Patadas y Gambetas

River que enfrenta o São Paulo tem ataque goleador e novo sistema de jogo

Tales Torraga

Não é jogo oficial, tudo bem, mas quando camisas pesadas como as de River Plate e São Paulo se cruzam, o que está em disputa não é bem um mero amistoso, mas sim uma ótima chance de medir forças contra um adversário da elite continental.

Para o São Paulo, às 22h (de Brasília) desta quinta (19) pela Florida Cup, é esta a condição que deve esperar do River de Marcelo El Muñeco Gallardo, maior técnico da centenária e gloriosa história do clube de Núñez – justamente contra quem Rogério Ceni vai fazer sua estreia no comando do São Paulo!

Gallardo começou 2017 escalando seu time em um 3-4-1-2 que se mexe facilmente para um 3-4-2-1 com o recuo do atacante Driussi.

No ano passado, ainda com D'Alessandro, a Recopa Sul-Americana e a Copa Argentina foram conquistadas no sistema 4-2-2-2.

ATUALIZADO ÀS 14H04: Gallardo demonstrou nesta quinta que deve escalar os reservas e usar titulares só no segundo tempo. O River então começaria contra o São Paulo com: no gol, Bologna; na defesa, Montiel, Arzura e Rossi; a linha de quatro no meio-campo teria Mayada, Domingo, Denis Rodríguez e Medina; como armador, Andrade; como dupla de ataque, Mora e Alonso.  Não é exatamente um time, e sim jogadores que precisam de ritmo porque o River terá um primeiro semestre carregado com uma Libertadores repleta de viagens e o sempre duro Argentino no qual busca sair da sétima posição. 

O River titular que estreou na Florida Cup com vitória de 1×0 sobre o Millonarios e que hoje em algum momento deve enfrentar o São Paulo tem as seguintes peças:

GOLEIRO
Augusto Batalla.
É o ponto que mais preocupa a torcida do River. Tem só 20 anos. É cria das canteras de Núñez, as mais fartas da Argentina com muita folga, mas seu desempenho está aquém das chances oferecidas por Gallardo. Falhou feio em gols do Boca e do Central no fim do ano passado. Cambiar o chip é seu objetivo principal neste janeiro.

ZAGUEIROS
Jonathan Maidana, Lucas Martínez Quarta e Arturo Mina. O trio mescla experiência (Maidana, 31; Mina, 26; ambos com passagens pelas seleções de Argentina e Equador) e juventude – Martínez Quarta tem só 20 anos e é levado pelos pais para os treinamentos. E ele será também pai nos próximos meses. Tem bastante futuro e erra pouco para um jovem ainda tão inexperiente.

LATERAIS
Jorge Moreira e Luis Olivera.
Moreira, 26, pela direita, é o ''Cafu paraguaio''. Corre demais e chega com força ao ataque. Olivera já é mais retraído. Convém. Tem só 18 anos e acabou de ser alçado dos juvenis. Teve passado goleador nas divisões inferiores. É tratado como uma nova jóia enquanto o titular (e selecionável) Milton Casco não se recupera de lesão.

VOLANTES
Leonardo Ponzio e Ignacio El Nacho Fernández. Ponzio, 34, é o bom e velho 5 argentino: corre sem parar e não pensa duas vezes antes de ''se fazer sentir'' em campo (eufemismo para as patadas que desfere quase sempre escapando das expulsões). Fernández, 27, é o motorzinho. Ótimo passe e posicionamento.

MEIA
Gonzalo Martínez.
Outra dor de cabeça para Gallardo. El Pity Martínez, 23, é questionado demais pela torcida e já tem a missão de substituir Andrés D'Alessandro. De vez em nunca, brilha. De vez em sempre, some.

ATACANTES
Sebastián Driussi e Lucas Alario.
É a dupla do momento no futebol nacional. El Gordo Driussi, de 20 anos, é o artilheiro do Argentino, com 10 gols. El Pipa Alario, de 24, é o goleador dos momentos decisivos – incluindo a Libertadores – e já passou pela seleção de Bauza. São, de longe, os jogadores com maior potencial de venda desse elenco. Alario está na mira do PSG – sua saída é questão de semanas, senão para Paris, para a Espanha, cravam em Buenos Aires.