Por que o Boca disfarça tanto a volta de Tevez?
Tales Torraga
A novela do futebol argentino neste sufocante verão em Bueno Zaires (ja) estreou nas rádios e TVs do país: Carlitos Tevez vai voltar ao Boca Juniors, mas o clube e o jogador vão disfarçar tudo até o último momento.
Por que o presidente do Boca detonou publicamente o seu vice na imprensa?
Por que o representante de Tevez, figura rara na imprensa, aparece duas vezes seguidas em espaço de horas para dizer ''que não há nada com o Boca e que ele pode até se aposentar''?
Por que o Boca mandou um comunicado dizendo que ''o jogador tem um contrato vigente com o Shenhua'', assegurando estar distante de qualquer negociação?
Puro despiste.
As negociações exigem estratégias. Disso, até os baderneiros de ontem na 9 de Julho sabem muito bem. E a postura do Boca é ficar distante, desinteressada, consciente de que os chineses estão totalmente decepcionados com Carlitos, arrependidos de pagar US$ 40 millhões por um ano para um pessoa que nem um dia demonstrou vontades de estar ali.
É óbvio.
O Boca sabe que demonstrar interesse significa pagar pela saída de Tevez, e o clube não quer (e não pode) abrir a carteira. O ''Olé'' foi feliz nesta terça (19): o que o Boca está fazendo não é nada além de ser cuidadoso com as palavras.
O falatório xeneize mudou da água da torneira para o malbec depois do otimismo extremo do vice Horacio Paolini, amigo e vizinho de Tevez. Ele declarou na semana passada que a volta de Carlitos seria um presente de Natal e terminaria de ser definida ainda em 2017. Daí veio a bronca pública do presidente do Boca. Daí vieram as declarações do empresário de Carlitos e o comunicado do Boca.
Os chineses estão do outro lado do mundo, mas seguem ligados na Argentina.
A tática do Boca nada mais é do que repetir um enorme sucesso do rock argentino dos anos 80, da banda Sumo: