Patadas y Gambetas

Mascherano diz que errou ao brigar com Marcelinho: “Pecados da juventude”

Tales Torraga

Poucos se lembram, mas Javier Mascherano, que vai fazer 34 anos em junho, chegou ao Corinthians com apenas 21, em 2005. Era un pendejo. Um fedelho. Em 2006, aos 22, já com uma Copa do Mundo como titular da seleção argentina, trocou patadas com Marcelinho Carioca – de 35 – e abandonou um treino no Parque São Jorge, jogando o colete no chão e deixando o técnico Geninho falando sozinho. O argentino foi contido por Paulo Almeida, peça-chave para a briga ficar só naquilo.

Briga parou na capa do jornal ''Olé'' de 11.ago.2006 – Reprodução

Mascherano acaba de relembrar o ocorrido à revista portenha ''El Gráfico'' e não tem vergonha em admitir o erro. ''Sair do treino, depois das patadas no Marcelinho, foi um pecado da juventude. Totalmente. Era um momento em que as coisas no Corinthians não estavam bem nem comigo e nem com Tevez, mas eu não deveria reagir assim. Errei. Nos deram uns dias de suspensão. Foi justo.''

O Corinthians naquele instante brigava para não cair para a Série B, e o que ruiu na verdade foi a permanência de Tevez e Mascherano no clube. Ambos saíram logo depois da chegada do técnico Emerson Leão, ainda naquele agosto de 2006.

Mascherano falou também que escondeu uma lesão ao chegar ao Brasil – este sim um grave pecado, prejudicando o clube e quase lhe custando a Copa do Mundo.

''Saí do River e o Corinthians estava em pleno campeonato. Não parei. Meu pé começou a doer, e eu comecei a mancar. No princípio, doía só nos últimos minutos de cada jogo. Depois, a dor foi aumentando e incomodando no intervalo. Depois, chegava em casa e não podia caminhar. Era uma dor terrível na frente do pé, mas não queria dizer nada no clube pela obrigação que sentia: era recém-chegado, gastaram muito dinheiro comigo.''

(Foram US$ 15 milhões. Tevez havia custado US$ 19 milhões.)

''Em um jogo contra o Inter, estirei a coxa por correr desestabilizado e pedi ao médico para fazer um estudo do pé, e aí saiu uma necrose terrível. Por não parar, veio esta fratura por estresse, o osso queria se curar e eu não deixava. Operei na Argentina e parei por oito meses. Voltei no tempo exato para a Copa de 2006.''