Patadas y Gambetas

Risco de tragédia ameaça semifinal entre Lanús e River

Tales Torraga

De hoje não passa. A Argentina já conta os minutos para a decisão entre Lanús e River Plate, às 22h15 (de Brasília) desta terça (31), em Lanús, nos arredores de Buenos Aires. A semifinal de ida, semana passada, no Monumental de Núñez, terminou 1×0 para o River, mas o assunto que domina as conversas portenhas tem pouco a ver com o futebol – e mais com a loucura das torcidas e dos dirigentes.

Lanús e River brigam para ir à final da Libertadores – Olé/Reprodução

De maneira incompreensível, o Lanús colocou à venda as entradas para um setor do estádio para não-sócios, e todas elas foram compradas pelos torcedores do River. A torcida visitante não está permitida nesta semifinal – apenas os ''neutros'', uma forma de camuflar os controles policiais e ajudar, claro, o time mandante a faturar mais vendendo as entradas ''neutras'' por um preço maior que o normal.

É obviamente impossível ser ''neutro'' em uma semifinal de Libertadores na Argentina, onde tudo é feito no limite da paixão, rivalidade e desorganização.

O governo federal entrou na jogada. O órgão responsável pela segurança dos estádios foi destacado para cuidar de perto desta questão, mas as iniciativas foram desastradas: ''Que os torcedores do River não estejam em Lanús, porque há sim o risco de passarem muito mal'', declarou Juan Manuel Lugones, da Aprevide (Agencia de Prevencion de la Violencia en el Deporte). A ameaça – em vez da tentativa de proteção – ganhou um recuo. Ontem (30), Lugones esteve em Lanús estudando como refazer o sistema de segurança para comportar os torcedores do River que vão ficar atrás de um dos gols, no setor chamado Alejandro Solito.

Se nada de anormal acontecer, é de se imaginar que 5.000 fanáticos pelo River estejam apertados em um setor contra outros 35.000 torcedores do Lanús.

A Fortaleza de Lanús é acanhada, e o bairro vive, como praticamente toda Buenos Aires, sempre em meio à insegurança. Chegar, ficar e sair de lá à noite vai ser um martírio, e os portenhos realmente temem pelo pior – uma batalha generalizada. É mais que previsível que os derrotados busquem a desforra na violência.

E há um agravante que deixa tudo ainda mais tenso.

O Lanús é coirmão do Boca. Há um grande ódio mútuo entre o clube e o River também por esta razão. Para piorar, estamos às vésperas do ''superclássico'', no próximo domingo (5), no Monumental de Núñez, só com torcedores do River.

Mais uma deixa para que os inadaptados busquem o confronto na noite de Lanús.