Retratos dos selvagens: Casa Argentina é fechada ao público depois de briga
Tales Torraga
Do RIO DE JANEIRO*
Foi de dentro da Casa Argentina que vimos a épica vitória de Juan Martín del Potro sobre Novak Djokovic – maior momento argentino nesta e nas últimas Olimpíadas.
Era domingo à noite.
Del Potro voltou à quadra na segunda-feira no já famoso jogo paralisado pela briga de um torcedor argentino com um brasileiro.
Ontem, terça (9), a Casa Argentina – nos arredores do Parque Olímpico da Barra, coração dos Jogos – já estava fechada ao público e só permitindo convidados.
Os responsáveis pelo espaço despistam sobre a ligação dos fatos, mas a ordem dos acontecimentos dificulta qualquer raciocínio diferente do resquício pós-briga.
Na noite de domingo, convidavam e acolhiam os brasileiros, como mostra a foto.
Convenhamos: o que há de especial em convidar e acolher brasileiros no Rio?
Espaço de autopromoção que existe, entre outras funções, para gerar negócios bilionários, a casa é modesta e gasta o clichê tango + Obelisco + doce de leite.
Não cita Messi, não cita Borges, não diz ao mundo que a Argentina é intelectualizada e efervescente – até por isso, tão apaixonante.
A casa só informa que os Jogos da Juventude de 2018 serão em Buenos Aires.
Mas para quem se, na maior vitrine mundial chamada Olimpíada, ela está fechada e nem consta na lista oficial das casas temáticas a ser visitadas?
Brasil, mostra tua cara?
Argentina, mostra tua casa.
* Informações de Carol Yada. Coordenadora de eventos e jornalista, integra a organização do tênis da Rio-2016. Trabalhou em eventos também na Argentina