Surras do Brasil travam Uruguai e Argentina para o clássico
Tales Torraga
Montevidéu e Buenos Aires ainda lembram bem do atropelo imposto pelo Brasil ao Uruguai e à Argentina nessas Eliminatórias. Na capital uruguaia, o temor deste começo de semana é que a Celeste desmorone – como desmoronou depois do segundo gol no 4×1 do Brasil – caso a Argentina saia na frente no clássico das 20h (de Brasília) de quinta (31) no Estádio Centenário.
Em Buenos Aires, onde a Argentina se juntou nesta segunda, o eco do doloroso 3×0 do Mineirão é reconhecer que Messi jamais pode ficar isolado – a armadilha uruguaia de cercá-lo precisa ser evitada a qualquer custo, e o 10 do Barcelona vai precisar estar sempre ''plugado'' aos colegas Dybala e Icardi.
A seleção uruguaia também treinou nesta tarde. Foi no ''Complejo Celeste'', Centro de Treinamento que fica em Canelones, cidade onde nasceu Diego Lugano. A prática não contou com Luis Suárez, que segue tratando o joelho lesionado, e o tema medo foi abordado pelo técnico – e maestro – Óscar Tabárez na coletiva.
No melhor estilo uruguaio, ele refutou qualquer temor, mas reconheceu que a Argentina chega em melhor momento e pode tomar a iniciativa do jogo de maneira preocupante. ''Não precisamos falar mais do que o necessário para reconhecer que um rival com Messi, Dybala e Icardi pode fazer um grande estrago e que com eles precisamos ter toda a atenção, algo que, sem dúvida, não tivemos no jogo contra o Brasil'', sintetizou o técnico de 70 anos, que não teme a pressão do Centenário para pedir a entrada de Suárez durante a partida: ''Já tenho idade suficiente para pautar minhas decisões pela razão, e não pela emoção''.
Jorge Sampaoli ainda não falou com a imprensa em Buenos Aires. O elétrico treinador reconhece que tirou todas as lições dos confrontos anteriores para evitar que a Argentina caia nas armadilhas uruguaias, mas a reação emocional dos jogadores, tão desgastados por tantas desilusões com o país, é algo bastante trabalhado por ele e seus colaboradores nesta semana prévia do grande clássico do Rio da Prata. Há, óbvio, uma grande preferência para a confirmação da ausência de Suárez. Sampaoli reconhece que a mística do atacante uruguaio em um Centenário lotado e em clima de batalha, pode definir as coisas em favor da seleção da casa.