Patadas y Gambetas

Dá para acreditar sim na virada do River

Tales Torraga

A desastrosa derrota para o Jorge Wilstermann na altitude de 2.650 metros de Cochabamba representou a pior queda do River Plate de Marcelo Gallardo em um confronto internacional – igualou os 3×0 do Barcelona na final do Mundial de 2015.

River cabisbaixo na Bolívia – Olé/Reprodução

O placar esteve longe de abalar o técnico e o elenco.

''Sabemos que estamos diante de uma semana histórica e vamos a ela com toda a força'', falou o volante e capitão Ponzio. ''Este é o meu maior desafio como técnico'', analisou Marcelo Gallardo.

Os dois têm chapa para bancar o que está por vir.

Este River tem jogadores, tem treinador e tem uma torcida que com certeza vai transformar o Monumental de Núñez em um superlotado caldeirão infernal para o Jorge Wilstermann – que respeitosamente declarou a série aberta.

Por contraditório que pareça, o River foi melhor no jogo – e o Wilstermann, melhor nas áreas, onde o placar se constrói. Os portenhos perderam seis gols claros. ''As que não entraram hoje vão entrar na próxima quinta'', enfatizou Gallardo.

Os números de Wilstermann (verde) e River (azul) – Reprodução

Dificíl imaginar que este River não vá sofrer pelo menos um gol no Monumental. A voracidade vai exigir um time todo no ataque e com os 11 jogadores dispostos a tudo. A equipe deve se preparar para fazer cinco gols – será a versão argentina do Barça x PSG da última Liga dos Campeões diante de uma torcida que desde já se mobiliza para causar uma comoção difícil de se repetir em qualquer outro país.

''Vamos apelar à rebeldia e às fibras mais íntimas dos jogadores'', outra frase para a posteridade de Gallardo. É óbvio que os nervos vão jogar contra e que o Wilstermann já mostrou ante o Atlético-MG que também sabe atuar fora de casa. Mas acabou de fazer dois anos e vale a pena lembrar: o River foi campeão da Libertadores justamente com um 3×0 diante do Tigres, do México, em 2015.

E era uma decisão – na teoria, bem mais difícil que um jogo de quartas.

É difícil? Claro. Dá para passar? Evidente que sim.

Se a semifinal parcial é San Lorenzo x Wilstermann, que ninguém se surpreenda se no fim tivermos o River x Lanús que se apresentava antes do começo. Ojo, eh.