Seleção já conta com a volta de Messi
Tales Torraga
Lionel Messi vai voltar à seleção argentina no máximo em 2017. Apuramos que é com esta previsão que trabalha a comissão técnica comandada por Edgardo Bauza.
Bauza e Messi vão se encontrar na semana que vem em Barcelona. Jamais conversaram pessoalmente. Será a primeira viagem de Patón no novo cargo e sua reverência ao atual capitão da Seleção vai ser notada tanto no deslocamento quanto na sua forma típica de trabalhar: cara a cara, com discrição e sem intermediários.
Messi será o primeiro a se encontrar pessoalmente com Bauza. Depois – só depois, Patón reforça – vai se reunir também com os outros que pretende ter próximo de si.
Dois deles são Mascherano e Higuaín.
Bauza já deixou claro como pretende levar Messi – com a máxima maturidade possível: ''Não vou convencê-lo de nada'', repete. Patón preza pelo trato adulto e descarta paternalismos. O conquistado em campo é respeitado. Jamais adulado.
Jogadores e dirigentes que trabalharam ou trabalham com Bauza o definem como um 'sedutor profissional'. Em bom castelhano, 'un tremendo chamuyero'.
Ressaltam que lhe sobra poder de vestiário. Se está no cargo é muito mais pela sua persuasão sobre Messi do que por qualquer ideia sofisticada de futebol.
Há dois ótimos exemplos de como Bauza entende e maneja bem a cabeça do atleta. Quando ganhou a primeira Libertadores, ficou sozinho e estático no banco de reservas do Maracanã enquanto a LDU superava o Fluminense nos pênaltis.
Em 2014, pelo San Lorenzo, contra o Grêmio, foi ao vestiário antes mesmo da definição – também por pênaltis. ''Já ganhamos'', falava, ria e gesticulava.
Outra referência vinda do San Lorenzo é perfeita para mostrar por que as pessoas próximas a Patón cravam sem rodeios a volta de Messi à seleção argentina.
Bauza chegou ao Ciclón e encontrou pesada resistência dos jogadores. E saiu do time com o status de maior treinador da história. Justamente pela capacidade de convencer os atletas em prol do objetivo comum e então inédito, a Libertadores-14.
Foi esta, inclusive, a tática no casting que o colocou no comando da Seleção.
Bauza e Messi se uniriam também para pregar um bom exemplo. Newell's e Central vivem, de longe, a fase mais violenta da histórica rivalidade de Rosário. A conexão Lio/Patón seria uma missão de paz entre canallas y leprosos abraçada também pelo papa Francisco – fã de Bauza pela Libertadores do San Lorenzo do seu coração.
A volta de Messi à Argentina é trabalhada para ocorrer contra o mesmo Chile para o qual perdeu a Copa América e anunciou sua renúncia. A partida está marcada para março de 2017 em Buenos Aires, mas ir para Rosário seria perfeitamente oportuno.
Bauza antes comandará a Argentina em casa ante Uruguai (1.set), Paraguai (11.out) e Colômbia (15.nov). E fora contra Venezuela (6.set), Peru (6.out) e Brasil (11.nov). A agenda é estimada. As datas de outubro e novembro ainda vão ser oficializadas.