O triste desmanche do Independiente
Tales Torraga
Há exatamente uma semana, o Independiente batia o Flamengo, calava o Maracanã e dava a volta olímpica que marcava o renascimento do ''Rei de Copas''.
Sete dias depois, o clube argentino já se vê perdido para 2018.
A começar pelo genial técnico Ariel Holan, que nesta tarde oficializou sua saída, conforme antecipou o blog pela manhã. ''É inconcebível que o técnico e a família precisem de escolta policial dia e noite'', escreveu em carta. Holan sofreu muito com a barra brava do Independiente. Os violentos fizeram ameaças a ele há cerca de dois meses, depois que o treinador se negou a dar dinheiro à torcida. Para seguir no clube, Ariel exigiu que o Independiente deixasse de manter tais relações, o que realmente era bem difícil de ocorrer.
É também difícil, quase impossível, que as figuras sigam no time.
Os casos do atacante Ezequiel Barco e do defensor Nicolás Tagliafico são os mais conhecidos, embora outros sete jogadores estejam com as malas quase prontas.
Barco quer jogar no Atlanta United, dos Estados Unidos, mas a diretoria do Independiente quer barrar a negociação. Primeiro, querem a definição de quem será o novo técnico, para depois tentar convencer o jogador a ficar e disputar a Libertadores-2018. Caso não seja possível, a negociação será com o Atlanta para que os US$ 12 milhões já acertados virem algo em torno de US$ 15 milhões.
Capitão do Independiente, Tagliafico também quer sair. Considera que seus 25 anos são perfeitos para ir à Europa. Ajax e Borussia Dortmund já sinalizaram que querem pagar os US$ 6 milhões – valor da sua cláusula de rescisão.
O país que promete fazer uma verdadeira devassa no Independiente é o México. O ótimo meia Maximiliano Meza, por exemplo, está na mira do América e do Cruz Azul. Os clubes já teriam acenado com uma oferta de US$ 6 milhões – o Independiente aceita vendê-lo por US$ 10 milhões.
Outros que podem trocar a Argentina pelo México são os atacantes Fernández (Tijuana ou Querétaro), Benítez (Tigres) e Gigliotti (América).
Até mesmo pratas da casa, como o zagueiro Alan Franco e o lateral-direito Fabricio Bustos, estão prestes a sair. Franco pode parar no Atlético-MG, e Bustos já é cobiçado por olheiros de times europeus.
Sem Holan, o técnico escolhido para comandar o esquálido Independiente 2018 será Eduardo Domínguez, genro de Carlos Bianchi e ex-Huracán. O plano A era Jorge Almirón, do Lanús, que já acertou com o Atlético Nacional, da Colômbia.
* Atualizado às 12h33 com a saída oficial de Holan