Patadas y Gambetas

Centurión causa briga e apanha em goleada do Boca
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Tales Torraga

Na mesmíssima tarde em que seu ex-clube, o São Paulo, perdeu pela 11ª vez no Brasileiro, Ricardo Centurión foi destaque na Argentina para o bem e para o mal.

Fazendo um gol (o terceiro) e tendo boa atuação com o placar já 4×1 para o Boca Juniors sobre o Quilmes na Bombonera, ele começou a 'pentear' a bola em ataque pela esquerda. A firula não foi bem recebida: um zagueiro (Maxi González) lhe pegou uma patada violenta, e outro (Bottino) pisou na sua cara no chão.

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As agressões (vídeo aqui) no final do primeiro tempo causaram tumulto generalizado, mas sem expulsos – caso raro de goleada e 22 em campo até o fim.

Centurión seguiu no gramado até 18 minutos do segundo tempo, quando deu lugar a Betancur. Os outros três gols do Boca foram marcados por Benedetto, que se redimiu das más atuações até esta quarta rodada do Campeonato Argentino.


Por que Icardi está longe da Seleção
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Tales Torraga

Seis gols em cinco jogos no Campeonato Italiano.

A fase é espetacular. Mas Mauro Icardi, artilheiro e capitão da Inter de Milão com meros 23 anos, não é um jogador de fases. Toda sua carreira é de altíssimo nível.

A cada gol, coloca as mãos atrás dos ouvidos.

Em Buenos Aires, o gesto tem óbvia interpretação: 'Patón, espero seu chamado'.


Para que isso ocorra, há pesadas portas a abrir. Hoje estão bem cerradas.

O primeiro motivo da ausência de Icardi da Seleção é a atual safra de atacantes argentinos, a mais espetacular da história. Sem pensar muito, 11: Dybala, Higuaín, Di María, Lavezzi, Ábila, Alario, Pratto, Lamela, Gaitán, Correa, Mudo Vázquez.

Icardi é espetacular? Os outros também são.

A segunda razão é mais secreta e bem mais sensível.

Todos sabem: Icardi era amigo próximo do casal Maxi López e Wanda Nara, e hoje é ele quem está com Wanda – para aversão de muitos jogadores argentinos.

Uma das piadas mais comuns em Buenos Aires é tratar uma pessoa que mente dizendo que ela 'tem menos códigos que Icardi'. Muy feo, eh?

Os amigos de Maxi López, claro, não dividem ambiente com Icardi.

E o principal caso é o de Javier Mascherano, o Jefecito.

Masche e Maxi são muito chegados. Nasceram juntos para o futebol no River e deixaram o clube no mesmo 2005: Maxi, no Barcelona; Masche, no Corinthians.


Desnecessário falar da importância de Mascherano na Seleção. Em pouco tempo, será o recordista de jogos na história. É o líder do grupo – bem acima até de Messi.

Este cenário bloqueia as chances de Icardi. ''O grupo não fecha a janela a ninguém'', disse Bauza nesta semana, garantindo o atacante da Inter no radar.

Mas sacrificar a convivência, e com tantos outros bons atacantes à disposição, não é nada provável até aqui, principalmente a um esperto canchero como Bauza.

Tais rejeições – craques fora, queremos paz – são constantes na Seleção. Dois exemplos: Tevez na última Copa. E Ramón Díaz, desafeto de Maradona, em 1990.

Icardi foi chamado uma vez para a Seleção: Eliminatórias-2013, com Sabella. Tinha só 20 anos. Veio 2014 e o cruce Wanda/Maxi. E nenhuma chance desde então.


‘Maldição de Palermo’ assombra o Boca
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Tales Torraga

Palermo / Parou / O Boca acabou.

O cântico não existe em espanhol, mas a gozação que a torcida do Santos ouviu por décadas seria perfeita para o momento do Boca Juniors. Ninguém se apropriou da histórica camisa 9 depois do adeus de Martín El Titán Palermo em 2011.


Bastante tripudiado fora da Argentina, Palermo está acima de Maradona e Riquelme para boa parte da torcida do Boca. Fez 236 gols oficiais e é o maior artilheiro da história do clube. E os sucessores sofrem para chegar a 10% da sua produção.

O artilheiro xeneize na Era D.P (Depois de Palermo) é Lucas Viatri, 31 gols em 133 jogos entre 2007 e 2013. Viatri hoje está no Estudiantes de La Plata.

