Iarley, acolhido com a 10 do Boca: Com certeza jogaria de novo na Argentina
Tales Torraga
Está excelente, o resgate da passagem do zagueiro Luiz Alberto pelo Boca Juniors em 2010 assinado pelos companheiros de UOL Marcello De Vico e Vanderlei Lima.
O isolamento no clube e o conselho de não jogar na Argentina encontram visão oposta em outro brasileiro que brilhou no próprio Boca: o meia-atacante Iarley, campeão mundial em 2003 vestindo a famosa 10 de Tevez, Maradona e Riquelme.
Em entrevista de 2013, com Iarley prestes a parar, disse com ênfase que voltaria a jogar na Argentina: ''Sem dúvida voltaria. Em qualquer time. No Boca, melhor! Mas eu gostei muito da cultura, do país; gosto muito do futebol argentino. A maneira que se disputa, aguerrida, era mais ou menos a minha característica''.
A declaração está na ótima entrevista feita por Caio Brandão no site especializado Futebol Portenho. São (ufa!) 23 perguntas para entender Iarley no Boca de Bianchi.
Sobre o ambiente nos bastidores do Boca, Iarley conta: ''É um pouco de tudo, né, cara? Era um vestiário… Não foge muito do que é um brasileiro. São uns caras muito brincalhões; são caras sérios na hora que têm que ser sérios, mas muito brincalhões, muita brincadeira… Entendeu? Eu tive uma percepção muito rápida disso; então, brincavam comigo, eu brincava com eles''.
''Não ficava sério, porque eles me tinham ali como um saco de pancadas mesmo: 'é o brasileiro'. Mas aí me acolheram como um a mais na família.''
Fez amigos? ''Tenho grande carinho pelo Pato Abbondanzieri, o Schiavi, o Tevez e o Guillermo Schelotto.''
Algum preconceito antes de ir para a Argentina? ''Não, nenhum, nenhum (incisivo)… Os caras que tiveram problema depois de mim tiveram por circunstância ou por deixar que isso acontecesse.''
''Por mais que… Você tem que demonstrar que não, que você é um cara diferente! A torcida adversária vai sempre te xingar. De todo nome! Aí, se ele me diz “ah, negro, não-sei-o-quê”, eu não vou (reagir). “Filho da …” é a mesma coisa, cara!''
''Vai fazer o quê? Isso tem aqui. Durante o nosso próprio Campeonato Brasileiro, a gente vai para os cantos e os caras ficam xingando, chamando de todo jeito…''