Patadas y Gambetas

Boca quer cansar o São Paulo na negociação por Centurión

Tales Torraga

''Quando a gente se apressa, paga mais caro. Os anos te dão a vantagem de saber que o mercado de passes termina só em 27 de agosto. Não vamos nos pressionar pela imprensa e pela ansiedade de ver quem os rivais estão contratando.''

A frase de Daniel Angelici, presidente do Boca Juniors, em entrevista ao diário ''Olé'' nesta segunda-feira (3), é um sinal bem claro também ao São Paulo, que viu neste fim de semana o fim do empréstimo de Ricardo Centurión ao clube portenho.

O São Paulo pede 6,3 milhões de dólares (cerca de R$ 20,16 milhões) por Centurión. O Boca aceita pagar 5 milhões de dólares (R$ 16 milhões) pelo jogador para tê-lo em definitivo, mas a preferência do clube xeneize é por um novo empréstimo até o fim do ano.

A negociação com o São Paulo também foi abordada na conversa com o ''Olé'': ''Eles [o São Paulo] dizem que só aceitam vendê-lo, mas nós vamos voltar a conversar''. Assim, sem reticências, sem detalhar muito uma tática que o presidente do Boca vem adotando também como diretor da AFA. Foram os constantes adiamentos e a famosa ''empurrada com a barriga'' que fizeram a associação economizar importantes milhões na saída de Jorge Sampaoli do Sevilla.

A semana passada contou também com a forte circulação do rumor de um novo escândalo extra-campo de Centurión. Irritado pela música na festa para os jogadores do Boca em uma boate no bairro de Palermo, ele teria saído na mão com o DJ  ele e o Boca negaram tudo.

A sempre bem-informada ESPN portenha chegou a cravar que o clube, com este novo episódio, sairia oficialmente das negociações por Centurión – mudança de rumo que o presidente Angelici nega pessoalmente com esta entrevista ao ''Olé''.

A relação entre Angelici e Sampaoli na AFA é também um trunfo para o Boca.

O treinador da seleção é um admirador confesso do futebol de Centurión, e só mesmo uma grande reviravolta vai impedir que ele seja convocado nas próximas listas armadas pelo Pelado Sampa. A possibilidade do chamado é 1) um enorme motivo para o jogador se disciplinar; e 2) uma turbinada no valor futuro de negociação definitiva, seja Centurión pertencendo ao Boca ou ainda ao São Paulo.