Pones canciones tristes para sentirte mejor
Tu esencia es más visible
Del mismo dolor
Vendrá un nuevo amanecer
Tal vez colmaban la necesidad
Pero hay vacíos que no pueden llenar
No conocían la profundidad
Hasta que un día no dio para más
Quedabas esperando ecos que no volverán
Flotando entre rechazos
Del mismo dolor
Vendrá un nuevo amanecer
Separarse de la especie
Por algo superior
No es soberbia, es amor
Poder decir adiós es crecer
É com a linda “Adiós“, do gênio Gustavo Cerati, que o Patadas y Gambetas chega ao fim depois de mil postagens nesses inesquecíveis três anos. Foi mesmo uma enorme alegria trazer um pouco da cultura, do futebol e da indomável paixão argentina para o UOL Esporte. A todos, gracias totales – pero totales, eh!??
Adiós!
]]>A grande cara do equívoco deste River foi Pity Martínez, essencial na Libertadores diante do Grêmio e do Boca, perdendo o pênalti que deveria dar a vitória no tempo normal. O juiz também ajudou, importante dizer: um gol do Al Ain foi erradamente anulado por um impedimento que não deveria ser assinalado, pois era um rebote de Nacho Fernández, e não um passe do time árabe.
Outro exemplo da loucura que foi esta eliminação?
Todas as quatro trocas de Marcelo Gallardo foram no meio-campo, com Nacho Fernández, Ponzio, Palacios e Pity saindo para as entradas de Quintero, De La Cruz, Enzo Pérez e Scocco.
(Alguém já viu isso acontecer?)
A situação foi tão fora do comum que o River até fez cera no segundo tempo da prorrogação. Parecia outro time e outros jogadores. A defesa foi o ponto baixo, com erros mil de Montiel, Pinola e Maidana – só Casco se salvou, mas ainda assim merecia ser expulso pelo tanto que bateu. Armani alternou falhas e milagres.
A própria decisão por pênaltis acabou sendo uma surpresa: jamais, em todos os decantados títulos de Gallardo, nunca uma série de cobranças alternadas foi necessária para o River como hoje.
O mapa-múndi do futebol está de cabeça pra baixo. Um time árabe, somando 330 minutos de futebol em seis dias neste Mundial, despachou o Rei da América. Insólito. Especialmente para um River que é considerado um clube de vanguarda na neurociência e na psicologia esportiva.
Os resquícios de um River-Boca são mesmo fulminantes. Basta lembrar o que ocorreu com o Boca de Bianchi em 2004, eliminando o River na semifinal e perdendo a Libertadores para o Once Caldas logo depois.
Fica agora a pergunta:
Ainda teremos um River x Real em Abu Dhabi, mas para decidir o terceiro lugar?
]]>O blog resgata cinco histórias do Millonario no Mundial:
CUSPARADA EM MESSI…
Lionel Messi já registrou até em livro que era torcedor do River Plate em sua infância: fã de Pablo Aimar, costumava gritar com entusiasmo os gols do timaço (Aimar, Saviola, Ortega, Ángel…) que brilhava na Argentina na virada do milênio. O carinho de Messi pelo River o fez “pedir desculpas” à torcida do gigante de Núñez logo depois de marcar o gol que abriu a contagem dos 3 a 0 para o Barcelona na final do Mundial de 2015, disputada em Yokohama, no Japão.
A simpática iniciativa de Lionel não encontrou respaldo nos fanáticos, que cuspiram no astro argentino no aeroporto de Narita. Messi precisou ser contido para não agredir os torcedores que causaram a lamentável cena.
…E SOCO EM MASCHERANO
Outro que esteve muito perto de ser agredido na mesma ocasião foi Javier Mascherano. O volante se safou, mas por pouco. Os mesmos baderneiros que cuspiram em Messi partiram para cima para dar socos do Jefecito com motivo ainda mais absurdo: concentrado no aquecimento, ele não saudou e sequer olhou para a numerosa torcida do River presente ao estádio naquela decisão. “Não queria me abalar psicologicamente”, explicou depois. “Te demos de comer e você nos esnobou, seu h… de p…”, gritavam os torcedores do River no aeroporto, lembrando que Mascherano era um atleta formado no clube.
