Patadas y Gambetas

Sem euforia: o 2017 de Messi pela seleção é preocupante

Tales Torraga

Lionel Messi está de férias da seleção até março. Liberado do amistoso de terça (14) contra a Nigéria, o gênio volta ao Barcelona com a sensação de ter jogado, por estranho que pareça, um 2017 abaixo do esperado com a camisa azul e branca.

Messi se livra de Kuzyaev – Olé/Reprodução

O 1 a 0 – gol de Agüero – contra a Rússia neste sábado (11), na inauguração do Estádio Luzhniki, foi um retrato do que foi o ''Messi Argentina 2017'': boas ações e inteligência, mas sempre muito longe da contundência não do Barcelona – mas de outros anos e sob o comando de outros técnicos pela própria seleção.

Messi jogou sete partidas com a Argentina neste 2017 e fez quatro gols. Um de pênalti inexistente contra o Chile e três naquele jogo – que na verdade não foi um jogo – contra um Equador já eliminado e que não via a hora de sair de campo. Este 3×1 segue muy hablado em Buenos Aires – até Diego Maradona, hoje ''homem Fifa'', levantou suspeitas de que houve sim marmelada para a Argentina ir à Copa.

A média de gols de Messi neste 2017 com a Argentina é de 0,57 gols por jogo. Bem abaixo, por exemplo dos 8 gols em 11 jogos de 2016 (média de 0,67) ou dos 12 gols em 9 jogos de 2012 (1,33). O número é só um exemplo do que foi sua performance tanto com Bauza como com Sampaoli. Lio esteve sem companheiros à altura e ameaçou muito pouco, mesmo brilhando em uma ou outra partida – que suas melhores atuações tenham sido contra seleções anêmicas como Venezuela e Equador mostram muy claro que este nível é insuficiente para ir bem no Mundial.

As rodas de conversa em Buenos Aires discutem sem fim se esta versão ''1.7'' de Messi já não é um sinal do passar do tempo e da sua perda natural de vigor. Em 2018, ele abre seu 13º ano de serviços prestados à seleção, e é normal que haja um declínio que já parece ter chegado – embora haja um contraponto importante.

Messi no chão ante a Rússia – AFA/Divulgação

Messi – que locura – está sob o comando do oitavo treinador diferente na Argentina. Pela ordem: Pékerman, Basile, Maradona, Batista, Sabella, Martino, Bauza e Sampaoli. De todos, Sampaoli é com quem Lionel se dá melhor, e há uma série de cuidados para mimá-lo e preservá-lo, como mostra esta ausência contra a Nigéria, um pouco contraditória mediante o discurso comum de todos os treinadores de seleções que reclamam da falta de treinos e jogos para entrosar suas equipes.

''Uma Copa são 30 dias e nada mais'', costuma repetir El Cholo Simeone. Quando jovem, Messi escutava isso e lamentava a falta de uma segunda chance. Agora, aos 30, demonstrando cansaço aqui e ali, talvez este tiro curto e único lhe favoreça.