Patadas y Gambetas

‘Geração fantástica’ pode ser dilacerada por quem a criou: José Pekerman

Tales Torraga

(Por histórias como esta é que a Argentina tem uma seleção maluca e sem igual.)

Pelo que o blog apurou, e pelo que a imprensa argentina também informa com alarde, Di María, Agüero, Higuaín, Mascherano e Zabaleta já assimilaram.

Seus ciclos com a Seleção chegaram ao fim. Ya está. Se acabó.

Os cinco estão ''mentalmente queimados'' pelas finais perdidas e pela horrível realidade que a equipe escancarou no cruel e já histórico baile que levou do Brasil.


Todos seguem na Seleção que amanhã 21h30 enfrenta a Colômbia na Argentina, na província de San Juan. Mas dois deles já foram sacados por Patón Bauza.

Zabaleta perdeu sua vaga na lateral-direita para Gabriel Mercado. E Gonzalo El Pipita Higuaín, atacante de 90 milhões de euros, sai para a entrada de Lucas Pratto.

(Os 11 de Patón contra a Colômbia serão Romero; Mercado, Otamendi, Funes Mori e Mas; Biglia e Mascherano; Messi, Banega e Di María; Pratto.)

A ironia que espera a Seleção nesta terça estará em pé, à beira do campo e do banco de reservas da Colômbia: José Pekerman, técnico argentino responsável pelo ''nascimento'' de Messi, Mascherano, Zabaleta, Di María, Agüero e tantos outros no país que agora enfrenta – e que pode simplesmente dilacerar.

Treinador da Argentina na base (1994-2004) e no time principal (2004-2006), Pekerman lapidou a ''Geração fantástica'' que a Argentina acostumou a mimar.

Era consenso em Buenos Aires até meses atrás.

Liderados por Messi, a atual camada de jogadores argentinos era vista como a melhor da brilhante história do país. E é esta camada que dá a Pekerman todas as pistas: fraquezas valem três pontos para a Colômbia que dirige desde 2012.

A Colômbia é a terceira nesta Eliminatória. Se vencer, afundará a Argentina – só a sexta – em crise cujo destino certo é a troca de técnico e a aposentadoria de vários referentes. Se não aposentadoria, pelo menos um descanso daqueles bem longos.

Mascherano, Higuaín, Di María e Agüero lutam para ter a chance, na Copa do Mundo de 2018, de fazer a revanche definitiva de suas carreiras por tudo o que sofreram no Mundial do Brasil e nas últimas duas Copas Américas ante o Chile.

Todos encaram agora uma realidade dura como uma parede. Querer não é poder.

Os quatro estão bem – em maior ou menor intensidade –  em seus clubes. Mas neste outro departamento chamado seleção argentina, não conseguem render o mesmo que nos times ou que em outros tempos com a camisa azul e branca.

Em uma Argentina cada dia mais fatalista e determinante, esta terça será dia de morte ou renascimento de toda uma era. Dia histórico e comovente, señores.

Y ahora, José?

Vale destacar: Pekerman sempre teve profundas diferenças com os dirigentes da AFA. Por isso ele não aceitou o cargo de treinador da seleção principal quando Daniel Passarella foi demitido em 1998. Por isso ele pediu o boné em 2006 sem se justificar. José é de poucas e objetivas palavras. E muitas (e competentes) ações.

As desta terça são esperadas com especial ansiedade.