JUVE ANABOLIZADA
O River perdeu o Mundial de 1996 para uma Juventus que tinha um timaço, com Zinédine Zidane, Alessandro Del Piero, Paolo Montero, Ciro Ferrara e Didier Deschamps, entre outros. A partida estava equilibrada até o gol único de Del Piero, que venceu o goleiro Bonano apenas a nove minutos do fim do tempo normal. Soube-se depois que aquela Juventus estava dopada por usar EPO, uma substância proibida então muito comum no ciclismo.
A UNHA DE GALLEGO…
O River campeão em 1986 contava com um capitão experientíssimo: o defensor Tolo Gallego, da seleção argentina de 1978. Já fora de forma e sem conseguir acompanhar a rapidez dos atacantes do Steaua Bucareste, da Romênia, ele apelou a um recurso que faz parte do extenso livro de atitudes duvidosas do futebol argentino: deixou crescer as unhas das mãos e as afiou para raspá-las na cabeça e na cara dos adversários. Com as mesmas mãos, ergueu o troféu de campeão naquele que é o único título mundial da equipe até hoje.
…E O DESMAIO DE ALONSO
Poucas coisas podem ser tão gloriosas para um jogador de futebol do que dar a volta olímpica em um Mundial. Não foi o que aconteceu com Beto Alonso, o veterano ídolo que integrou o River campeão em 1986. Assim que terminou o jogo, ele relatou uma experiência mística, com o “espírito saindo do corpo”. Assustado, não quis festejar nada, deixando o campo e tendo um rápido desmaio no vestiário.
Logo depois, anunciou aposentadoria. Tinha só 33 anos.
]]>A chegada de Sampaoli ao Brasil é propícia para resgatar este capítulo do livro e projetar o seu trabalho na Baixada Santista em outra perspectiva. Em Buenos Aires, Sampaoli sempre foi chamado de “Pelado Sampa” (o “Careca Sampaoli”).
Agora temos um Pelado en Santos. O Dinho dos Mamonas não faria melhor.
***
Volumes oceânicos de Quilmes, Schneider e outras cervejas diversas já foram consumidos nos botecos mundo afora para animar uma discussão interminável: afinal, qual é o peso da Copa do Mundo no legado de um grande craque? É possível reivindicar um lugar entre os imortais da bola sem ter conquistado um Mundial? A resposta costuma ser positiva quando se fala de figuras como Cruyff, Eusébio, Yashin; afinal, brilhar no palco máximo do futebol defendendo uma seleção que jamais foi campeã é uma façanha por si só. No caso de Lionel Messi, porém, o assunto torna-se bem mais espinhoso – a começar pelo fato de La Pulga ter construído sua notável carreira em meio a incessantes comparações com Diego Maradona.
A versão 1986 do Pibe estabeleceu um parâmetro quase inatingível para Messi nos Mundiais. A cada quatro anos, o torcedor argentino espera a reedição do fenômeno Maradona no México – e imediatamente passa a questionar o conjunto da obra do craque rosarino quando o tri não vem.
Nesse aspecto, a Copa do Mundo de 2018 surge como um momento crítico na trajetória de um dos maiores craques da história. Messi viaja à Rússia com 30 anos. No Catar-2022, é provável que já não tenha o vigor físico capaz de fomentar seu desconcertante estilo de jogo. Sabendo disso, Lio tratou de recrutar um aliado para encarar o desafio monumental de saciar o desejo de conquistas de seu torcedor. Entra em cena um dos mais excêntricos personagens da extensa galeria de tipos raros do futebol argentino: Jorge Luis Sampaoli Moya, ou simplesmente El Pelado Sampa.
