Patadas y Gambetas

A nova (e enorme) preocupação da seleção argentina

Tales Torraga

Jorge Sampaoli descansa em Casilda, sua cidade-natal, mas sua careca nos últimos dias passou a fervilhar com uma preocupação essencial para a Copa do Mundo do ano que vem: a seleção argentina fecha 2017 simplesmente sem goleiro.

A fase do atual titular, Sergio Romero, é tétrica. Nesta semana, o Manchester United perdeu por 2 a 1 para o Bristol City, da segunda divisão, e foi eliminado da Copa da Liga Inglesa. Esta era a única competição que Romero disputava pelo clube. E o que é pior: o argentino falhou feio no segundo gol e jamais saiu do banco de reservas tanto pelo Campeonato Inglês quanto pela Liga dos Campeões.

O dono do posto é o espanhol David de Gea.

Sampaoli sempre teve Romero como titular, mas tal certeza deixou de existir.

Aos amigos, o treinador já fala abertamente que pretende testar Nahuel Guzmán, campeão mexicano com o Tigres e titular absoluto da equipe. Outras opções citadas por Sampaoli são Agustín Marchesín (do Santos Laguna e eleito melhor goleiro no México pelo segundo ano seguido) e Gerónimo Rulli, da Real Sociedad.

Que loucura: desde a chegada ao United, em 2015, Romero teve mais presença na seleção do que no clube. Ele fez 36 partidas pela Argentina, contra 33 em três temporadas pelos Diabos Vermelhos. É difícil questionar o papel do goleiro pela seleção. Ele fez uma ótima Copa em 2014, e não há nenhum outro arqueiro que desponte com um nível que permita tirá-lo da equipe sem maiores reflexões.

Romero também vive um dilema: sair do United e pegar ritmo para a Copa do Mundo? Ou seguir no clube inglês recebendo 1,5 milhão de euros por temporada?

Os leitores do blog sabem bem da nossa opinião sobre a decantada ''escola argentina de goleiros'': ela jamais existiu. E é curioso que o problema da seleção ocorra numa data importante para o maior goleiro da história do país, o inigualável Pato Fillol – o excelente e muy amable Amadeo Carrizo que nos perdoe.

Fillol x Maradona em 1980 – Olé/Reprodução

Fillol despediu-se do futebol há exatos 27 anos. Tinha 40, e jogava pelo Vélez. Ninguém pendurou as luvas como ele: no Monumental, contra o River pelo qual brilhou, defendendo um pênalti e impedindo o título argentino do clube de Núñez.

''Foi o melhor goleiro que vi'', postou ontem Diego Armando Maradona.

Nós também, Diez. Nós também…