Boca e River fazem primeiro Superclássico de 2017 prevendo briga e expulsão
Tales Torraga
Não vale pontos, ok, mas jamais vai ser um amistoso.
Boca Juniors e River Plate se encontram às 23h (de Brasília) deste sábado em Mar del Plata em mais um tradicional Superclássico de Verão – mas em vez de esperar entrosamento e ajuste das equipes depois da pré-temporada, o que os dois técnicos, Guillermo Barros Schelotto, do Boca, e Marcelo Gallardo, do River, preveem é um duelo cheio de patadas e expulsões. Parece brincadeira. Mas é verdade.
Também pudera.
Neste mesmo encontro, no ano passado, foram simplesmente cinco expulsões e uma briga generalizada decorrente de uma cabeçada do zagueiro Maidana, do River, em Tevez. Ele deu também um soco na cara de Chávez, então no Boca.
''O jogo de verão acaba se desvirtuando. Que o juiz cumpra o regulamento'', pediu Schelotto em entrevista que rodou a Argentina ontem.
A diferença de comportamento dos atletas em partidas como esta passa exatamente pelo que propõe o juiz, que é mais condescendente com a violência na tentativa de levar ambas as equipes com 11 jogadores até o fim – afinal, é uma partida de propósitos comerciais e festivos, e não para ser desvirtuada pelas patadas pegadas pelos ''profissionais'' de forma tão repugnante.
É realmente uma transmissão de valores extremamente negativa que atletas de elite (e milionários) batam em colegas de trabalho em pleno janeiro, com a temporada inteira por vir, correndo o risco de lesão e de muitas complicações para o jogador e para as suas famílias em uma Argentina colapsada e como sempre sem dinheiro.
Quem também falou sobre patadas foi Centurión, o novo 10 do Boca, dos que mais apanham. ''Preciso bancá-las. Na verdade, hoje, até gosto delas (risos)'', declarou, em outra afirmação incompreensível que deveria ser levada aos psicólogos.
O destempero nesses jogos é tamanho que até gestos – como esses, de Loco Osvaldo e Cata Díaz – são feitos pelos desequilibrados para provocar a torcida rival.
Tanto Boca quanto River vão a campo com times titulares. Todos os 35.000 ingressos foram vendidos ao longo da semana e haverá torcida dividida e um esquema de segurança recorde, com 1.100 policiais.
O River Plate vai com Augusto Batalla; Jorge Moreira, Jonatan Maidana, Mina e Luis Olivera; Camilo Mayada, Leonardo Ponzio, Ignacio Fernández e Gonzalo Martínez; Sebastián Driussi e Lucas Alario. Há um cuidado: a final da Supercopa Argentina no próximo dia 4. Campeão da Copa Argentina, o River vai enfrentar o Lanús, campeão do último Campeonato Argentino.
Muito provocado pelo River depois do título da Copa Argentina – o Millo lançou uma camisa com um passaporte, lembrando que jogará a Libertadores e que o Xeneize está fora de competições internacionais em 2017 – o Boca titular no José Maria Minella de Mar del Plata terá Axel Werner no gol; Gino Peruzzi, Fernando Tobio, Juan Manuel Insaurralde e Frank Fabra; Sebastián Pérez, Fernando Gago e Pablo Pérez; Cristian Pavón, Darío Benedetto e Ricardo Centurión.
O responsável em tentar pôr ordem no galinheiro (e também no lado bostero) será o experiente, mas muito contestado, árbitro Néstor Pitana, de 41 anos.
Suerte, che.