Na sequência vêm Jonathan Calleri (23 gols em 61 jogos), Emmanuel Gigliotti (22 em também 61) e Santiago Silva. El Tanque, esperança de gols do Boca que perdeu a Libertadores de 2012 para o Corinthians, anotou 19 em 55 jogos.

A lista inclui também, com quantidade inferior, o aposentado Daniel Loco Osvaldo, Nicolás Blandi (hoje no San Lorenzo), o são-paulino Andrés Chávez e Darío Cvitanich (vendido para a França e atualmente no Miami FC).

A esperança da vez é outro Darío, este acima, Darío Benedetto, ex-América-MEX.

Bostero fanático, tem até uma tatuagem com o escudo. Fez, no último domingo, sua sexta partida pelo Boca, a quarta como titular. O rendimento é fraco: só marcou um mísero gol, contra o nanico Santamarina, pela Copa Argentina.

Tevez, mais para camisa 10 que para 9, soma 19 gols nesta volta ao time (45 jogos). Por xingar o juiz, ainda precisa cumprir mais duas partidas de suspensão.

O próximo capítulo desta busca por gols será na Bombonera às 18 horas deste domingo contra o Quilmes. É bom o ataque caprichar. A gastada do momento nas calles de Buenos Aires é chamar a torcida do Boca de 'viúvas do Palermo'.

E está bem difícil rebater.


Paixão de Guardiola pela Argentina vira livro
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Tales Torraga

Apaixonado pela Argentina. A conexão do técnico Pep Guardiola com o país virou o livro Che Pep. Escrito por Vicente Muglia, jornalista do ''Olé'', a obra custa R$ 63 e tem 298 páginas. Chegou esta semana às livrarias portenhas e está à venda aqui.

Os dois traços argentinos que cativaram Guardiola ainda jovem: 1) caráter; 2) paixão por futebol. O livro narra vários encontros seus com mentes preparadíssimas como Jorge Valdano, Gabriel Batistuta e o técnico de vôlei Julio Velasco –  só três nomes.

É interessante também a descrição das viagens que Guardiola fez ao Qatar (para encontrar Caniggia) e, principalmente, para a Argentina para falar com seus dois ídolos, César Menotti e Marcelo Bielsa – ele e o Loco passaram dias numa fazenda.

Guardiola reforça sempre que Bielsa foi o melhor treinador que conheceu. E que a Argentina de 2002 é uma das suas referências de bom jogo, apesar do desastroso resultado. A Argentina caiu fora daquela Copa logo na primeira fase. Venceu a Nigéria (1×0), perdeu para a Inglaterra (0x1) e empatou (1×1) com a Suécia.


A obra traz também diversas análises de técnicos argentinos sobre o trabalho de Guardiola. Dois dos nove treinadores que opinam são Tata Martino e Gabriel Milito.

Futebol à parte, o trecho mais interessante do livro trata da paixão de Guardiola pela literatura argentina – é fanático por Operação Massacre, de Rodolfo Walsh – e como Pep, pessoalmente, ajudou na investigação do acidente de trânsito que matou o jornalista argentino Jorge Topo López durante a Copa do Mundo do Brasil.

Nesta semana, Mano Menezes defendeu – quase implorou por – uma análise mais profunda sobre os técnicos no Brasil. Tal análise inclui saber bem o que coloca a Argentina sozinha, líder, debochando, no topo do Primeiro Mundo do saber.

Superando até a Europa. Fijate: Argentina >> Europa.

Óbvio. O orgulho brasileiro precisa permitir.


Matthäus: “A Copa de 90 foi dada de presente à Alemanha. Não foi pênalti”
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Tales Torraga

Lenda do futebol alemão, Lotthar Matthäus está em Buenos Aires para divulgar a Bundesliga. E soltou nesta madrugada a frase que voltou a machucar a Argentina como no lance de 26 anos atrás: ''A Alemanha conquistou de presente a Copa de 1990. O pênalti dado pelo juiz não existiu'', contou, sincericida, à FOX Sports.

A jogada polêmica de 1990 ocorreu aos 39 minutos do segundo tempo da final Alemanha x Argentina. Em ataque pela direita, Rudi Völler 'cavou' o pênalti diante do zagueiro Roberto Sensini, e o árbitro uruguaio naturalizado mexicano Edgardo Codesal o marcou. No gol de Brehme, Alemanha campeã: 1×0.

