Patadas y Gambetas

Argentina de Sampaoli ante o Brasil terá Messi-Icardi e Mascherano central

Tales Torraga

Jorge Sampaoli – ''El Pelado Sampa'' para nosotros, argentinos – está em solo portenho desde o começo da semana. E embora vá ser anunciado oficialmente pela AFA só na próxima quinta (1º), ele já está se empapando de futebol argentino e conversando com tudo e com todos para achar um esquema que lhe dê boa base para começar seu tão observado trabalho justamente contra o Brasil de Tite.

O ''amistoso'', que para os argentinos não vai ter nada de amistoso, será em Melbourne, no dia 9 de junho, às 7h (de Brasília).

São muitos os que apostam em Bons Aires que Sampaoli vai chorar neste domingo.

Ele estará no Monumental para ver River x Central. Para os que não sabem, Sampaoli era praticamente um barra-brava do River que invadia o estádio junto com a multidão porque não tinha dinheiro para pagar ingresso. E agora voltará ao maior templo do futebol portenho simplesmente como o técnico da seleção argentina.

É inacreditável a história da sua carreira quando ele se jogou como técnico de tal maneira no começo que foi ao Peru só com uma roupa do River e uma mala nas costas, como mostra esta imagem. Traremos detalhes adiante.


A seleção que Sampaoli pensa hoje é contada em baixo volume. Ele está obviamente sob ordens da AFA de não dar declarações oficiais até ser anunciado, mas se aproximar informalmente dele e de seus inúmeros colaboradores é saber que sua Argentina contra o Brasil vai atuar em um 4-3-3, mudando o sistema para as Eliminatórias para um 3-5-2 ou um 3-3-3-1. Os amistosos ante Brasil e Cingapura vão servir, claro, para testar as ideias para as competições oficiais.

No gol, sua ideia é colocar Guzmán, do Tigres, do México. Chiquito Romero iria para o banco, em que pese o recente título da Liga Europa com o United.

Na linha de quatro na defesa, a grande novidade – Mascherano será escalado como central ao lado de Mammana, do Lyon, ou do rodado Otamendi.

A lateral-direita será de Gabriel Mercado, seu atleta no Sevilla; a esquerda vê uma disputa entre Tagliafico ou Pinola, com vantagem ao segundo, do Central, hoje o melhor na posição na Argentina.

O camisa cinco será Banega, que vai jogar igualzinho ao que fazia em seus inícios no Boca, há dez anos. O meio-campo vai seguir com Leandro Paredes, ótimo na Roma, e Di María, que dispensa maiores comentários.

''Será um meio-campo mais vertical que de posse de bola'', nos antecipa um de seus colaboradores.

O ataque contra o Brasil terá Messi na direita, Joaquín Correa ou Papu Gómez na esquerda e…Icardi como camisa 9. A única possibilidade de isso não ocorrer é ele não se recuperar bem da sua lesão muscular. Aí a vaga será de Alario, do River.

O lema da vida de Sampaoli é no ''escucho y sigo'', refrão de um grande sucesso do rock argentino, Prohibido, do Callejeros, que ele até tatuou no braço. A música é um verdadeiro hino portenho e vale ser escutada. Sampaoli não escuta e segue – segue trabalhando, falando nas estrelinhas e começando a sempre tensa relação com a mídia argentina de excelente maneira. Seu fluxo de contatos é ótimo, a ponto de o blog antecipar ainda em março que seria ele o novo técnico da seleção.

O trato de Sampaoli é tão aberto que muitos o aconselham até a mudar de visual e parar de se vestir como um ''pendeviejo'', versão portenha do que seria no Brasil um ''vovô garoto''. Que nada. Ele tem 57 anos e sabe o que faz da vida. E para a sorte argentina uma coisa que ele, notório obcecado, sabe como poucos é armar times.

Cuidate, Brasil. El Pelado Sampa chegou.

Sampa gesticula em Buenos Aires – Taringa/Reprodução