Patadas y Gambetas

Messi e Suárez: uma brilhante sacada para promover a Copa do Mundo de 2030

Tales Torraga

Só um imenso imprevisto fará a Copa do Mundo de 2030 escapar de Argentina e Uruguai, contaram os presidentes dos países ontem à noite em Buenos Aires.

E é da capital portenha que vem os saborosos bastidores apurados pelo blog.

O primeiro desses detalhes será o esforço conjunto de Mauricio Macri e Tabaré Vázquez, mandatários de Argentina e Uruguai, em ter Lionel Messi e Luis Suárez como dois evidentes e enormes garotos-propagandas da candidatura conjunta.


O grupo de trabalho de Macri e Tabaré vai entrar em contato com os craques nesta semana para propor que ambos troquem o número da camisa no Barcelona.

Para promover a Copa de 2030, Macri vai sugerir a Messi cambiar a 10 pela 20; Tabaré fará o mesmo com Suárez – da 9 para a 30 azul e grená.

Messi e Suárez são amigos e dividem, além do mate que não largam nem nos aeroportos, uma paixão genuína pelo país de origem. Pessoas próximas a Macri e Tabaré contam com a boa vontade de ambos para mudar a numeração.


Não sabem, porém, qual seria a reação do Barcelona, que mantém largas vendas das camisas em todo o mundo – embora a mudança represente novidade que, avaliam na Argentina, pode ser explorada financeiramente inclusive na América.

Desconhecem também se haveria algum entrave por parte da Fifa ou da Uefa.

A jogada de marketing seria das mais vistas em todo o mundo por uma evidente razão: juntos, Messi e Suárez fizeram simplesmente 129 gols (!) pelo Barcelona somando a última temporada com a atual. Juntos, comemorando com as camisas 20 e 30, a dupla e os numerais rapidamente virariam o chavão do futebol moderno.

Messi e Macri têm diálogo dos mais fluídos. Os dois conversam sempre que há uma ocasião a respeito. Falaram antes e depois da final da última Copa América perdida para o Chile. Macri foi um dos políticos que demonstraram apoio e tentaram convencer Messi a não deixar a Seleção. De Macri partem sucessivos contatos para incentivar Messi em jogos importantes, como a final do último Mundial de Clubes.

Lionel também é um recorrente garoto-propaganda do Turismo de Buenos Aires.

Outro ponto que já surge como favorável à Argentina no Mundial de 2030 seria na preferência pelas partidas mais importantes. Para isso contribuem a óbvia dimensão do país (a Argentina hoje tem 44 milhões de pessoas; o pequenino e hermoso Uruguai, 3,4 milhões) e a igualmente óbvia influência de Mauricio Macri em toda e qualquer entranha do futebol mundial. Macri foi presidente do Boca de 1995 a 2007.

E tem enorme interesse pessoal em organizar a Copa até depois do mandato. Macri está com 57 anos. Teria 71 no Mundial (Pepe Mujica, por exemplo, hoje tem 81).

A exemplo do que ocorreu na única Copa compartilhada, em 2002 entre Japão e Coreia do Sul, a Argentina seria como o Japão – receberia a final da Copa no Monumental de Núñez, deixando a abertura com o Estádio Centenário do Uruguai.

A Copa de 2030 vai marcar os cem anos da sua primeira edição do Mundial – disputada no Uruguai e vencida pelos yoruguas contra a Argentina em Montevidéu.

Este cunho histórico, inclusive, impede qualquer arroubo de estrutura.

Macri e Tabaré descartam construir novos e caros estádios, o que teria de cara o total repúdio da população cada vez mais necessitada. A ordem é usar e modernizar o que tem. E contar com iniciativas como a do Peñarol, que inaugurou há pouco seu novo estádio com recursos próprios e custando só 13% da Arena Corinthians.