“Iria preso para ganhar a Copa com esta Argentina”, diz Carlos Bilardo
Tales Torraga
Carlos Salvador Bilardo é o último técnico argentino campeão do mundo – em 1986, com Diego Armando Maradona jogando o melhor futebol que o planeta já viu jogar.
Hoje com 78 anos, Bilardo tem um programa na Rádio La Red, em Buenos Aires, e nele deu uma declaração surpreendente ao ser questionado sobre o que faria se estivesse no lugar do atual treinador, Jorge Sampaoli: ''Ganhar. Ou ganha ou vai embora. O que me falta perguntar é como ganhar, e eu te respondo que é preciso ganhar como for. Nós vamos presos. Eu iria preso para ganhar uma Copa com esta Argentina'', disse – rindo e admitindo sua lendária (e assustadora) locura.
''E não vale? Você não aceitaria ser preso para ganhar uma final? Ojo: sem matar, eh. Às vezes te chamam de assassino, isso não. Mas brigando, sim. Sem dúvida'', concluiu o ''Doctor'', como é chamado na Argentina pela sua formação de médico.
Bilardo é acusado até hoje de drogar os rivais (mentor do ''bidón'' de Branco em 1990) e os próprios jogadores (como Passarella em 1986). É muito famosa em Buenos Aires a sua briga com Maradona no Sevilla em 1992, quando trocaram murros na cara e apareceram com os narizes detonados no dia seguinte.
E ele fez ainda mais.
Bilardo jogava com agulhas escondidas nos meiões para tirá-las e furar os adversários nas faltas e escanteios. ''Não tinha Aids naquele tempo'', costuma repetir o ''Doctor'', meio-campista do Estudiantes de La Plata nos anos 60 e 70.