Patadas y Gambetas

Sampaoli ataca imprensa e escancara pânico argentino para a “quarta final”

Tales Torraga

Argentina e Venezuela se enfrentam às 20h30 (de Brasília) desta terça (5) na partida que enorme parte da torcida aqui pelos lados portenhos trata como ''quarta final''.

Depois de perder as decisões contra Alemanha e Chile, a Argentina agora se vê nas cordas e apanhando de todos os rivais sul-americanos. A missão do dia é não dar vexame diante da lanterninha Venezuela e não ficar fora da próxima Copa. O último Mundial sem a Argentina foi o de 1970 – eliminada pelo Peru em plena Bombonera nas Eliminatórias de 1969.

Em outros tempos, a partida de hoje (5) seria das mais fáceis para o selecionado argentino e sua constelação de craques de nível internacional AAAA.

Mas tal constelação, na prática, está eclipsada por pernas que tremem assim que põem a camisa azul e branca. Este é o sensível diagnóstico que domina qualquer conversa em Buenos Aires e nas demais províncias argentinas. A pressão sobre este elenco é gigante e afeta terrivelmente qualquer um – veterano ou estreante, recém-chegado ou o comandante de turno que seja.

Sampaoli fala aos jornalistas – Olé/Reprodução

Jorge Sampaoli, em sua segunda partida oficial à frente da seleção argentina, teve um agudo bate-boca com os jornalistas na conferência de imprensa desta segunda (4). Tal postura não se viu nos treinadores anteriores Tata Martino e Patón Bauza – e muitos por aqui encararam este pouco tato de Pelado Sampa como sinal claro de que a seleção está em pânico mesmo ao enfrentar a frágil Venezuela.

Sampaoli retrucou com agressividade uma pergunta sobre uma suposta discussão sua com Lionel Messi depois do 0x0 contra o Uruguai em Montevidéu. Mais uma vez, há sim rumores, sempre negados, de que Messi tenta interferir na escalação e no posicionamento dos colegas – mas que Sampaoli teria ''lhe parado o carro'', gíria argentina para o que no Brasil seria um ''cortar as asinhas''.

''Essas conversas têm má fé e só querem nos tirar do foco principal que é classificar a Argentina para o Mundial'', foi o resumo do que respondeu, ríspido, o treinador, que reconheceu que a pressão – mais que a própria Venezuela – é a grande adversária argentina nesta noite em Núñez.

A Argentina é a quinta colocada nesta Eliminatória e não assegura vaga nem se vencer as três partidas que lhe restam (Venezuela e Peru em casa e Equador no encerramento, fora). Quem faz as contas detalhadas é o jornal ''Clarín'', criando ainda mais nervosismo em uma torcida que está furiosa como jamais de viu nas últimas décadas. O portenho hoje está bem mais intratável com este time do que esteve no ciclo de Diego Armando Maradona como técnico – outro que precisou ''bailar con la fea'' até a última rodada da Eliminatória de 2009.

Sampaoli mexeu bastante na equipe que vem do anêmico 0x0 contra o Uruguai. A Argentina desta terça (5) vai ter: Romero; Mascherano, Fazio e Otamendi; Pizarro, Dybala, Banega e Messi; Acosta, Icardi e Di María.

Diego Maradona disse que vê esta equipe e se assusta, que não entende nada do que propõe Sampaoli. Sua opinião bate com a de muitos torcedores, que já começam a ver El Pelado Sampa muito mais como um ''Professor Pardal'' excêntrico do que alguém coerente em quem confiar.

O bate-boca de ontem também não ajudou na sua aceitação.

Todos por aqui esperam um Monumental de Núñez hostil e que deve jogar contra esses atletas. Para piorar, o canal de TV America, de Buenos Aires, explodiu ontem a notícia de que muitos jogadores da Argentina participaram nos últimos dias de duas escandalosas festas repletas de bebidas e mulheres.

Para piorar 2: Em um 5 de setembro como hoje, há exatos 24 anos, a Argentina passava por um dos maiores vexames de sua história ao perder para a Colômbia por 5×0 no mesmo Monumental de Núñez e pela mesma Eliminatória que vai precisar enfrentar nesta noite. Que triste coincidência.

O dramalhão argentino, repleto de drama e loucura, não poupa nem a Venezuela.

¡Terrible!