O careca muy acelerado que comandará a Argentina na Rússia é o terceiro treinador da seleção no ciclo mundialista de 2018. Depois da saída do vice-campeão Alejandro Sabella em 2014, a AFA já havia sinalizado com uma tentativa de agradar seu principal craque. O cargo foi entregue a Gerardo Tata Martino, ex-meia do Newell’s Old Boys (o clube de infância de Messi) e capitão da equipe derrotada pelo São Paulo de Telê Santana na final da Copa Libertadores de 1992. Aquele time era treinado por Marcelo Bielsa – e Martino foi um dos diversos integrantes do elenco que seguiriam os passos do Loco, investindo na carreira de técnico. Além do Tata, Maurício Pochettino e Eduardo Berizzo foram os discípulos mais bem-sucedidos dentro daquele talentoso grupo.
(…)
Martino saiu, mas não sem antes se vingar de um antigo rival. O Tata não suporta Sampaoli, que estava desempregado e já pintava como o mais cotado a substituí-lo na selección. A inimizade surgira ainda nos tempos em que ambos defendiam as categorias de base do Newell’s. Vítima de uma gravíssima fratura na tíbia, Sampaoli abandonou o futebol aos 19 anos. A rivalidade foi renovada quando ambos passaram a duelar como técnicos. Na decisão da Copa América de 2015, Martino teve de amargar o vice justamente contra seu desafeto. Um ano depois, o Tata daria o troco.
Como a saída de Martino era dada como certa, Sampaoli esperava o convite da AFA. Ao mesmo tempo, tinha proposta para assumir o comando do Sevilla. Sabendo disso, Tata foi adiando o anúncio de sua decisão. Com a temporada europeia prestes a começar, o Sevilla cobrava Sampaoli, que acabou sendo forçado a fazer uma escolha. Na semana seguinte à assinatura de contrato do Pelado Sampa com o clube espanhol, Martino oficializava sua saída. Xeque-mate.
A sabotagem do Tata acabou fazendo que o cargo caísse no colo de outro rosarino. Mas se Martino e Sampaoli cresceram entre os leprosos do Newell’s, Edgardo Patón Bauza tinha alma canalla, tendo construído uma fortíssima identificação com o Rosario Central, clube de sua infância e agremiação de que virou ídolo. Atuava como zagueiro central, com mestrado e doutorado em patadas. Bauza fazia bom trabalho no São Paulo, onde apesar do frequente entra e sai de jogadores alcançou a semifinal da Libertadores de 2016. Como o circo da AFA assustava os melhores nomes para a função preferiam continuar empregados por seus clubes –, a oportunidade bateu à porta de Bauza, que topou na hora. Duraria menos de um ano no cargo.
(…)
O escolhido para comandar Messi na Copa da Rússia chegou à seleção com a chancela do próprio craque. Acredita-se que as conversas entre Sampaoli, Messi e Mascherano tenham começado antes mesmo que Patón recebesse o bilhete azul. O lobby do Pulga neutralizou as críticas de diversas personalidades importantes do futebol argentino, a começar por Maradona. “Sampaoli não conhece mais do que Bauza. Se você joga uma bola para Sampaoli, ele te devolve com a mão”, disparou. “O que ele ganhou até hoje? É muita fumaça para pouco fogo”, concordou Carlos Bilardo.
César Luis Menotti disse gostar da proposta de jogo do Pelado, mas afirmou que Sampaoli chegara à seleção “de maneira obscura, o que não é bom”. O próprio Patón alfinetou publicamente o sucessor pelas tratativas de bastidores que o levariam ao cargo: “Eu sabia havia vários meses que ele vinha falando com alguns dirigentes. Não me parece ético, mas a ética sempre perde no futebol”.
Sampaoli não se abateu com as controvérsias. Acostumado a se reinventar, buscou ouvir outros técnicos e se disse aberto às suas ideias dentro do projeto de recuperação da equipe nacional. Filho de policial e ex-caixa do Banco Santa Fe (fanático pelo River Plate, foi demitido ao discutir com um torcedor do Boca na agência), ele apostava nas experiências acumuladas numa vida inteira de obsessão pelo futebol.
Nesse aspecto, é uma cópia do Loco Bielsa, talvez sua maior referência. O Loco, por sinal, é um dos poucos defensores de Sampaoli na Argentina. Num congresso organizado pela CBF, fez um elogio que deve ter mexido com a já bagunçada cabeça do Pelado: “Sampaoli não é meu discípulo. Primeiro, porque esse termo não combina com o que penso. E segundo, porque acho que ele é melhor que eu”.
