Patadas y Gambetas

A tarde em que o Santos de Pelé foi reverenciado na Bombonera

Tales Torraga

''O Santos de Pelé é futebol espetáculo. O time entra em campo, se dirige ao centro e faz a saudação típica de artistas a cada vez em que se apresenta ao redor do mundo. Como na visita a Buenos Aires em 1968. Com Pelé, o show está garantido.''

Santos na Bombonera em 1968 – Reprodução / El Gráfico

Como o ódio entre brasileiros e argentinos tem atingido níveis cada vez mais tristes e preocupantes, convém lembrar que não foi sempre assim – e muito pelo contrário.

Basta observar esta abertura de matéria e estas fotos publicadas pela revista portenha El Gráfico em 1968, quando o Santos de Gylmar, Pelé e Pepe conquistou a Copa de Buenos Aires ao empatar com o Boca por 1×1 em plena Bombonera.

Aquele torneio amistoso – e existiam inúmeros naqueles tempos – contou com Santos, Boca, River, Benfica e os uruguaios do Nacional.

O Santos venceu duas partidas – 2×1 no River e 4×2 no Benfica – e empatou outras duas, um 2×2 com o Nacional e o 1×1 com o Boca que lhe deu a taça.

Era um time extremamente forte e que contava com o histórico zagueiro argentino Ramos El Negro Delgado. A escalação que entrou na Bombonera na tarde de 25 de agosto de 1968 contra o Boca tinha Gylmar, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Oberdan e Rildo; Lima, Joel e Amauri; Toninho, Pelé e Pepe.

O gol do Santos foi marcado por Toninho; Rojas descontou para o Boca. Mas o que chamou a atenção da El Gráfico da época acabou sendo o bom trato que a torcida xeneize destinou ao Santos:

''As lembranças da final da Libertadores de 1963 na própria Bombonera estavam frescas, e por que não dizer também da Libertadores de 1962 em Núñez, ambas conquistadas pelo Santos com grande futebol sobre Boca e Peñarol.''

''Não houve vaias e nenhum objeto foi arremessado ao campo. As mãos estavam ocupadas sendo levadas à boca para tapar o espanto ou para aplaudir mais uma grande exibição do Santos de Pelé, provando que neste grande palco chamado futebol, nenhum astro da Copa de 1966 foi capaz de roubar sua coroa de rei.''

O outro cumprimento do Santos em La Boca – Reprodução / El Gráfico

Pelé quase voltou à Argentina exatos dez anos depois desta saudação, mas para jogar por uma equipe do futebol local que queria aproveitar a febre gerada pelo título da Copa do Mundo de 1978.

Mas esta é outra história, tema para outro post…