Patadas y Gambetas

Opinão: Scaloni faz o que Sampaoli, Bauza e Martino não tiveram coragem

Tales Torraga

Não se sabe por quanto tempo Lionel Scaloni estará à frente da seleção. Mas a Argentina que joga a partir de 0h (de Brasília) deste sábado (8) contra a Guatemala, não se sabe se por vontade própria ou por pedido dos dirigentes, é o que deveria ser a Argentina depois da final perdida para a Alemanha em 2014. A esperada e necessária renovação chegou. Aleluya! Ela nunca ocorreu até aqui. Gerardo Martino (em menor medida), Edgardo Bauza e Jorge Sampaoli não se animaram.

Lionel Scaloni, técnico interino da Argentina – AFA/Divulgação

Lionel Messi não foi convocado, assim como Javier Mascherano, Lucas Biglia, Gonzalo Higuaín, Sergio Agüero e Ángel Di María, todos importantíssimos em seus clubes, mas de escasso aporte na seleção. A ausência deles marca um antes e depois, em que pese os jogos contra a Guatemala e contra a Colômbia, na próxima terça, ambos nos Estados Unidos, sejam quase insignificantes.

Mas o termômetro desta renovação não é só quem está fora, mas sim quem aparece entre os 29  convocados. Há espaço para confirmações como Armani, Acuña, Tagliafico, Funes Mori, Meza e Pavón. Mas também para aqueles que Sampaoli não conseguiu embalar na equipe que foi a Rússia, como é o caso de Dybala, Lo Celso e Paredes, assim como os preteridos de última hora, como Mauro Icardi, Lautaro Martínez e Germán Pezzella.

O futebol local também foi acariciado. Estão Alan Franco, Di Plácido, Bustos, o Monito Vargas, Exequiel Palacios e Pity Martínez, mostrando que haverá espaço para aqueles que se destacam nos duros gramados nacionais, e tal análise vale também para o gremista Kannemann, um dos melhores zagueiros em atividade no Brasil já há um bom tempo.

É preciso ver agora se o próximo técnico, aquele que vai surgir depois do término do ''ciclo por tempo indeterminado de Scaloni'', vai continuar a revitalizar a seleção. Está claro: o treinador do Sub-20 assumiu a tarefa mais pesada, e o custo a se pagar é nulo. Bem diferente  de Martino, Bauza e Sampaoli, que ficariam muito mais expostos por tomar este tipo de decisão. Ojo: o tempo não lhes deu razão. A postura conservadora custou caro.

O primeiro passo foi dado. E quem deu foi Scaloni, o selecionador menos pensado. Do outro lado não havia nenhum precipício. Só era necessário ter coragem para avançar.

* Com o fenómeno Martín Voodg, em Buenos Aires