Patadas y Gambetas

Messi diz que Mundial da Rússia não será seu último

Tales Torraga

Em meio à balbúrdia argentina com o cancelamento do amistoso contra Israel, o blog apurou que Lionel Messi, em suas horas livres na concentração em Barcelona, fala abertamente aos seus companheiros de seleção que a Copa do Mundo da Rússia não será sua última – e que, sim, ele jogaria no Catar-2022, aos 35 anos.

Messi sorri com Di María – AFA/Divulgação

Mesmo um fracasso azul e branco neste Mundial não representaria um golpe nas ambições do craque do Barcelona em atuar também daqui a quatro anos. ''Dono da seleção'', como Jorge Sampaoli sempre enfatiza, Messi poderia simplesmente dar uma pausa e retomar adiante o seu vínculo com a equipe – como já insinuou, por exemplo, depois de perder o pênalti e a final da Copa América de 2016.

O mesmo raciocínio se aplica no caso de uma improvável volta olímpica argentina na Rússia. Lio a princípio não cogitaria ''parar por cima'' e encerrar ali a sua história azul e branca – na sua mente há espaço sim para mais emoções (e cifrões, claro).

Além da ambição esportiva e da sua notória paixão por simplesmente jogar bola, há também o componente financeiro. Messi sabe que a Copa do Mundo de 2022, a primeira realizada no mundo arábe, será sustentada pela sua presença – e ele não está disposto a deixar de lado a promessa de tantos bons negócios.  O próprio ''não'' a Jerusalém dado ontem é um sintoma mais do que claro do seu interesse em nutrir boas relações com os árabes. O ''La Nación'' que circula de hoje em Buenos Aires é certeiro: Messi ganhou o Mundial do Catar quatro anos antes de jogá-lo.

A questão física tampouco seria um grande inconveniente. Lio não sofreu lesões graves em sua carreira e está se cuidando apropriadamente para estender sua permanência nos gramados até quando bem entender. Convenhamos: ter 35 anos no esporte de alto rendimento não é nem de longe uma idade proibitiva, vide os exemplos de Manu Ginóbili (40) e Roger Federer (36). A questão é apenas dosar as cargas, cuidar do corpo e encher o bolso. Messi, assim, seria o primeiro argentino a jogar cinco Copas do Mundo. Ele já disputou as de 2006, 2010 e 2014, e somaria as de 2018 e 2022. O recordista do país é Diego Armando Maradona, que mesmo cortado de 1978 atuou em quatro Mundiais: 1982, 1986, 1990 e 1994.

* Se a reta final de preparação serve para ajustar a equipe, ainda mais um time tão desentrosado como esta Argentina, o que se vê na seleção é realmente o caos no que deveria ser básico, como a agenda e as viagens. O amistoso de Israel foi cancelado, e os dirigentes correram atrás de outro adversário para preencher a data. Os jogadores prefiram evitar os rivais desastrados e os riscos de lesões. Assim, a Argentina viaja a Moscou no próprio sábado – sem jogar contra ninguém.

** Importantíssimo: Sampaoli e companhia vão estrear na Copa do Mundo sem disputar um jogo sério desde 27 de março, dois meses e meio atrás, quando foram atropelados pela Espanha no já histórico 6 a 1 de Madri.

*** Mantida a cota argentina de incertezas e improvisos na preparação para este Mundial, está mais do que justificado o ''Copa Loca'' como título do livro que vamos apresentar às 19h desta quinta (7) no Che Bárbaro da Vila Madalena. Todos são muy bienvenidos e podem saber tudo sobre o lançamento aqui. Nos vemos, eh?!