta tática óbvia. A concentração das jogadas vai passar a ser sempre ao redor da meia-lua – e não pelas laterais – justamente para ''cavar'' as faltas que Messi está batendo com perfeição.
(Há um risco evidente: os atacantes argentinos têm sempre mais de 30 anos. Uma patada mais dura pode tirá-los do Mundial devido ao corpo já combalido e difícil de recuperar. A Copa é sempre muito desgastante, com datas muito apertadas.)
Messi, de fato, tem golazos de falta pela seleção. Sem ir muito longe, dá para lembrar das suas magias contra a Nigéria, no último Mundial, contra a Colômbia, pelas Eliminatórias, e contra os EUA, na última Copa América. É possível também criticá-lo – como tudo cabe uma crítica em Buenos Aires… – por não ter convertido nenhuma das possibilidades que teve tanto na decisão da Copa do Mundo, contra a Alemanha, como contra o Chile nas duas Copas Américas perdidas.
Enfim: esta Argentina pode ter Dybala, Icardi, Pastore, Lo Celso, Lautaro Martínez, Centurión, Pavón ou quem quer que seja nesta função de chamar as faltas.
Mas tudo estará nos pés de Messi. De novo. Como sempre.