A Argentina chora esta Copa perdida até hoje. Diego Maradona escreveu em sua recente biografia que fora avisado na véspera por Julio Grondona (presidente da AFA) que a final já estava 'comprada' pelos alemães. O craque – nu – precisou ser contido no vestiário para não trocar socos com o dirigente de então 59 anos.

Matthäus está com 55 anos e é 'senhor-propaganda' da liga alemã e de outras empresas de seu país. Jogou as duas finais de Copa contra a Argentina, em 1986 e em 1990. Perdeu a primeira por 3×2, no México.

Para ele, aquele Mundial marcou a maior de todas as exibições.

''Jamais vi alguém fazer o que Maradona fez naquela Copa. Falar de 1986 é falar do que fez Maradona''. Matthaus viu de perto, como prova esta foto.

Ele, caído.

Maradona, a caminho do título que a Argentina não veria mais depois dali.


‘Ele não falou mais comigo’, diz jogador quebrado por Tevez há um ano
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Tales Torraga

Uma bola dividida e uma nova vida a partir de então.

Há exatamente um ano, o volante Ezequiel Ham teve a canela quebrada por Carlitos Tevez no brutal lance em que o juiz nem falta deu. A disputa ocorreu no ríspido Argentinos Juniors 1×3 Boca Juniors válido pelo Campeonato Argentino.


A tensão foi tamanha que Tevez precisou ser escoltado pela polícia para não apanhar dos torcedores e demais atletas do Argentinos Juniors depois do jogo.

Carlitos ligou e visitou Ham no hospital. Depois, não teve mais contato com o volante de hoje 22 anos. ''Tevez não falou mais comigo, mas sem rancor, com ele tento deixar tudo bem'', contou Ezequiel – sereno e sem aparentar mágoas.

Um ano depois, ele ainda não voltou a jogar normalmente.

Semana passada, foi titular pela primeira vez na Reserva, categoria que dá ritmo aos atletas que não são titulares. ''Não dormi na véspera e chorei de alegria em campo. Tenho medo, claro, mas logo pego confiança'', disse Ham à TV TyC Sports.

Terminou 6×2 para o Argentinos Juniors contra o Deportivo Español. O Argentinos caiu para a Série B, e Ham segue longe do time principal.

Tevez, um ano depois da dividida, está impedido de jogar pelo Boca.

Por xingar um juiz, pegou suspensão de três jogos.

Por quebrar Ham, não sofreu punição alguma.


Análise: Por que a Argentina faz final e o Brasil é 2ª Divisão no tênis?
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Tales Torraga

Os vizinhos Brasil e Argentina são de mundos diferentes no tênis.

O domingo comprova. Enquanto a Argentina alcançou a quinta final de Copa Davis de sua história, o Brasil foi arrasado e vai seguir na Segunda Divisão.

Fiesta argentina, tristeza brasileira – Juan Tessone e Cristiano Andujar/CBT

O que explica a disparidade?

Conversamos com o argentino Esteban Espinosa, treinador e diretor de clube em Buenos Aires. Ele trabalhou também no Brasil até dois anos atrás. Em quatro pontos, suas principais impressões sobre as diferenças que o domingo escancarou.

Raça. Os tenistas na Argentina se matam. Têm muita garra. Vêm de famílias mais pobres, então fazem sacrifícios enormes. Para ser bom aqui, precisa realmente se matar. Junta tudo: o frio, a chuva, a pouca comida, o mau estado das quadras, do equipamento…Aqui, nem pegador de bola tem. Os 'sobreviventes' são especialistas em superação. Quando jogam no exterior, voam em quadra.

Cultura. A Argentina tem ídolos no tênis desde 2000. E esses ídolos movimentam demais o mercado interno. Todos ganham: empresas, academias, jogadores. O Brasil desperdiçou a chance do Guga. Ao contrário da Argentina. Há muitos livros, muitos debates e muito conhecimento circulando. Os argentinos gostam muito de tênis e ainda mais de falar. Isso gera conflitos e desgasta. Mas faz o tênis crescer.

(Abaixo, a vibração no centro de Buenos Aires com a vitória de Del Potro contra Murray na sexta-feira. Coisa parecida no Brasil? Talvez só com Guga. E olhe lá.)

