Patadas y Gambetas

Opinião: A pior Argentina dos últimos tempos

Tales Torraga

''Una mierda.''

Assim, cru, Javier Mascherano definiu à TV argentina o que foi o 2×2 com o Peru. Empate com sabor de vitória. Existem, são raros, argentinos detestam empatar.

Mas o de Lima com certeza foi um. A Argentina mereceu perder.


É preciso voltar bastante no tempo para encontrar jogo tão negativo da Seleção.

O 2×1 na Bósnia na estreia do Mundial, dizem em Buenos Aires. Mas há na capital quem estique ainda mais este recuo. Falam que desde Checho Batista, ali por 2010 ou 2011, não viam uma seleção tão confusa na transição da defesa ao ataque.

Hoy por hoy, a Argentina, líder do ranking da Fifa, não tem a classificação direta à Copa de 2018. El Flaco Menotti estava certo. A Argentina sofre demais sem Messi.

Empilhar Agüero-Di María-Higuaín funcionou mal. Dybala? Nulo. Amontoar atacantes não é ser efetivo. Sem ideias. Mascherano e Kranevitter não as tiveram. Os passes de Biglia e Fernández fizeram falta. Mas estão machucados.

Estranha também a entrada de Banega só a 20 minutos do fim.

''Temos jogadores para render melhor'', sintetizou Bauza, reconhecendo que não é nem a impaciência, mas a necessidade de somar pontos que força a Argentina – a partir de terça contra o Paraguai – a atuar quase no erro zero.

E com defesa remendada. Zabaleta, Funes Mori e Otamendi estão suspensos.

Patón não merece piedrazos, só a óbvia constatação do mau desempenho. Assumiu em meio ao grotesco caos da AFA. Dos três jogos, não contou com Messi em dois.

De positivo, o gol de Higuaín. Seu gol 32 em 64 jogos pela Seleção. Média cravada de 0,5. Impossível dizer que Pipita não rende na equipe nacional.

De curioso, o respeito de Gareca. Os dois gols do Peru podem significar a manutenção do seu emprego. E ele não comemorou nenhum. Yo, argentino.