O choro que levou Bauza à Seleção
Tales Torraga
Buenos Aires amanheceu muito fria – 4 graus, só o mate salva – e com uma ótima história de Edgardo Bauza para ilustrar sua escolha como técnico da Seleção.
Está na biografia lançada em abril e resgatada pela imprensa portenha.
Bauza foi à Copa de 1990 como último reserva.
Quase sempre de agasalho. Raramente vestido como jogador.
Hoje admite: a oportunidade foi seu primeiro estágio como técnico.
A Argentina perdeu aquela Copa para a Alemanha.
''Estávamos calados, caídos, sofrendo pelo pênalti [1×0 Alemanha depois de lance ilegal aos 40 minutos do segundo tempo admitido por Brehme, autor do gol].''
''Chorávamos. Havia muita reclamação ao juiz, algo muito típico nosso. Mas na verdade, no fundo, eu estava grande [32 anos] e já pensava quase como um técnico. O time se superou. Jogou a final sem Caniggia. E ainda esteve perto de ganhar.''
''Ali, naquela Copa, tracei minha formação e meu futuro como treinador. Me serviu pela rebeldia argentina de querer ganhar sempre. Lembramos sempre dos jogos contra Iugoslávia e Brasil, que fomos muito mal e ainda assim passamos de fase.''
''Contra a Itália, rendemos um pouco melhor. O time parecia que caía aos pedaços, mas ressurgia pelo espírito que tem o argentino, algo que levei sempre para a vida.''
Está aí, clarito, o que deve se esperar da Argentina de Bauza.
Um time esforçado. Que saiba chorar, sofrer e vencer.
Líricos como Maradona e Kempes estão no passado.
Agora é a vez dos guarda-costas Bauza e Olarticoechea.
Atrás, na foto.
E hoje comandantes da seleção argentina principal e olímpica.