Patadas y Gambetas

Argentina é a mais velha das 32 seleções, e idade pode ser fatal para o tri

Tales Torraga

A decisão de Jorge Sampaoli de chamar Enzo Pérez para o lugar do lesionado Manu Lanzini gerou um dado que rende (ainda mais) discussão nas casas e nos cafés de Buenos Aires nesta quarta-feira (13) fria e chuvosa: a Argentina será simplesmente a seleção com a média de idade mais elevada do Mundial da Rússia.

Lionel Messi e companhia terão amanhã, na abertura do Mundial, média de idade de 29 anos, seis meses e 24 dias, deixando para trás a Costa Rica por um único dia. O cenário não é inédito. A troca de Lanzini (25) por Pérez (31) repete o Brasil-2014, quando a Argentina também foi a mais velha – 28 anos, 11 meses e seis dias.

Agüero, Messi e Sampaoli nas fotos oficiais – AFA/Divulgação

O time que está na Rússia é também a Argentina mais velha de todas as Copas.

Uma das frases mais repetidas pelos argentinos para contextualizar este problema na Rússia foi proferida pelo Cholo Simeone, técnico do Atlético de Madri: ''A Copa são quatro semanas e nada mais''. E este período de alta exigência física vai levar ao limite uma seleção que já está avariada antes mesmo de começar a jogar. Gabriel Mercado se recupera de lesão nas costas, e os estados físicos de Ever Banega, Huevo Acuña, Lucas Biglia e Kun Agüero também despertam cuidados.

(Isso sem falar no cenário mais que repetido da ''lesão da cabeça'', com o corpo acusando o altíssimo estresse mental, como ocorre hoje com Di María e Agüero e ocorreu no passado com o Ratón Ayala em 2002 e o Pájaro Caniggia em 1994.)

A falta de renovação da Argentina é escancarada por um dado em especial: mesmo com esta idade tão elevada, só nove dos 23 jogadores já têm experiência em Copas. É sintomático demais que atletas como Gabriel Mercado (31), Cristian Ansaldi (31), Federico Fazio (31) e, principalmente, os arqueros Armani (31), Guzmán (32) e Caballero (36) façam sua estreia em Copas já com tal bagagem.

O mais jovem do atual elenco argentino é Giovani Lo Celso (22 anos, nascido em 9 de abril), seguido de perto por Cristian Pavón (22 anos, nascido em 21 de janeiro), e no outro extremo aparece Caballero (36 anos, nasceu em 28 de setembro de 1981).

Os que estão abaixo da média de idade da Argentina na Rússia são: Marcos Rojo (28), Nicolás Tagliafico (25), Huevo Acuña (26), Maximiliano Meza (26) e Eduardo Salvio (27), além de Pavón e Lo Celso, ambos com 22.

No Brasil-14, a Argentina também contava com vários medalhões: Campagnaro (33), Maxi Rodríguez (33), Demichelis (33), Orion (32), Palacio (32), Andújar (30), Basanta (30),  Zabaleta (29), Lavezzi (30), Fernando Gago (28) e Augusto Fernández (27) foram convocados há quatro anos, mas não estão na Rússia.

A Alemanha que ergueu a Copa no Maracanã tinha média de 26 anos e 144 dias, contra 28 anos, 11 meses e 6 dias dos argentinos.

Os dez times com as maiores médias de idade na Rússia-2018:

1) Argentina: 29 anos, 6 meses e 24 dias
2) Costa Rica: 29 anos, 6 meses e 23 dias
3) ​México: 29 anos, 4 meses e 13 dias
4) Panamá: 29 anos, 4 meses e 13 dias
5) Egipto: 28 anos, 11 meses e 24 dias
6) Rússia: 28 anos, 10 meses e 3 dias
7) Arábia Saudita: 28 anos, 8 meses e 24 dias
8) Brasil: 28 anos, 7 meses e 8 dias
9) Islandia: 28 anos, 7 meses e 1 dia
10) Japão: 28 anos, 7 meses e 11 dias