O trabalho de Sampaoli à frente da seleção ainda não avalizou as palavras de Bielsa. Penou para colocar a Argentina na Copa, empatando com a Venezuela no Monumental e com o Peru na Bombonera e carimbando o passaporte apenas na rodada derradeira, com uma vitória por 3 a 1 sobre o Equador, com triplete de Messi diante de um rival extremamente desanimado.
Se já não era unanimidade na Argentina pelo que mostrou em campo, Sampaoli aumentou seu número de detratores ao humilhar um policial na saída do casamento de sua filha, Sabrina, em Casilda, sua cidade natal. O técnico estava num Ford Focus abarrotado por sete pessoas. Quando o policial parou o veículo e pediu que alguns dos passageiros descessem por motivo de segurança, Sampaoli teve de ser contido para não agredir o agente e ainda soltou uma frase lastimável: “Idiota, você ganha cem pesos por mês, estúpido!”
O filósofo e jornalista Miguel Wiñazki botou o dedo na ferida: “Sampaoli tem uma frase de Che Guevara tatuada no braço e fala assim do salário de alguém. É um falso”. A AFA o manteve no cargo, apesar de, àquela altura, ele já ter torrado a paciência dos cartolas (hiperativo demais, recebeu o apelido de Chispita, “Faisquinha”). Faltasse mais tempo para o Mundial, possivelmente teria sido demitido.
No escucho y sigo, porque mucho de lo que está prohibido me hace vivir. A frase, trecho da canção Prohibido, da banda Callejeros, está tatuada no antebraço esquerdo de Jorge Sampaoli, e ilustra não apenas seu fanatismo pelo rock argentino como também seu temperamento loco. O Pelado, por sinal, é muito amigo de Pato Fontanet, vocalista dos Callejeros, banda envolvida na tragédia que matou quase 200 pessoas num incêndio na casa de shows República Cromañon, em Buenos Aires, em 2004. Fontanet foi preso depois de ter sido julgado um dos responsáveis pela catástrofe – e, atrás das grades na prisão de Ezeiza, recebeu a visita de Sampaoli, que liderava uma campanha por sua soltura. As peripécias do Pelado começaram a chamar atenção desde os primeiros trabalhos como técnico. Enquanto treinava o Alumni, de Casilda, na várzea de Rosário, se pendurou numa árvore atrás do campo ao ser expulso e seguiu comandando sua equipe, aos berros. É fanático por corrida e musculação, atividades que pratica ouvindo gravações de velhas palestras de Bielsa. Assim como seu ídolo, é capaz de falar sobre futebol 24 horas por dia – e isso vem desde a adolescência. “Jorge era insuportável. Andava sozinho repetindo escalações em voz alta”, contou um antigo vizinho em entrevista a um canal argentino.
Só que mesmo sua obsessão pela bola não impediu um dos grandes desastres da história recente da seleção. No último amistoso antes da convocação para a Copa, a Argentina – desfalcada de Messi, machucado – foi colocada na roda pela Espanha em Madri: 6 a 1. A avalanche de críticas na imprensa argentina (onde Sampaoli foi chamado, entre outras coisas, de “cagão”, “papudo” e vendehumo, gíria para o sujeito que “fala muito e pouco faz”) se seguiu a um diagnóstico preocupante de Jorge Valdano: “O clima na seleção é o mais negativo desde 1958”, observou, lembrando de outro 6 a 1, aquele que tirou a Argentina da Copa logo na primeira fase, diante da Tchecoslováquia.
O baile de Madri ocorreu poucas semanas antes do lançamento de um livro com as ideias futebolísticas do Pelado. Além do péssimo timing para a chegada do volume às livrarias, a obra repercutiu pela exaltação imoderada do futebol argentino. Em Mis Latidos (“Minhas batidas”, em tradução livre, título de uma composição de Pato Fontanet), Sampaoli afirma que o futebol praticado em seu país é “historicamente o melhor do mundo”: “As raízes argentinas não se comparam às de nenhuma outra nação”.
