Argentina mantém ataque e põe Mascherano na defesa contra a Venezuela
Tales Torraga
O empate sem gols contra o Uruguai não mudou a cabeça de Jorge Sampaoli. O elétrico técnico da seleção argentina comandou um treino neste sábado aqui pelos lados portenhos com a manutenção de seu quarteto ofensivo de ataque, formado por Di María, Messi, Dybala e Icardi.
Sampaoli vai mexer na equipe apenas no sistema defensivo. Entre os zagueiros, Gabriel Mercado, suspenso com três amarelos, será substituído por Javier Mascherano, que finalmente vai atuar na Argentina como joga no Barcelona.
Chamou muita atenção a paciência de Mascherano de ficar no banco e não jogar um minuto sequer em uma partida tão raspada como foi o clássico contra o Uruguai. Sua postura agregadora neste ciclo de treinamentos é uma das grandes virtudes que os argentinos encontram neste atual elenco.
As duas outras mudanças serão entre os volantes, com a entrada de Acosta no lugar de Huevo Acuña e no retorno de Banega, que estava suspenso, assumindo agora o lugar que era de Guido Pizarro.
Em campo, a Argentina que tenta vencer a Venezuela às 20h30 (de Brasília) desta terça-feira (5) no Monumental de Núñez terá: Romero; Mascherano, Fazio e Otamendi; Acosta, Biglia, Banega e Di María; Messi, Dybala e Icardi.
Os torcedores e jornalistas portenhos estão claramente irritados e com medo de esta seleção não se classificar para a Copa. A Argentina segue na perigosa quinta colocação, a que leva somente para a Repescagem.
A conta que é feita por jogadores e torcedores insiste que é possível se classificar direto ganhando as duas partidas em casa – esta, contra a Venezuela, na terça, e contra o Peru, daqui a um mês, na própria Argentina, com cancha a ser definida.
Em outros tempos, tal combinação Venezuela + Peru + casa seria das mais fáceis, mas a Argentina não tem jogado a ponto de merecer o favoritismo contra nenhuma das duas – por loucura que seja imaginar um jogo difícil contra a Venezuela neste momento de verdadeiro colapso total que os venezuelanos vivem.
O colapso, para muitos, vai vir das exigentes arquibancadas do Monumental, que devem explodir de irritação com este time na noite de terça. Há, nas rádios, uma tentativa de conscientizar o público que vai ao estádio a apoiar – mas só quem jamais esteve na Argentina acredita que isso é possível com a bronca que o povo mastiga desta seleção.
Os 65.000 ingressos colocados à venda estão esgotados há duas semanas. Nas redes sociais, há um certo repúdio à concorrência pelas entradas e tímidas organizações para protestar – como ir embora no intervalo – caso a Argentina volte a jogar mal contra uma adversária tão frágil como a lanterninha Venezuela.
Depois de Venezuela e Peru, a equipe do excêntrico técnico El Pelado Sampa – que faz questão de carregar o cabeludo assistente Sebastian Becaccece para todos os lados – será contra o Equador, na altitude de Quito, em 10 de outubro, no encerramento desta tortura chamada Eliminatórias.