Vestiário do Morumbi teve briga com arma e escudo, detalha goleiro do Tigre
Tales Torraga
Das maiores confusões do futebol recente, a briga que encerrou a final da Sul-Americana em 2012 segue dando o que falar em Buenos Aires. Nesta quinta, Javier García, então goleiro reserva do Tigre, comentou novos detalhes do que aconteceu.
Relembrando: o São Paulo vencia o Tigre no Morumbi por 2×0 ao final do primeiro tempo. Houve confusão no gramado e dois expulsos, Paulo Miranda e Ángel Diáz.
O time argentino desceu ao vestiário e então ocorreu o que foi descrito por García:
“Foi algo que não vivi nunca. Que tenha dez gorilões dentro do vestiário que começam a te bater do nada, nunca vivi”, disse.
“A briga que ocorreu no campo foi algo entre os jogadores. No vestiário, depois, gente de segurança que era ex-barra brava [torcida organizada] veio para cima.”
“Saímos do campo normalmente e, onde entramos, xingaram e bateram. Aí começou uma batalha de uns dez minutos na antessala do vestiário. Todos contra todos. Jogaram extintor de incêndio e madeira, brigamos muito, tudo tinha sangue.”
“O que a gente mais estranhou, e hoje dói ainda mais, é que estava a Conmebol ali. Hoje dói mais pelo que houve com River e Boca, as sanções que tomaram.''
''A única diferença que houve entre a gente e o River é que acertaram a gente na entrada do vestiário. E o River, na saída. O River ficou mais exposto, enquanto tudo o que aconteceu com a gente ficou na parte de dentro.”
“O pessoal da Conmebol nos dizia: ‘tranquilo, o jogo vai seguir’, e parentes nossos nas tribunas estavam sofrendo também, pensávamos que tinha garantia, o árbitro veio e tirou foto do sangue que havia no vestiário, a gente estava sangrando.”
“Quando a gente era maioria contra esses dez ou 15 deles, a polícia desceu o cassetete. Me acertaram com o escudo e começamos a voltar.”
“Sacaram um ferro, a mim me sacaram um revólver.''
Bateram com ele no seu peito?
(Balança a cabeça, respondendo que sim).
O Tigre se recusou a seguir o jogo pelas agressões e pela falta de segurança. O vídeo da entrevista de García está aqui.
Outro lado – ''Não houve constatação de ninguém armado de ambas as partes'', disse à época o Major Gonzaga, chefe da operação da Polícia Militar para apartar a confusão no vestiário. ''Se tivesse sido constatado, com certeza essa pessoa teria sido presa. Não sei de onde eles tiraram essa informação.''
O São Paulo debochou do abandono: ''Eles não iam aguentar e preferiram fazer catimba, isso ficou claro. Acharam que era melhor ir embora. Assim não podemos fazer nada'', falou o então presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio.
* Atualizada às 14h14