Patadas y Gambetas

Hoje rivais, Maradona e Chilavert quase jogaram Copa juntos pela Argentina

Tales Torraga

Diego Maradona e José Luis Chilavert são os dois maiores inimigos do futebol atual, com pesadas trocas de farpas envolvendo drogas, posições políticas e até o sobrepeso do ex-goleiro. O que poucos sabem é que ambos estiveram bem perto de jogar uma Copa do Mundo juntos pela seleção argentina – a de 1990, na Itália.

Maradona e Chilavert se cumprimentam no histórico Vélez 5 a 1 Boca de 1996 – Clarín/Reprodução

Muito antes de virar um mito no Vélez Sarsfield, tirando do São Paulo a Libertadores de 1994 em pleno Morumbi, Chilavert foi goleiro do San Lorenzo entre as temporadas de 1985 e 1988. E um dos seus grandes admiradores era Carlos Bilardo, então técnico da seleção argentina. Nesta semana, em meio à avalanche de insultos a Maradona, Chilavert relembrou ao jornal ''La Nación'' algo que poucos sabiam em Buenos Aires: ele esteve perto de ceder aos esforços de Bilardo para que se naturalizasse argentino e defendesse a seleção na Copa do Mundo de 1990.

O goleiro titular da Argentina naquele Mundial era o pouco confiável Pumpido, que tomou um frango logo na estreia contra Camarões e quebrou a perna no segundo jogo, contra a União Soviética, cedendo lugar ao ainda mais limitado Goycochea.

(Como na seleção argentina até o que é certo acaba sendo escrito por linhas tortas, Goyco virou o herói do país naquele Mundial ao classificar a Argentina à decisão depois de eliminar o Brasil e de pegar pênaltis nas dramáticas cobranças contra a Iugoslávia, nas quartas, e contra a anfitriã Itália na épica semifinal de Nápoles.)

Sabendo que Chilavert estava a um passo da Argentina, a seleção do Paraguai tratou de antecipar sua convocação: ele estreou com a camisa do seu país de origem aos 24 anos, em 1989. Só jogaria uma Copa do Mundo em 1998. Saber o que ele e Maradona – e o zagueiro Cabezón Ruggeri, outro enorme desafeto do goleiro – poderiam fazer juntos em 1990 e 1994 é o exercício da vez entre os portenhos que gostam – e como gostam, ¡porfavor! – de falar sobre futebol.

A opinião corrente, pelo menos entre aqueles que estão sempre ao redor do blog, é que a Argentina – ¡por supuesto! – ganharia as duas Copas –  a dos EUA, inclusive, parando o Brasil nos pênaltis, a especialidade de Chilavert. E que o ''É Tetra!'' de Galvão Bueno em 1994 seria, afinal, para a Argentina, jamais para o Brasil.

Vocês concordam?