Patadas y Gambetas

Boca assegura que Tevez fica e explica por que ele jogou tão mal

Tales Torraga

O Mundo Boca está sem dormir e sem descansar desde a saída da Libertadores na quinta-feira. Discute-se à exaustão o que fez a equipe jogar tão mal e, principalmente, o que ocorre com Tevez, apático e longe de render como esperado.

Juan Carlos Crespi, diretor de futebol do Boca, acompanhou Tevez por todo o tempo e revelou o que o deixou tão abatido: ''Estava muito mal com o roubo ao seu irmão''.

O assalto ocorreu na quarta-feira, na porta da casa de Diego Tevez, 30, em Villa Devoto, bairro portenho de classe média. Dois assaltantes armados em uma moto renderam o irmão do jogador e levaram seu carro, um Passat 2009.

A família é tema sensível para Tevez, que desde que voltou ao Boca, há um ano, faz críticas públicas às complicadas condições sociais e de segurança na Argentina.

Nascido em uma das zonas mais pobres de Buenos Aires, a favela Fuerte Apache, Tevez sofreu bastante em julho de 2014 com o sequestro de seu pai na capital.

Uma iniciativa sua de sair do Boca estaria mais ligada à segurança da família. Carlitos é pai de duas filhas (Florencia, 10, e Katie, 7) e um menino (Lito Junior, 2), e recentemente pediu em casamento sua companheira há 20 anos, Vanesa Mansilla.


O Boca, porém, assegura que Tevez ficará, e que ele é a peça-chave de sempre na reconstrução do time que tentará incorporar os jogadores que precisa, não os que vieram por improvisação de calendário. Tentar ganhar a Libertadores contratando Bou, Zuqui e Benedetto é o argumento mais repetido pelos que apontavam a inapelável soberba bostera diante da 'Libertadores mais fácil que temos em mãos'.

O erro de ontem que colocava o jogador perto do Corinthians não gerou mais que um riso de desprezo em Buenos Aires. Chavo Fucks, biógrafo do jogador, logo publicou no Twitter que Kia Joorabchian não representa Tevez desde 2006 (!).

Os argentinos estão acostumados aos disparates sazonais que insistem em colocar Tevez no Brasil, país ao qual jamais demonstrou vontade pública de retornar desde que saiu do Corinthians, há uma década. Portenhos fanáticos até criaram gíria para grandes mentiras: dizem que tal coisa é ''mais falsa que Tevez no Corinthians''.

Tevez quer paz. Para si e para os seus. E se quiser sair da Argentina, sairá obviamente para onde pode obtê-la. As turbulências de sua passagem pelo Brasil, quando foi agredido pela torcida, dificultam qualquer movimento nesta direção.