Argentino, 44, brilha no Paraguai (que travou Brasil e salvou Corinthians)
Tales Torraga
A Seleção de Ramón Díaz esteve a segundos de vencer o Brasil de Dunga.
Jogadores do país, Romero e Balbuena fizeram os gols da vitória do Corinthians.
O futebol paraguaio que nesta semana complicou a Seleção e salvou o atual campeão nacional tem argentino de 44 anos (!) como destaque na Primeira Divisão.
É Roberto Miguel El Toro Acuña Cabello, meia titular do Rubio Ñu, quarto colocado e firme na briga pelo título do Paraguaio.
Está a quatro pontos do líder, Sol de América, com todo um turno (11 jogos) por vir.
El Toro nasceu em Avellaneda, cidade-quase bairro de Buenos Aires. Fez-se paraguaio e, com Chilavert, Arce e Gamarra, quase tirou a França da Copa de 1998.
Vestiu a 10 também em 2002 – caiu nas oitavas para a de novo finalista Alemanha.
Na Argentina, foi contemporâneo de Maradona no Boca Juniors que defendeu em 1994 e 1995. Jogou também pelo Independiente em 1996 e 1997.
Hoje, integra o Rubio Ñu que tem como goleiro Carlitos Gamarra, 23, filho do zagueiro e seu companheiro de seleção paraguaia Carlos Gamarra.
Acuña não dramatiza. Conforma-se em ser um a mais no grupo. Começa como titular e, óbvio, sai antes do fim. Segue com a raça e a inteligência que marcaram sua carreira. No banco, faz questão de comandar o time ao lado do técnico.
Atribui jogar aos 44 anos aos cuidados da vida ''em ordem'' com a família. Assim que as partidas acabam, se entrega aos verdadeiros vícios: refrigerante e chocolate.
El Toro, impressionante, no ano passado jogava futebol de areia pelo Paraguai. E pode agora ganhar a Primeira Divisão do país pelo modesto clube de Assunção.
Quer parar por cima. Mas enquanto touros mecânicos param, somem, El Toro sigue.