O argumento causa um inevitável estranhamento por ser defendido enquanto a seleção completa um quarto de século sem vencer rigorosamente nada. Chamou atenção também a defesa de uma visão instintiva e improvisada do esporte, na contramão do que fazem algumas das melhores equipes da atualidade. “Se planejo, eu me coloco no lugar de quem trabalha num escritório. O futebol não se estuda: se vive e se sente. Eu sou da rua, e negar isso é impossível”, diz o técnico. “É estranho que tenham colocado em mim o rótulo de uma pessoa que planeja. Nunca fui estudioso. Nem na escola, nem na faculdade, nem no curso de treinador. Eu não consigo ler um livro. Viro duas páginas e já fico entediado. Escrevo três coisas em um papel e me canso.”
Sampaoli também já sinaliza desde já que não tem a menor intenção de domar os impulsos de seus comandados, ainda que a cabeça quente tenha prejudicado a Argentina em várias de suas campanhas recentes. “A Alemanha não ganhou porque foi melhor que a Argentina em 2014. Ganhou porque foi mais fria. Se o futebol for assim, saio do esporte. Vou tentar brigar da minha maneira.” Em outro trecho do livro, Sampaoli deixa evidente o tamanho do fardo que Lionel Messi carregará nos ombros quando subir aos gramados da Rússia. “Botaram contra a cabeça dele uma arma chamada Copa do Mundo. Se não vence, atiram e o matam.”
Ao Pelado e ao Pulga, uma boa viagem a Moscou.
]]>A princípio, as datas designadas para a Recopa de 2019 seriam 20 de fevereiro e 6 de março, com a finalíssima ocorrendo no Monumental de Núñez, mesmo com a confusão envolvendo a torcida do River na decisão da Libertadores adiada e mandada a Madri. A Conmebol agora trabalha com a final única sendo realizada em 2 de março, com sede ainda a definir.
Tal mudança segue a tendência do continente em realizar finais em partidas únicas, enterrando o formato de ida e volta. A Libertadores 2019 já sabe que terá sua decisão realizada em Santiago, no Chile, e o mesmo vai ocorrer com a Sul-Americana, que conhecerá seu campeão da próxima temporada em Lima, no Peru.
O River conquistou a Recopa em 2015 e 2016, contra San Lorenzo (da Argentina) e Independiente Santa Fe (da Colômbia). O atual campeão é o Grêmio, que superou o Independiente nos pênaltis em Porto Alegre em fevereiro.
]]>Schelotto tem negociações avançadas com o Atlanta United, atual campeão da MLS, cujo técnico Tata Martino já acertou sua saída da equipe e sua chegada à seleção do México. Nem bem terminou a decisão da Libertadores, uma frenética troca de mensagens entre dirigentes e empresários já abriu as negociações para escolher o seu substituto – pelo que o blog apurou, o grande favorito é o ex-goleador Martín Palermo, hoje com 45 anos, que deixou o Unión Espãnola, do Chile, e conta com o apoio da maioria dos cartolas e dos torcedores do clube xeneize.
Apenas um único receio pode impedir o rápido acerto entre Palermo e o Boca: o clube adquiriu uma espécie de trauma com ex-jogadores como técnicos, pois Rodolfo Arruabarrena e o próprio Guillermo Barros Schelotto não conseguiram ir além dos títulos nacionais.
O elenco também já é repensado, mediante o câmbio desfavorável do dólar na Argentina.
O Boca está desesperado para negociar, por um preço satisfatório, o atacante Cristian Pavón e os volantes Wilmar Barrios (expulso ontem) e Nahitan Nández . O meia Edwin Cardona, que nem no banco ficou, é outro que está com os dias contados. Os atacantes Mauro Zárate e Darío Benedetto também devem deixar o clube, e Benedetto já tem até conversas adiantadas para atuar na MLS.
Por fim, Tevez: um dos mais golpeados depois da derrota de ontem, ele havia prometido se aposentar caso o Boca fosse campeão. Daniel Angelici, presidente do clube e seu amigo próximo, já lhe pediu para jogar mais um ano, até para ajudar a reacomodar a equipe depois da traumática virada do River. Se sua paciência durar até lá, Carlitos deve fazer um anúncio oficial até o Natal.
