Seleção de Sampaoli é a mais velha da história argentina
Tales Torraga
O frio e a neve de Moscou estão machucando esta Argentina viejita.
Sofrendo com a temperatura negativa e con las piernas muy cansadas, a seleção de Jorge Sampaoli fará amistoso amanhã (11) às 11h (de Brasília) contra a Rússia em uma situação muy particular: ela é simplesmente a Argentina mais velha de todos os tempos a se preparar para uma Copa do Mundo. Sete dos 11 titulares deste sábado já terão ultrapassado a casa das três décadas no Mundial de 2018.
Lionel Messi, de 30 anos, puxa a fila dos trintões argentinos titulares em Moscou. Na Copa de 2018, o goleiro Romero terá 31; Otamendi, 30, Mascherano, 34, Enzo Pérez, 32, Di María e Agüero, 30. Son tipos grandes, con muchos años en esto.
Merecem menções também Guzmán (32), Marchesín (30), Fazio (31), Belluschi (34) e Papu Gómez (30), que estão na Rússia e, pobres!, começam o amistoso no banco de reservas, além dos lesionados de momento Biglia (32) e Mercado (31) – e Pipita Higuaín (30), que já planeja sua merecida volta à equipe no ano que vem.
O jornal ''Clarín'' é extremamente feliz ao dizer que, dos titulares em Moscou, só Pezzella (26), Kranevitter (24), Lo Celso (21) e Salvio (27) têm ''mais histórias para escrever que para recordar''.
Este ''excesso de bagagem'' é trabalhado em minúcias por Sampaoli desde já.
O elétrico treinador quer dosar todas as cargas de treinamento e amistosos para o grupo envelhecido chegar ao Mundial do ano que vem na melhor condição possível. Os próprios jogadores já somam seus cuidados – em mais de um caso há até mesmo um preparador físico pessoal que conversa sempre com os profissionais da seleção para prescrever o que é mais interessante ao atleta.
O dilema enfrentado por Sampaoli já está bem traçado. Esta Argentina será uma seleção de gente grande. Madura, experiente e conhecedora de seus próprios limites. Mas estará sempre exposta às lesões e às dificuldades da recuperação física lenta em uma competição tão exigente e de jogos tão seguidos como a Copa.
A Argentina do Pelado Sampa chegaria ao Mundial 2018 com uma assustadora média de idade de 30 anos e 9 meses – a do Brasil gira em torno dos 27 anos.
A comparação com a última Argentina campeã, a de 1986, é impactante: aquela tinha média de 26,9 anos. Apenas um jogador tinha 30 (Jorge Valdano), e o maior de todos, Diego Maradona, andava pelas 25 primaveras – mais 11 anos de carreira.
A Argentina campeã de 1978 tinha média de 25,8 anos – Galván (30) era o único trintão. Tarantini era o mais jovem, com 22. O goleador Kempes estava com 23.
¡El Matador tenía toda la polenta encima!
As seleções vices em 1930, 1990 e 2014 tampouco chegam perto da Argentina atual. O time de 1930 tinha média de 24,9 anos. O de 1990, 27; em 2014, 28,4.
A média de idade desta Argentina é distante também das últimas cinco campeãs. Os mais velhos primeiro: Itália (29,6 anos em 2006), França (29,4 anos em 1998), Alemanha (27,4 em 2014), Espanha (27,3 em 2010) e Brasil (26,7 em 2002).