Casualidade. É sempre bom lembrar que a Argentina esteve muito perto de cair para a Repescagem no ano passado. E vencida justamente pelo Brasil. Desde então, passou a trabalhar bem em equipe, algo novo e até surpreendente, e contou com o retorno do excelente Del Potro. Sem ele, nem passaria da segunda rodada.Coragem.  A Copa Davis é como a seleção de futebol. Há as pressões dos clubes e a pressão por jogar na Seleção. A seleção argentina em qualquer esporte é um caldeirão infernal. A Argentina possui hoje tenistas mais capazes que o Brasil para corresponder a esta exigência. O Daniel Orsanic (capitão argentino na Davis) foi corajoso e fez boas escolhas. O Brasil tem ótimos jogadores. Mas ainda sofre para achar esta química que a Davis exige. E que a Argentina só encontrou depois de sofrer com tantos egos que impediram melhores resultados.

Esteban Espinosa (no meio, com Guillermo Vilas e Gabriel Markus, ex-top 40), é diretor do clube Los Cedros, em Buenos Aires, e treina tenistas de vários países.

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Corinthians x Palmeiras mais famoso na Argentina teve craques e briga
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Tales Torraga

A Argentina adora, conhece e respeita o futebol do Brasil.

Mas isso não significa parar para ver os jogos do Campeonato Brasileiro.

Há 11 anos, foi diferente. E é preciso olhar para o Corinthians para entender.

Bancado pelos dólares da MSI, a equipe contava com Tevez e Mascherano, as duas então enormes revelações de Boca Juniors e River Plate. Boca e River dominam a Argentina: suas torcidas correspondem a cerca de 75% do país.

Corinthians e Flamengo não são nem metade disso. Somam 32% do Brasil.

Tevez e Mascherano jogaram juntos no Corinthians pela primeira vez na fria tarde de domingo de 10 de julho de 2005  – e justamente contra o Palmeiras no Morumbi.

(Com 40.000 pagantes e espaços divididos às torcidas. Como isso pôde terminar?).

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O Corinthians x Palmeiras foi sucesso de atenção em Buenos Aires – até porque todos os grandes estavam de folga no Campeonato Argentino.

Na TV, TyC Sports e ESPN transmitiram o jogo ao vivo e em teipe para toda a Argentina. E havia sim bastante interesse pelo que se passava no Morumbi.

Menos por Corinthians e Palmeiras; mais, óbvio, por Tevez e Mascherano.

Os grandes jornais retrataram tal relevância.

Saíram longas matérias do jogo no ''Olé'', ''Clarín'' e ''La Nación'' – especialmente pela estreia de Mascherano. Destacavam seu caráter –''Mal chegou e o técnico Márcio Bittencourt já o prepara para ser o capitão…'' – e o valor desembolsado pela MSI: 15 milhões de dólares, cobrindo ofertas da Itália, Espanha e Inglaterra.

Mascherano fez a estreia sonhada. O Corinthians venceu por 3×1 e baile. Tevez e companhia controlaram o jogo e detonaram a ira contrária. Teve briga entre Carlitos e o lateral palmeirense Baiano, outro ex-Boca, que acusou o 10 de ter lhe cuspido.

O clássico ganhou espaço até na primeira página do “Olé” da segunda-feira com Baiano 'louco pelo baile que tomou'. Bom futebol e calentura. Bien argentino.


Como ganharia capa também aquele confuso título brasileiro do Corinthians.

Tevez mais que brilhou – foi o 'Rei do Brasil', a versão 2005 de Maradona no Napoli por sua transcendência no time e por toda a loucura desatada pela torcida no Brasil.

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Mascherano pouco jogou naquele Brasileiro: só nove partidas até quebrar o pé.

Hoje, Mascherano (128) e Tevez (76), somadas as participações de cada um, têm 204 jogos pela seleção argentina. É um número que dá boa dimensão da dupla.

É mais, por exemplo, que Pelé (115) e Zico (83) – 198 – pela seleção brasileira.

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Rival cospe na cara de Gabriel Milito, que não reage
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Tales Torraga

O que leva uma pessoa a cuspir na cara da outra?

Pergunte a Lautaro Acosta, atacante do Lanús.


E o que explica a calma de quem leva esta cusparada na capa e não reage?

