Família segura Gallardo no River. Brasil agora terá de sondar Chacho Coudet
Tales Torraga
O mistério que Buenos Aires mastigava nas últimas semanas acabou hoje (21), no ''Dia G''. ''Mesmo esgotado e precisando de férias urgentemente'', o técnico Marcelo Gallardo anunciou que segue no River Plate por mais uma temporada.
Gallardo revelou ter estado perto de anunciar sua saída do clube na última sexta, mas que decidiu continuar no River por ''temas pessoais''.
Quais são esses temas?
A proximidade com a família e com os dois filhos que jogam na base do River – o mais velho, Nahuel, 18, lateral-esquerdo, está prestes a estrear como profissional.
Técnico tido como exemplo de objetividade, Gallardo guarda o lado ''paizão'' somente para os seus rebentos. Faz questão de participar de tudo, inclusive da vida esportiva de ambos. Acompanha treinos e jogos sempre que pode, e sempre se recusando a fazer qualquer comentário público sobre eles.
Sua sequência de carreira no Brasil, e não na Europa, cumpriria também esta facilidade: poder manter os vínculos com os filhos nesta fase que Gallardo faz questão de segui-los de muito perto, mesmo conciliando com o trabalho de técnico mais ganhador da história recente do River. São seis títulos em dois anos: Libertadores, Sul-Americana, Recopa (duas), Suruga Bank e Copa Argentina.
O time brasileiro que quiser um técnico argentino agora vai precisar buscar aquele que já anunciou a saída do Rosario Central e a necessidade de deixar o país: Eduardo El Chacho (de ''muchacho'') Coudet, que já disse ''não'' ao Racing.
Coudet fez um excelente trabalho no Central nos últimos dois anos. Foi sua primeira experiência como técnico. É jovem (42 anos, Gallardo tem 40), e até por isso um pouco temperamental demais. Brigou com árbitros e adversários nas finais disputadas e perdidas pelo Central na Copa Argentina (para Boca e River) e ameaçou agredir um jogador do Atlético Nacional quando seu time foi eliminado já nos acréscimos da partida de volta, disputada na Colômbia.
Aposta de risco. Altamente capacitada e altamente explosiva. Querer algo diferente dos argentinos na Argentina de hoje talvez seja ingenuidade, convenhamos.