“Este Brasil faz 7 a 1 na Argentina”, diz Mario Kempes
Tales Torraga
Mario Alberto Kempes está entre nosotros. Vivendo nos Estados Unidos há muitos anos, onde é um importante comentarista da ESPN, o astro do título argentino na Copa de 1978 lançou ontem (7) sua autobiografia em uma livraria na Recoleta, bairro chique de Buenos Aires. Mais gentil que de costume (e olhe que é difícil…) por saber que falaria ao Brasil, El Matador Kempes analisou ao blog o momento da Argentina e do tradicional rival verde-amarelo na caminhada ao Mundial da Rússia.
''Hoje, se a Argentina enfrenta uma seleção bem preparada, como o Brasil, perde de mais de 7 a 1. O 7 a 1 ficaria curto para a gente'', afirmou, rindo. ''A Alemanha, como sempre, também é uma outra forte favorita. Os ingleses inventaram o futebol para os alemães ganharem, embora dizer isso ao Brasil não seja 100% justo.''
Kempes está com 63 anos e um ar sereno que não lembra em nada o atacante cabeludo e furioso que brilhou na Copa do Mundo dos militares, quase quatro décadas atrás. A idade e o distanciamento são um convite para ele analisar esta Argentina de uma maneira crua: ''Como vou defender a Argentina? É impossível!''.
''Os jogadores estão entre os melhores do mundo, e mesmo assim precisou batalhar até a última rodada para chegar à Copa.''
''Que o Brasil te ganhe, tudo bem, porque é Brasil. Que te façam cinco gols? Tudo bem. É o Brasil. Mas que empate com a Venezuela em casa e tenha que mudar de estádio porque a torcida está longe, que sofra com Peru e que milagrosamente ganhe do Equador que já estava eliminado, isso não é garantia de nada.''
''Tomara que eu erre muito feio, mas esta Argentina não inspira confiança.''
A autobiografia de Kempes é extensa e muitíssimo bem escrita – como quase todos os livros argentinos sobre qualquer assunto. Lançada pela Planeta, principal editora da Argentina, a obra tem 376 páginas e custa R$ 72 (à venda aqui). Os trechos sobre o 6 a 0 no Peru e a decisão contra a Holanda em 1978 são saborosíssimos.