Por separação, árbitro da final da Copa de 2006 deixava de marcar pênaltis
Tales Torraga
Único árbitro a comandar abertura e final da mesma Copa do Mundo, a de 2006, na Alemanha, o argentino Horacio Elizondo reconheceu em livro recém-lançado que problemas conjugais influenciaram o resultado de seus jogos.
''Os pênaltis aconteciam na minha cara e eu pedia: 'Siga, siga''', afirmou Elizondo em 'La Palabra Hecha Pelota', 'A Palavra Feito Bola', de Alejandro Duchini. ''Isso ocorria no meu divórcio, rearmando a vida. (…) Um diretor me disse: 'Você está correndo na área. Fique firme lá. A área é onde as decisões são importantes'.''
''Quando ele me disse 'firme' e 'decisões importantes', veio então o clique de tudo que vivia. Vinha trabalhando na terapia, mas não encontrava a razão dos pênaltis.''
''Por algo que acontecia no gramado, descobri um mistério fora. Quando tomei uma decisão fora, comecei a marcar os pênaltis.''
Elizondo tem 52 anos e pendurou o apito pouco depois de expulsar Zidane em 2006. Até mês passado, era diretor de arbitragem na Federação Paraguaia.
'La Palabra Hecha Pelota' é sensacional – digno exemplar da prosa argentina apreciada em todo o mundo. ''Usamos o futebol como desculpa para falar de outras coisas'', resume o autor. Tem 351 páginas e é vendido aqui.