Patadas y Gambetas

Lanús traça ‘invasão’ a Porto Alegre e faz alerta para brigas e fraudes

Tales Torraga

A torcida do Lanús está enlouquecida como nunca. E a prova disso foi dada ontem, na sede do clube, quando os fanáticos acamparam e madrugaram para assegurar um dos 4.000 ingressos disponibilizados pelo Grêmio para a primeira final da Libertadores contra o Grêmio, no próximo dia 22, em Porto Alegre.

As entradas voaram. Custaram 1.230 pesos (R$ 205), e a maioria fechou o pacote com a empresa de ônibus que já trabalha com a equipe. A excursão total custa 4.000 pesos (R$ 666). Calcula-se em Lanús que mais de 30 ônibus vão percorrer as 20 horas de viagem entre o município argentino e a capital gaúcha. Há também três aviões separados para levar os torcedores, e muitos outros vão de carro.

É aí que está o perigo.

Uma das recomendações da diretoria do Lanús ao seu torcedor é evitar viajar sem ingresso: algo que obviamente entra por um ouvido e sai pelo outro. Em Buenos Aires, estão bem frescas a verdadeira balbúrdia que foi o jogo da seleção argentina contra a Nigéria na Copa do Mundo de 2014, no Beira-Rio. Cerca de 100.000 torcedores cruzaram a fronteira, e só 10.000 deles tinham entrada, desatando uma série de assaltos e problemas nos arredores do estádio.

Predomina na Argentina a cultura da ''avivada'', com os torcedores furando bloqueios policiais e forçando a entrada no estádio sem pagar. Tais invasões kamikases, ''a lo loco'', como dizem, são complicadas de ser postas em prática – no exterior ainda mais, mas inadaptados de sempre se arriscam.

Há duas semanas, um desses loucos tentou varar a Bombonera e ficou entalado.

Torcedor tenta invadir a Bombonera – Olé/Reprodução

Outro alerta repetido na busca por ingressos desta quarta foi o risco de confrontos com a polícia. O torcedor argentino costuma repetir sempre que o policial brasileiro ''não alivia'', e há um certo fetiche alardeado pelos brigões que se testam diante de tal polícia. É bem fácil lembrar das brigas com os torcedores do River Plate no Morumbi em 2005 ou, mais recente, os problemas que o Independiente teve na Arena Condá na Sul-Americana do ano passado, contra a Chapecoense.