Quem pode dizer é Gabriel Milito, técnico do Independiente.

Acosta e o treinador – que jogava em casa – iniciaram ríspida conversa no fim do Independiente 1×0 Lanús que classificou o Rojo na Copa Sul-Americana.

Acosta cuspiu na cara de Milito, ali perto da costeleta, como mostra a TV.

Milito não quis tocar no assunto: ''O que se passa no campo, fica no campo''.

Técnico do Lanús, Jorge Almirón tomou as dores do atacante e também buscou Milito. Ambos trabalharam juntos no Independiente no ano passado: Almirón no time principal; Gabriel, na base. Gabi, 36 anos, é 'aquele': ex-zagueiro e companheiro de Messi e Ronaldinho no Barcelona, e irmão mais novo de Diego Milito.

O Lanús diz ter sido provocado pelo técnico rival. Almirón ameaçou com raiva: ''Que ele não venha mariconear. Logo vamos nos ver cara a cara''.

Ao longo da quinta (o jogo foi na noite de quarta), recuou e se desculpou pelo tom.

Ao contrário de um ajudante seu: ''Quando um técnico falta com o respeito com o rival, ultrapassa uma linha. De aí não se volta, por mais que lhe enxerguem como gente boa'', postou no Twitter. Lautaro Acosta, 28, foi o único a não dar sua versão.

O Independiente de Milito é o adversário da Chapecoense nas oitavas-de-final da Copa Sul-Americana. A partida de ida será jogada em Avellaneda na próxima quarta (21); a volta, em Chapecó na semana seguinte.


‘A maioria dos jogadores fuma’, diz ex-técnico do Boca
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Tales Torraga

O jogo duro e a habilidade são as duas principais faces do futebol argentino. Daí o blog ser ''Patadas y Gambetas''. Mas ele bem poderia ser o ''Tragadas y Gambetas''.

Quem explica a ligação das tragadas com o futebol é Vasco Arruabarrena, técnico que comandou o Boca Juniors até março: ''A maioria dos jogadores fuma. Grande parte, pelo menos. Cabe ao treinador estabelecer o limite'', declarou ao ''Olé''.

''Comigo, ninguém fumava no vestiário. Tínhamos vários jovens da base. Os mais velhos não queriam dar mau exemplo'', seguiu o hoje técnico do Al Wasl, dos Emirados Árabes. ''No carro ou em casa, faziam o que queriam. Os treinadores sabem tudo. Até quem come chocolate. Cabe ao treinador forçar a relação ou não.''

Muito comentadas em Buenos Aires, as declarações resgataram a saída de Loco Osvaldo do Boca. O atacante foi expulso do time em maio por fumar no vestiário.

O treinador já não era Arruabarrena – e sim o muy serio Guillermo Barros Schelotto.


A Argentina fuma muito mais cigarro que o Brasil. As metrópoles brasileiras que lideram este ranking são Porto Alegre (16%) e São Paulo (14%). A prefeitura de Buenos Aires diz que 32% dos adultos na capital são fumantes. Puro humo, loco!

Aplicando a média em uma partida do Argentino: dos 22 jogadores, 7 ou 8 fumariam.

A conta está longe de ser enganosa. A Argentina olha com naturalidade para os cigarros no futebol. Os mais antigos lembram de César Luis Menotti, de pucho em punho, dando instruções aos seus jogadores na Seleção do país entre 1974 e 1982.

Abaixo, com Passarella, outro notório atleta fumante – era ainda o 'Grande Capitão'.

A Argentina que eliminou o Brasil e foi vice na Copa de 1990 também estava repleta de fumantes, como conta Diego Maradona em história igualmente famosa na capital.

Há no país a ideia não tão velada de que, além do tabaco, há muitos atletas adeptos da maconha – embora a droga acuse doping normalmente na Argentina.

A cultura cannabica em Buenos Aires é massiva. E como o tabaco, encarada sem grandes tensões. Há até revistas especializadas. A mais conhecida é a THC.

A publicação revelou que Ariel Garcé, zagueiro levado por Maradona para a Copa de 2010, era defensor ferrenho também dos 'porros', os cigarros de maconha.

Caso famoso como o de Garcé é o de Sandro Guzmán. Goleiro do Boca e do Vélez nos anos 90, ele largou o futebol em 1997 para se dedicar à cultura rastafari.