Patadas y Gambetas

Reserva nos clubes e recordista na seleção. O curioso caso de Sergio Romero

Tales Torraga

A Argentina joga às 22h30 desta sexta (10) em Chicago contra o humilde e inevitável goleado Panamá. Mas a seleção não deveria se preocupar em conseguir seu 7×1 – e sim em encontrar um goleiro que dê segurança ante rivales en serio.

Famosa pela perfeição dos antigos arqueros, a Argentina há quase 30 anos não conta com luvas à altura de suas escolas. Hoje, Sergio Chiquito Romero é o ocaso.

Não sai da reserva dos clubes desde 2013. E aos 29 anos, com no mínimo mais cinco a jogar, é o goleiro recordista de presenças na história argentina – 74 jogos.

Curioso demais, o caso de Romero.

Argentino ''por centímetros'', nasceu na fronteira seca com Paraná e Santa Catarina.

Fez as divisões de base pelo Independiente e jogou como profissional no rival Racing. Aos 20 anos, foi para o AZ Alkmaar, da Holanda. Com 23, levou 4×0 da Alemanha na Copa de 2010. Em 2011, levou seu mate para a rebaixada Sampdoria. Depois, Mônaco e Manchester United, onde esquenta o banco do espanhol De Gea.

Corre sério risco de ser dispensado pelo recém-chegado técnico José Mourinho.

Indicam que sua continuidade na seleção se dá mais por coleguismo – com Messi e Martino, embora Romero seja titular desde o ciclo Maradona – que por eficiência.


Inútil argumentar seus méritos na Argentina pelas defesas nos pênaltis contra a Holanda na semifinal da Copa. Para muitos, Romero não levou a Argentina à final – e sim a perdeu ao falhar no chute que terminou no gol de Götze no Maracanã.

Os reservas de Romero são Andújar (32, Estudiantes) e Guzmán (30, Tigres-MEX).

Ao menos dois goleiros argentinos hoje estão bem acima de Chiquito: Willy Caballero, Manchester City, e o fantástico Gerónimo Rulli, 24 anos, Real Sociedad.

Rulli é visto como o novo Pato Fillol, último grande goleiro argentino a ser admirado e contratado inclusive pelo equipazo fatal brasileiro contemporâneo, o Flamengo.


Tão bom, pediam seu brilho e suas brigas na seleção até com 40 anos, em 1990.

Os herdeiros das luvas argentinas pós-Fillol: Pumpido (1986), Goycochea (1990), Islas (1994), Roa (1998), Cavallero (2002), Abbondazieri (2006) e agora Romero.

Distinto, El Pato.