]]>O placar somado de 5 a 3 talvez esconda o quão complicada foi a final. A conquista será certamente questionada: pelo caso Gallardo, pelo caso Zuculini, pelos piedrazos no Monumental. Mas se algo faltava para cravar este tetra nas estranhas do torcedor do River era a virada que sacramentou a conquista deste domingo no Bernabéu – um confronto pobre do visto de vista técnico, mas que revalidou a entrega e o oportunismo deste River na “final mais longa do mundo”.
O desejo dos mais sensatos em Buenos Aires era para que a decisão não chegasse aos pênaltis, tamanha a crueldade em se colocar na pele do jogador responsável pelo erro e pela definição do título com tamanho drama. O papel de vilão, porém, foi antecipado para a prorrogação e para a expulsão de Wilmar Barrios, do Boca.
Que ironia: um dos grandes nomes do futebol colombiano do momento, Barrios saiu de campo e abriu espaço para outro colombiano entrar para a história como herói, o meia Juanfer Quintero.
O River parecia liquidado contra o Independiente, e reagiu; parecia eliminado ante o Grêmio, e reagiu. Parecia derrotado pelo Boca na final. E atinge agora o seu cume.
Este River não é um exemplo de técnica – mas sim um exemplo de mística, de raça e de um descomunal Marcelo Gallardo que já faz por merecer, aos 42 anos, um espaço no rol dos maiores técnicos argentinos de todos os tempos.
Impresionante. Este River não era copeiro até 2014. Chegou o Muñeco Gallardo. E igualou as duas conquistas erguidas de Libertadores antes da sua chegada. O rebaixamento para a Série B foi definitivamente enterrado hoje. Ya está.
“Supo sufrir para después gozar”, dizem por aqui. O campeão da única final 100% argentina da Libertadores não poderia mesmo ser outro que não este River Plate.
]]>(O país movimenta este domingo como se fosse um jogo de Copa do Mundo. As pessoas marcam os tradicionais programas dominicais para antes ou depois do jogo, jamais durante, como costuma ocorrer nos Mundiais.)
Em campo, o clima é péssimo, com os jogadores trocando farpas e melindres. Em Madri, a torcida do River inventou um cântico chamado “Al cobarde de Tevez” (“Para o covarde do Tevez”) que virou um sucesso instantâneo, questionando o cancelamento da partida do Monumental.
Neste cenário de animosidade, um jogador de largo passado pelo futebol brasileiro será muy exigido tanto na missão de acalmar os companheiros quanto furar a defesa rival. Estamos falando de Lucas Pratto, que ganhou uma importância inesperada para esta decisão.
O primeiro ponto é exatamente este, o mental. Pratto é tido pelo técnico Marcelo Gallardo como um dos seus jogadores mais serenos, que pensam mais no grupo. Neste domingo, o atacante será uma espécie de sub-capitão do volante Leonardo Ponzio, e em alguns momentos é capaz que Pratto assuma as rédeas na condução do grupo – Ponzio está muito irritado com os jogadores do Boca e pode sair de si com uma facilidade maior do que o afável Oso Lucas – “urso” (“oso“) é o apelido de Pratto pelo seu biótipo.
Outro ponto que força Pratto a ter uma tarde dos sonhos é a falta de opções ofensivas do River Plate. O colombiano Santos Borré, que vinha sendo seu companheiro, está suspenso por três amarelos. E é quase certo que Pratto será o único atacante do River, pois Nacho Scocco está praticamente descartado, com lesão na panturrilha. A opção entre os reservas será o juvenil Julián Álvarez, de 18 anos, uma promessa, mas obviamente muito cru para partidas como esta.
A condição “solo” de Pratto contrasta com o superataque do Boca. O técnico Guillermo Barros Schelotto sinalizou que vai jogar com dois centroavantes como titulares: Wanchope Ábila e Darío Benedetto, além do recuperado Cristian Pavón. Alternativas para mudar o jogo? Muitas. Tevez, Zárate e Cardona, para ficarmos só em três, sem esquecer também do rápido Villa e do técnico Almendra.
