‘Tevez apanha quieto. Impressionante’, diz zagueiro que lhe deu pior patada
Tales Torraga
A Libertadores é ainda mais aguda quando Uruguai e Argentina fazem mata-matas.
Grande exemplo virá do Gran Parque Central às 19h30 desta quinta (12) com Nacional x Boca Juniors, faroeste que mobiliza Montevidéu e Buenos Aires há dias.
A partida de ida das quartas-de-final juntará nove Copas conquistadas e dezenas de patadas e raspadas. Bola? Secundária. Mostrar quem é mais macho vai valer mais.
Pau e bolso. Assim o ''Olé'' de hoje define o duelo.
''Bolso'' é o apelido do Nacional. Vem dos antigos uniformes do gigante yorugua.
O pau vai diretamente a quem tem de lidar com ele a vida inteira – Tevez, 32 anos.
Dos zagueiros mais rústicos da Argentina, o paraguaio Gustavo Gómez, do Lanús – 85 quilos, 1m86 e 22 anos -, detalhou o que significa marcar as caneleiras de Tevez.
''Ele não fala nada. É impressionante'', contou. ''Leva de todos lados e simplesmente levanta, busca a bola e vem para cima de novo. Apanha quieto e joga demais.''
Pelas costas, caminhão sem freio, Gómez acertou uma patada histórica em Tevez ano passado: ''Pra contar em todos os churrascos até o fim da vida'', brincou.
''Apanhar quieto'', na verdade, é só para ressaltar o que El Apache não diz. Desde que voltou ao Boca, há dez meses, Tevez tem respondido aos golpes com inédita violência, quebrando a canela de um volante do Argentinos Juniors, Ezequiel Ham, e o maxilar do goleiro do Newell's Old Boys, Ezequiel (também!) Unsaín.
Por esse clima bélico e por essa forma cultural de se jogar com tamanha rispidez, tem ganhado crédito na Argentina a iniciativa do técnico Ricardo La Volpe de se diminuir a quantidade de jogadores – dez em cada time – para melhorar o futebol.
Hay que bajar mil cambios. É fato. Tem de mudar. E muito.
No banco do Boca nesta quinta estará Daniel Osvaldo, finalmente recuperado da fratura no pé. Sua entrada em jogo tão ríspido, depois de 50 dias parado, é incerta.
Montevidéu, 19h30, 8°C.
O mate está pronto e servido. Com água fervendo e erva queimada.
Partido de locos, che.
Nacional: Conde; Fucile, Polenta, Victorino e Espino; Porras, Romero, Fernández e Barcia; López e Ramírez. Técnico: Gustavo Munúa.
Boca: Orion; Peruzzi, Cata Díaz, Insaurralde e Fabra; Meli, Jara e Pablo Pérez; Pavón, Tevez e Carrizo. Técnico: Guillermo Barros Schelotto.
Arbitragem paraguaia: Enrique Cáceres, 42 anos.