Torcida dispara contra Calleri e o culpa pela eliminação argentina
Tales Torraga
Mês e meio depois da cruel derrota para o Chile na Copa América, Buenos Aires voltou a ficar re caliente com o futebol nesta fresca e deliciosa tarde de 18 graus.
Fora da Olimpíada na primeira fase. E eliminada por Honduras!
Se o culpado de então foi Messi, a bola da vez portenha é Jonathan Calleri.
Hoje, como na estreia contra Portugal, ele perdeu gols tidos como fáceis e pouco compatíveis com seu status de artilheiro da Libertadores da América.
Dos comentários mais repetidos pelos irritadíssimos torcedores, o de que ele faz gols difíceis e lindos e perde os simples – caso claro desta Olimpíada brazuca.
Argumentam que tal estilo não tem nada a ver com recurso técnico. São só maneiras sofisticadas de caçar transferências – repetem que seu empresário foi um gênio ao vendê-lo por 10 milhões de dólares ao West Ham e colocá-lo na mira do Barcelona.
Correa, camisa 10 que desperdiçou o pênalti que poderia dar a classificação à Argentina, nem aparece neste radar de fúria. Vá entender.
É claro que a mão pesada em Calleri é desproporcional e novo sintoma do cada vez mais típico e pesado destempero da torcida argentina cansada de sofrer.
O resultado vergonhoso no Rio reflete a total falta de organização da AFA – as seleções de base estavam abandonadas, sem dinheiro nem para comer.
Nos treinos, o técnico Vasco Olarticoechea escalou o time reserva com o…roupeiro!
'Papelão olímpico', crava o ''Olé'', e o tom ácido é seguido pelas TVs e demais portais que castigam forte os dirigentes. Só depois aparecem os jogadores. Os que não foram e os que estiveram em campo e não conseguiram vencer Honduras.
A Argentina chegou ao Brasil no primeiro lugar do ranking da Fifa e com invencibilidade olímpica de 12 vitórias seguidas e sai…vazia. Sem nada.
É um país bipolar demais.
Do ouro da peque (de pequena) Paula Pareto no judô à torre Del Potro.
Do bi seguido com 100% à queda na primeira fase do futebol.
Así, de extremistas y contradictorios, somos los argentinos.