E o River não tem nada. Aí o título pode ser definido.
Pratto terá, portanto, uma tripla função. 1) Acalmar os companheiros; 2) Combater a defesa xeneize; 3) Buscar o gol. Lucas foi a contratação mais cara da história do River, custando R$ 48,5 milhões. Em caso de título millonario, ele vai poder dizer que custou até barato.
Sua condição neste domingo é mesmo sui generis. Perdendo, poderá sempre argumentar a falta de companhia. Ganhando, assume muito provavelmente um protagonismo que ninguém esperava. Quem agradece é o São Paulo: o título de Pratto nesta Libertadores renderá um bônus de 1 milhão de euros (R$ 4,3 milhões) aos cofres tricolores.
]]>Suas opiniões que circulam neste fim de semana no jornal espanhol “As” merecem ser conhecidas, linha por linha. Confira:
“A partida deveria ser jogada no mesmo dia em que estava estipulada, e no próprio estádio do River. Me apedrejaram também quando eu ia no ônibus do Barcelona para jogar contra o Espanyol [Menotti treinou o Barça em 1983 e 1984]. Isso não quer dizer que eu não o condene, mas essas coisas sempre acontecem devido às pessoas que não estão em seu juízo normal. Mas não é o suficiente para desrespeitar as 60.000 pessoas que estavam desde as seis da manhã esperando na cancha do River para comprar a sua entrada; família com crianças, uns 30% vêm do interior, haviam reservado hotel, tomado um ônibus para chegar à capital….”
“É um fim de ano lamentável, muito lamentável, mas o mundo dos negócios está devorando tudo. A decadência da ‘desculturização’ é tremenda e não fazemos nada para corrigi-la. A arrecadação de dinheiro vale mais que o conteúdo, e assim vamos.”
“Se eu estivesse sentado em um dos bancos como treinador, nem participaria desta final. Vocês me ouviriam mais irritado que agora. Em toda minha trajetória, sempre respeitei as pessoas, e essa palavra está voando. Não posso entender que este jogo, que era honorífico para o futebol argentino, se jogue fora da Argentina. Me parece uma falta de respeito que, por quatro pessoas que apedrejaram um ônibus, se jogue em qualquer outro cenário que não seja o estádio do River. Não falo isso porque é na Espanha, e sim em qualquer outro lugar. O único que espero é que seja uma festa para os espanhóis e que não aconteça nada estranho, porque para os argentinos não será nenhuma festa.”
]]>Hoje comentarista do Fox Sports na Argentina, Ruggeri é um dos especialistas mais procurados para falar da decisão que será disputada às 17h30 (de Brasília) deste domingo (9) no Santiago Bernabéu. E em entrevista nesta quinta-feira à Rádio La Red, de Buenos Aires, o ex-zagueiro afirmou que nem bem Marcelo Gallardo pisou em Madri, já fez questão de se encontrar com o também argentino Santiago Solari, atual técnico do Real. Solari e Gallardo jogaram juntos no River entre 1996 e 1998 e conservam boa relação até hoje.
“Os clássicos são vencidos em detalhes”, analisou Ruggeri. “Quem vai colocar os gandulas? O Real. Eles são de Solari. Pronto. Gallardo já falou com ele. Se sou o Gallardo, eu até concentro o Solari comigo, levo para jantar, faço de tudo para insistir nas orientações. Você não vê que os gandulas do River no Monumental têm um ritmo diferente se vão ganhando ou perdendo?”, seguiu.
A análise de Ruggeri sobre Gallardo foi extensa e elogiosa: “Este time tanto presta atenção aos detalhes que é só perceber que, quando há uma falta, o jogador do River não coloca a bola no chão, ele entrega na mão do adversário para não sofrer uma surpresa. A Copa América de 1993 ganhamos com um lateral”, concluiu.
Gallardo segue suspenso pela Conmebol e não vai poder comandar o River no banco de reservas do Bernabéu. Resta saber se a ajuda de Solari será limitada aos gandulas ou se o atual técnico do Real dará também uma mãozinha ao comandante do River para driblar a sua ausência no gramado e no vestiário.
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