River liquida o Boca em Superclássico de seis expulsões e oito amarelos
Tales Torraga
O script bélico foi seguido à risca nesta madrugada em Mar del Plata: seis expulsões, oito cartões amarelos, uma briga generalizada e um sem número de patadas em mais um triste River x Boca marcado pelo descontrole e pela violência.
O curioso é que das seis expulsões, três foram de jogadores e três de técnicos – Guillermo e Gustavo Barros Schelotto, do Boca, e Marcelo Gallardo, do River.
Guillermo, por reclamação; Gustavo e Gallardo, por atrasar a volta à campo no segundo tempo.
Os gols do 2×0 River foram de Driussi, de pênalti, e do zagueiro equatoriano Mina, que cabeceou livre. Ambos saíram no segundo tempo e em um intervalo de cinco minutos. Driussi fez o seu aos 18; Mina comemorou aos 23.
Os jogadores expulsos foram Insaurralde e Benedetto, do Boca, e Driussi, do River, que se envolveram na batalha campal a dez minutos do fim do ''amistoso'' que é disputado em Mar del Plata todos os anos.
(Em 2017 por sorte este será o único Superclássico de Verão – evitando assim que os demais, como nos anos anteriores, terminem em novos papelões.)
Os cartões amarelos foram dados a Pablo Pérez, Darío Benedetto e Fernando Gago, do Boca, e Camilo Mayada, Jonatan Maidana, Gonzalo Montiel, Arturo Mina e Ezequiel Palacios, do River.
Poucas conclusões são possíveis de se tirar de um jogo tão violento e de tanta patada desde o começo. Logo nos primeiros minutos já era possível perceber que nem por milagre a partida terminaria com os 22 jogadores em campo, por mais que o árbitro Néstor Pitana aliviasse na maioria absoluta de suas marcações.
Ao menos não houve briga nas lotadas arquibancadas divididas do Estádio José Maria Minella de Mar del Plata. A violência ficou apenas entre quem deveria dar o exemplo – neste domingo, infelizmente, um mau exemplo, inclusive dos treinadores que, na prática, passam a não ter moral para cobrar nada de seus comandados.
O futebol argentino não está em crise somente financeira e institucional – ele está doente e vive uma triste crise também no âmbito moral e mental. O esporte profissional nessas noites não se difere em nada da várzea, do potrero, do bairro.
Folclore é uma coisa. Loucura é outra, muchachos. Hay que bajar un cambio.