Patadas y Gambetas

O choro que levou Bauza à Seleção

Tales Torraga

Buenos Aires amanheceu muito fria – 4 graus, só o mate salva – e com uma ótima história de Edgardo Bauza para ilustrar sua escolha como técnico da Seleção.

Está na biografia lançada em abril e resgatada pela imprensa portenha.

Bauza foi à Copa de 1990 como último reserva.

Quase sempre de agasalho. Raramente vestido como jogador.

Hoje admite: a oportunidade foi seu primeiro estágio como técnico.

A Argentina perdeu aquela Copa para a Alemanha.

''Estávamos calados, caídos, sofrendo pelo pênalti [1×0 Alemanha depois de lance ilegal aos 40 minutos do segundo tempo admitido por Brehme, autor do gol].''

''Chorávamos. Havia muita reclamação ao juiz, algo muito típico nosso. Mas na verdade, no fundo, eu estava grande [32 anos] e já pensava quase como um técnico. O time se superou. Jogou a final sem Caniggia. E ainda esteve perto de ganhar.''

Bauza no banco argentino em 1983 – ARQUIVO / CLARÍN

''Ali, naquela Copa, tracei minha formação e meu futuro como treinador. Me serviu pela rebeldia argentina de querer ganhar sempre. Lembramos sempre dos jogos contra Iugoslávia e Brasil, que fomos muito mal e ainda assim passamos de fase.''

''Contra a Itália, rendemos um pouco melhor. O time parecia que caía aos pedaços, mas ressurgia pelo espírito que tem o argentino, algo que levei sempre para a vida.''

Está aí, clarito, o que deve se esperar da Argentina de Bauza.

Um time esforçado. Que saiba chorar, sofrer e vencer.

Líricos como Maradona e Kempes estão no passado.


Agora é a vez dos guarda-costas Bauza e Olarticoechea.

Atrás, na foto.

E hoje comandantes da seleção argentina principal e olímpica.